Capítulo 9

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Bônus Kerem

Deslizar o polegar sobre meus lábios, pela terceira vez, me deixou assustado. Eu não consigo esquecer aquele beijo desde o momento que deitei para dormir. Mas como poderia? Foi a melhor experiência que já tive.

Me remexer na cama não estava funcionando, já que todas as posições pareciam desconfortáveis. Colocar o travesseiro sobre meu rosto para tentar calar meus pensamentos também não pareceu funcionar, então eu decidi me levantar.

O silêncio parecia ensurdecedor. Não havia ao menos qualquer ruído. Então, eu desci as escadas e fui até a área da piscina. Sentei no chão e deixei meus pés dentro d'água. Ainda assim, eu não conseguia esquecer o que aconteceu.

— Sem sono? — Olho para o lado e vejo Maya se aproximar — Vi você descendo as escadas. Está tudo bem?

— Está — Assenti. Voltei a olhar para a água e fiquei em silêncio. Minha irmã gêmea sempre foi minha confidente, mas talvez seja melhor não falar que eu coloquei tudo em risco, inclusive Hande, só por uma aventura — E por que você está acordada?

— Meu celular não parou de vibrar com isso — Ela ergueu o celular. Eu fechei os olhos e suspirei — É, eles foram rápidos.

Hande está na cidade. Há boatos de que seu novo acompanhante também está. Kerem Bürsin. Um romance ou um novo projeto?

— Me desculpe — Olhei para ela, que sorriu — Eu só queria garantir que tudo fosse legal pra ela.

— Eu sei — Senti a mão de Maya sobre meu ombro — Eu sei que suas intenções são as melhores, mas você sabe o quanto foi arriscado levá-la para a festa da sua ex? Aly não tem pudor. Ela é horrível, faria de tudo para que vocês fossem vistos.

— Qual seria o problema?

— Sabe o quanto Anil lutou para afastar Hande de tudo? Ela ainda não está completamente recuperada para voltar, para encarar a mídia falando de sua mãe, de seu ex... É por isso que estamos escondendo vocês. Porque você também não está totalmente recuperado, ou está? — Dei de ombros. Eu odeio falar de Aly, do quanto ela me machucou. Do quanto eu fui ferido — Você entende a razão pela qual estamos protegendo vocês?

— Desculpe.

— Aconteceu mais alguma coisa, não foi? — Desviei o olhar e não respondi — Vamos Kerem, eu sou sua irmã. Sempre fomos amigos, confidentes. Você não confia em mim? — Eu voltei a suspirar — Já é a terceira vez que você suspira, contando com o que você soltou ao descer as escadas.

— Você promete não me zuar?

— Claro — Apesar da sua resposta, eu tinha quase cem por cento de certeza que ela faria isso.

Contei toda a história, do início ao fim. De como eu estava ficando confuso em relação a tudo, e de como as coisas se intensificaram após o beijo.

— Então, depois de conseguir fugir pela saída de emergência, vocês não conversaram?

— Não, eu não consegui dizer nada, só pedir desculpa.

— Ela correspondeu ao beijo?

— Sim.

— Demorou para que isso acontecesse?

Quando duas vidas se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora