Capítulo 20

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Kerem segurou o rosto de Hande com ambas as mãos quando a mesma tentou se afastar. Ele a beijou desesperadamente, com urgência. Como se sua vida dependesse dos lábios daquela mulher. A segurou pela cintura, guiando-a para dentro, mesmo que seus olhos estivessem fechados.

— Kerem... — Arfou. Hande tentava afastá-lo, sem sucesso.

— Não quero parar, não quero... — Protestou. A cor de seus olhos ganhara uma tonalidade mais escura, como se fosse outro homem que, agora, falara com ela — Eu quero você. Eu quero muito você.

— Precisamos respirar, por favor — Ele se afastou com relutância, sentindo-se rejeitado.

Kerem coçou a nuca constrangido, por ter exteriorizado seus sentimentos, e entrou, sem esperá-la.

— Onde está Sírios? — Questionou ao segui-lo.

— Ele fica solto pela fazenda, provavelmente em algum lugar, aprontando — Virou-se para encará-la — O que houve? Segundos atrás você estava me chamando de covarde, agora vai ignorar o que aconteceu? — Ele arqueou as sobrancelhas. Seu olhar estava tão duro sobre ela, que a mesma abaixou o olhar — Hande, vá pra casa.

— Kerem, nós não conversamos. Como chegaríamos a tanto antes de uma conversa?

— O que mais você quer? Complicar as coisas?

— Quero que tudo fique claro entre nós, só isso.

— Tudo bem — Suspirou. Depois de sentar no sofá, ele a olhou. Um olhar convidativo.

Hande abraçou o próprio corpo e sentou ao lado dele.

— Desde o nosso primeiro beijo, eu simplesmente não sei mais o que sinto por você — Confessou — Eu sei que sua amizade é importante pra mim, muito importante. Mas eu também sei que algo mudou.

— Eu sinto o mesmo... — Tocou em seu ombro — Mas eu não sei o que fazer ou dizer. Tudo está tão confuso — Hande colocou as mãos sobre o rosto — Eu estou tão, tão cansada.

— Não precisamos complicar nada — Ele a olhou com carinho — Não quero que se sinta pressionada, ou que corresponda por gratidão.

— Eu nunca faria isso.

— Sei que provavelmente ainda sinta algo por Daniel... — Ela negou ao balançar a cabeça.

— Nunca o amei. Eu gostava dele sim, não posso mentir. Mas tudo que ele me fez, assassinou o que sentia.

— Entendo.

— Eu só não quero me precipitar. Como você disse, não precisamos complicar as coisas, nem forçá-las.

— Então... — Pigarreou — O que faremos?

— Continuamos como amigos...

— Certo — Desviou o olhar.

— Amigos que devem satisfação ao outro?

— Como assim?

— O que aconteceu entre você e Dafne antes da minha chegada? — Ele sorriu. Hande arqueou a sobrancelha em resposta, com seriedade.

— Ela veio falar sobre o que sente.

— Vocês já tiveram alguma coisa?

— Não, mas ela gosta de mim.

— Entendi — Revirou os olhos. Kerem reprimiu a gargalhada — Théo me beijou... — Foi a vez dele ficar sério — Mas não correspondi.

— Tô sabendo.

— Você viu, não foi?

— Infelizmente.

— E por que não veio falar comigo?

Quando duas vidas se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora