Capítulo 37

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Bônus Hande🌈

Kerem estacionou o carro e se apressou em abrir a porta para mim. Minhas pernas simplesmente balançavam freneticamente, sem que eu pudesse controlá-las. Em um dia nós tínhamos terminado, estávamos sofrendo, e agora, sem aviso prévio, eu poderia estar grávida. Minha cabeça estava uma completa confusão.

- Hande? - Olhei para ele, assustada. Estava tão concentrada nos meus pensamentos que esqueci que ele tinha saído para abrir a porta para mim - Tudo bem? Te chamei umas três vezes.

- Só estava pensativa - Tentei sorrir.

Sempre fui adepta a maternidade, mas nunca imaginei que aconteceria nas circunstâncias em que me encontro. Eu não me sentia segura, muito menos pronta, para que isso acontecesse agora.

- Está tudo bem, estou com você - Ele se ajoelhou na minha frente. Eu continuei sentada no banco do carro - Sei que você está assustada, mas eu estou aqui para te proteger de tudo - A melodia da sua voz, com a doçura de suas palavras, me fizeram sorrir. Ele segurou meu rosto com uma das mãos e o acariciou - Você é tudo pra mim! - Sorriu.

Eu não consegui controlar as lágrimas, e então, lembrei do meu ataque de pânico. Eu simplesmente desabei.

- Acho que estou mesmo grávida - Suspirei - Léo te contou sobre a minha crise?

- Mas isso pode ter acontecido por causa de tudo que você tem passado, meu amor. Você se afastou de tudo para descansar e deu tudo errado - Sua risada estrangulada denunciara a preocupação - E tudo começou porque eu entrei na sua vida...

- Não repita mais isso! - O calei colocando minha mão sobre sua boca - Você foi a melhor coisa que me aconteceu - O beijei rapidamente - Tudo é culpa do Daniel, só dele.

- Nao quero nem falar esse nome - Suspirou - Venha, vamos acabar de vez com essa agonia - Levantou-se, estendendo a mão para mim.

Eu hesitei em agarrá-la por alguns segundos. A partir daquele instante, nossas vidas podiam mudar.

- Juntos. Como sempre foi - Ele sorriu.

Lembrei do quanto ele cuidou de mim, sem ao menos sermos amigos. De repente, todo medo se desfez. Segurei sua mão com força. Ele fechou a porta, acionou o alarme, puxando-me para dentro do prédio. Eu queria postergar aquele momento, então sugeri usarmos a escada. Ele ficou um pouco confuso, mas aceitou.

Depois de alguns segundos, chegamos no apartamento de Kerem. Ele olhou para mim, esperando autorização para abrir a porta. Eu assenti, concedendo-a.

- Vá fazer, estarei aqui esperando - Sentou-se no sofá depois de tirar a roupa, ficando apenas com uma cueca box preta.

- Por que tirou a roupa?

- Porque vou precisar de um longo banho dependendo do resultado - Eu sorri.

Coloquei minha bolsa em cima da mesa e segui o corredor, que parecia ter diminuído de tamanho. Entrei no banheiro social do apartamento, fechei a porta, e fiz todo o processo indicado. Sentei no chão enquanto esperava o tempo necessário para obter o resultado.

- Por favor, por favor, que não seja positivo... - Suspirei.

Eu não podia estar grávida agora. Não agora. O medo voltou a me arrancar o ar. Eu precisava dele, precisava correr para seu abraço.

- Mantenha-se aqui, forte - Sussurrei para mim mesma.

Kerem também está exausto. Isso era visível em seu olhar. Ele também precisava de mim.

Abracei meus joelhos e continuei parada, imóvel. Até que de passou mais de quinze minutos. Eu simplesmente não conseguia levantar.

- Hande? - Kerem bateu três vezes na porta - Tudo bem? - Sua voz emanava preocupação.

- SIM - Gritei.

Me levantei rapidamente, sentindo minhas vistas escurecerem por breves segundos. Quando recobrei o equilíbrio, segurei o teste com força.

- Positivo...

Eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Suspirei pesadamente, mais de uma vez. Toquei a maçaneta com receio, temendo girá-la. Quando abri a porta, lá estava Kerem, encostado na parede, de olhos fechados.

- Kerem? - Ele os abriu rapidamente, se aproximando - Positivo - Ele esbugalhou os olhos, surpreso - Eu, Eu...

- NÓS - Aumentou o tom de voz, calando-me - Nós vamos ficar juntos, vamos encarar juntos.

- Eu tô com medo - Desabei.

Kerem me agarrou com força, abraçando-me. Enquanto uma de suas mãos agarrava minha cintura, a outra acariciava minhas costas. Depois de alguns minutos, eu consegui parar de chorar. Ele me olhou com carinho, beijando a ponta do meu nariz. Eu sorri.

- Tomara que seja uma menina, tão linda quanto a mãe... - Sussurrou.

Antes que eu pudesse abrir a boca para falar, ele me pegou no colo, levando-me até seu quarto.

- O que está fazendo? - Ri.

- Precisamos de um banho gelado, então tomaremos juntos - Explicou - O primeiro banho dos três. Nós três - Sussurrou. Eu o olhei com os olhos lacrimejados, agarrando seu pescoço com força.


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