Capítulo 30

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O céu amanheceu nublado, com nuvens extremamente carregadas, porém, as gotas de chuva caíam sobre a cidade de forma suave, como se estivesse beijando o chão. As pessoas corriam de um lado a outro, os carros enfileirados por causa do trânsito davam cor as ruas. Tudo parecia completamente normal. 

Kerem enxugou o suor da testa rapidamente, enquanto corria sobre a esteira da academia do prédio em que morava. Ele estava de frente para paredes de vidro, que permitiam uma visão única. Depois de avistar Dylan, Léo e Anil Léo saindo do carro — todos três gesticulando de forma frenética — Levantou o canto dos lábios num sorriso gentil. Ele continuou correndo e contou os segundos que eles demorariam para encontrá-lo mentalmente.

As vozes começaram a se aproximar depois de quarenta segundos. Ele parou de correr, se aproximou da mesa que havia no canto da sala e pegou a garrafa com água levando-a aos lábios enquanto fitava a porta. Os amigos pareciam estar na frente da sala, mas não tinham entrado, até que Léo abriu a porta e procurou por Kerem, encontrando-o. Seu sorriso foi verdadeiro como de costume.

— Bom dia, Kerem — Aproximou-se. Léo vestia uma camisa maior que seu corpo, da cor branca, e um short preto — Sabia que te encontraria aqui.

— E aí, leão? — Afagou os cabelos do amigo — Como me acharam?

— Seis da manhã, num dia chuvoso, foi bem óbvio — Deu de ombros.

— E? Não é que o Léo tinha razão — A voz de Dylan bradou — Eu tinha minhas dúvidas sobre te encontrar aqui.

— Você sabe que eu gosto de me exercitar pela manhã.

— Achamos que você estaria com Hande — Explicou.

— Falei com ela mais cedo antes de vir. Ela comentou que ficaria com as meninas pela manhã — Disse, enquanto vestia a camisa — Não vão se exercitar?

— Viemos para isso! — Anil afirmou — Mas já fiquei com preguiça só de olhar.

— Vocês pagam academia só pra vir passear? — Arqueou a sobrancelha.

— Eu não.

— Exceto por Dylan, vocês vieram fazer algo? — Léo e Anil se entreolham.

— Apoio moral — Disseram em uníssono.

— Sei — Balançou a cabeça para os lados, em negação.

— Que tal irmos numa pizzaria hoje a noite? — Anil propôs.

Eles saíram da academia juntos, discutindo sobre o que fazer.

— Eu acho uma boa — Léo respondeu ao entrar no carro. Kerem sentou do lado dele, nos bancos do fundo.

— Eu topo qualquer coisa — Dylan ligou o carro, verificando se não havia ninguém do lado de trás — Sei que vou encontrar quem eu quero lá.

— Fala sério, Dylan — Revirou os olhos. Anil tirou uma vasilha do porta-luvas do carro e arrancou a tampa com pressa — Você ainda não foi direto com ela?

— Como assim? — Bürsin os olhou, perdido — Você já beijou ela? Não me contou?

— Você estava ocupado namorando — Respondeu sem aparentar mágoa.

— Estou vejo que seu melhor amigo agora é Anil — Os três olharam pra ele com a sobrancelha arqueada — É brincadeira — Levantou a mão em rendição.

— Que gay.

— Você é insensível demais.

— Resumindo! — Léo levantou a voz — Dylan e Melisa conversaram ontem a noite toda, mas não deu em nada. No final ela esnobou ele.

Quando duas vidas se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora