Capítulo 39

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Kerem segurou a mão de Hande com delicadeza, enquanto ambos esperavam ser chamados. Eles estavam juntos, na recepção, mostrando o nervosismo comum para pais de primeira viagem.

— Será que vai demorar muito? — Hande olhou para ele, impaciente.

— Tente se acalmar. Pesquisei tudo sobre gestação, e ele sente se você ficar nervosa — Ela arqueou a sobrancelha mostrando descontentamento com seu comentário, mas não disse nada — Vai ficar tudo bem.

— Contaremos ao pessoal? — Ele tombou a cabeça para o lado, analisando a situação — O risco de aborto diminuiu agora. Estou no fim do terceiro mês.

— É o que você quer? — Ela assentiu — Então contaremos.

— Senhora Hande! — Ela levantou o olhar ao ser chamada.

Ao entrar na sala, a obstetra mostrou  uma expressão de surpresa para o casal, segurando-se para não cair. Ela colocou as mãos sobre a boca, fazendo-os sorrir.

— Bom dia! — Kerem quebrou o silêncio — A senhora foi muito bem recomendada. Esperamos contar com sua discrição.

— Sim, sim, claro — Balançou a cabeça algumas vezes, concordando — Por favor, sente-se mamãe — Hande se acomodou — É sua primeira consulta?

— Sim.

Após a resposta, a médica colheu todos os dados necessários e solicitou alguns exames.

— Já podemos ouvir o coraçãozinho dele — Os olhos de Hande brilharam — Pode deitar-se, senhora Erçel.

Quando ela pôs gel para doppler, e o espalhou, Kerem já não conseguia ter controle sobre as lágrimas. E quando o som ecoou pela sala, ambos se desmacharam em lágrimas. Era uma sensação indescritível. O coração batia tão rápido, com tanta força, que não parecia vir de alguém tão frágil.

— É o nosso bebê, amor! — Ela enxugou as lágrimas, ainda sem acreditar — Nosso filhinho.

— Prometi pra mim mesmo que não ia chorar, mas vejam só, sou um manteiga derretida.

— Chore mesmo, senhor Bürsin. Curta bastante esse processo, daqui a pouco ele estará correndo pela casa. O tempo passa muito rápido — Ele assentiu.

Depois, o casal saiu em direção ao estacionamento. Ainda estavam em êxtase com o que aconteceu. Não parecia ser real. A sensação que os envolvia não podia ser explicada, de tal forma, que tudo se assemelhava a um sonho.

Kerem abriu a porta do carro para ela, ajudando-a a se acomodar. Ele a ajudou  a colocar o cinto de segurança, se ajoelhou e a encarou de forma carinhosa.

— Nem nos meus sonhos mais bonitos pude contemplar tamanha felicidade! — Hande sorriu — Eu te amo!

— Eu também te amo! — Se inclinou, beijando-o rapidamente.

Ele fechou a porta e se levantou, mas voltou a cair no chão quando sentiu uma pancada forte na cabeça. Antes de se entregar a escuridão, Kerem ouviu o pedido de socorro de sua amada. Foi o grito mais agonizante que ele lembrara já ter escutado. Mesmo querendo levantar, seus olhos foram fechando gradativamente, até que tudo ficou preto.

Kerem abriu os olhos devagar, e sentiu sua cabeça doer. Ele voltou a fechá-los, com medo de sua cabeça explodir.

Aos poucos, tomou coragem para superar a dor, foi quando a porta do quarto se abriu. Era Léo.

— Bom dia, irmão! — Sorriu sem exigir os dentes. Não parecia ser um gesto verdadeiro, mas de pesar — Como se sente?

— Minha cabeça dói.

— Não é para menos, precisou levar alguns pontos — Sentou-se na poltrona que estava ao lado da cama e o encarou  seriamente — Lembra do que aconteceu?

— Só lembro que desmaiei — Coloca a mão sobre a testa, ao mesmo tempo em que suspirava pesadamente — Como vim parar aqui?

— Um casal te achou desacordado — O analisou. Até onde ele poderia ir? Será que Kerem aguentaria saber a verdade? — Onde Hande estava?

— No carro... — O olhou desconfiado — Vá direto ao ponto, Léo — O observou. Seu amigo murchou os ombros e esfregou a testa com as mãos — Léo?

— Hande sumiu, de novo.

— O QUÊ? — Sentou bruscamente. Sua cabeça voltou a doer, então ele se deitou novamente — Léo, que merda está acontecendo?

— Ela foi sequestrada — Ele fechou os olhos ao ver Kerem se debater, tentando arrancar o acesso venoso — Cara, não faz isso! — Tenta contê-lo — Kerem!

— ELA ESTÁ GRÁVIDA LÉO, GRÁVIDA! — Grita — O médico esbugalha os olhos com a notícia. Sua única reação é abraçar o melhor amigo enquanto o mesmo chora como criança — Eu falhei de novo, de novo — Sussurra.


 Sua única reação é abraçar o melhor amigo enquanto o mesmo chora como criança — Eu falhei de novo, de novo — Sussurra

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E , gente? Desculpa a demora. Curtam e comentem, eu digitei tudo pelo celular, com o teclado com problemas,quase joguei o celular contra parede, mereço ? Kkkk, beijos 😚

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