Hulda
— O sangue daquele rei não prestava — disse Toneri, atirando um caroço de uva verde na lixeira do quarto.
— Belial tinha dito que o sangue dos híbridos não nos sustenta — rebateu Fuuka.
Toneri estava especialmente irritante naquela noite. Ficou implicando durante o dia inteiro com o tremor que havia ocorrido e sequer comentou sobre o fato de que os talamaurs enviados para procurar o mordido não haviam aparecido ainda. Como se isso não bastasse, Fuuka ainda tinha que escovar os brancos cabelos dele, que além de serem maiores que o dela ainda enodavam mais.
— Já disse que não quero ouvir o nome do traidor outra vez. Logo agora... logo agora que um mordido apareceu, ele fez isso comigo! — Bateu com o punho na mesinha que estava na frente dele, fazendo com que uvas saltassem da bandeja e rolassem no chão. — Estava pensando... — disse subitamente calmo — os Hyuuga não vão tomar partido, você sabe como eles são, sempre fugindo, acanhados, com medo de tudo, mas dessa vez nós temos a oportunidade que precisávamos para acabar com eles de uma vez. O mundo está diferente, as coisas estão bem mais simples para nós. O tesouro humano está lá, é só esticarmos a mão que ele será nosso.
— Os humanos não vão simplesmente submeterem-se perante nós, além do mais, apesar de os Hyuuga sempre se esquivarem de suas investidas, sabe que eles não vão permitir que cheguemos perto dos humanos tão facilmente... Quer que deixe seu cabelo solto?
— Uma trança — ele disse pensativo. — Os Hyuuga sempre nos atrapalharam, mas se enfrentarmos eles de frente... bom, aí não vai ter escapatória, temos bem mais talamaurs por nós. Além disso, quando os derrotarmos, o que os humanos poderão fazer? Eles são como gafanhotos, voando e levando desgraça por onde passam. Se fosse antes, eles teriam armas poderosas que poderiam nos deter, mas agora... agora eles não são nada além de destruidores.
— E nossa fonte de alimentação — lembrou Fuuka.
— E mais nada. O lugar deles é nos servindo, nos alimentando. Como aqueles idiotas dos Hyuuga não enxergam isso!?
— E quanto a Belial? — perguntou, iniciando o trançado embutido nos cabelos platinados dele.
Evitava falar no líder Kurama, mas era difícil... Tinha que ter traído ele, sabia. Belial podia derrotar Toneri, mas o que faria depois com os outros talamaurs que cresceram admirando o líder Otsutsuki? Fez isso para o bem dele, mas então por que se sentia tão mal com sua traição ainda?
— O que tem Belial?
— Pelo que entendi, você não vai apenas alfinetar os Hyuuga... pretende começar algo maior, não é?
— Claro... — ele a puxou, sentando-a em seu colo. — Olha para mim — disse, passando o polegar na pinta sob a boca dela e a apertando o queixo com força em seguida. — Sabe o que vai te acontecer se eu descobrir que tem falado com Belial, não sabe? — Fuuka se manteve firme, olhando no branco dos olhos dele até ser solta. — Claro que não vou continuar com joguinhos — a empurrou para fora de seu colo. — Já passa da hora de acabarmos com esses nojentos de uma vez, e você tem razão... vou precisar de Belial para isso. Bom... não dele necessariamente, mas da habilidade do clã dele, assim será mais... fácil. Entende o que eu estou falando?
— Entendo — ela disse, voltando a trançar os cabelos dele. — Quer que eu peça alguém para ir atrás dele?
— Sim. Também diga para que fiquem longe dos Hyuuga, por enquanto. Quero uns talamaurs vigiando os humanos. Quando eu for agir, vou precisar que o gado esteja no pasto.
Floresta Negra
Estavam todos no salão principal, mas Hinata, depois de não mais aguentar ficar ouvindo sobre os mortos, subiu para seus aposentos. Estava preocupada com sua amiga que ainda não tinha chegado e pensando na pouca conversa que havia tido no conselho.
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A era dos Talamaurs
FanfictionOs vampiros são divididos em dois grupos e vivem em conflitos desde o início dos tempos. Eles vagueiam pela terra por séculos, sempre se esgueirando pelas sombras para conseguir seu alimento principal, mas eles também têm uma outra obstinação: desco...