Correntes

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Hinata parecia começar a sentir o impacto do que lhe havia acontecido apenas naquele momento. Ainda não conseguia entender o motivo real de Sasori ter feito o que fez... Poder? Era o mais provável, mas apenas essa hipótese não encaixava todas as coisas em seus devidos lugares.

Começava a pensar que, na verdade, Sasori e Toneri nunca se desligaram realmente. Teria sido um plano genial do Líder Supremo Otsutsuki dizer que não queria seu neto, pois era mais do que claro que o pai reivindicaria o filho para o criar em meio aos Hyuuga. Dessa forma Toneri sempre teria ligação a todos os acontecimentos. O problema nessa teoria de Hinata jazia justamente em tentar descobrir quando e como Toneri se reaproximou do neto e, apesar de não conseguir acreditar que Hideki que permitiu essa aproximação, ainda assim ela tinha uma pontada de dúvida sobre a possibilidade de algo assim ter acontecido.

A questão agora era que ela sentia que não descobriria sobre isso tão cedo, já que todos os diários que Sasori escrevera foram confiscados por seu pai, este que estava trancando em seus aposentos desde o término da reunião que aconteceu mais cedo.

Apesar de a morte de um líder ter sido um choque para todos os talamaurs, principalmente por causa de como e por que ele morreu, e apesar da morte dos que foram fazer a busca junto a Hinata, o clima dentro de Geri não ficou tão pesado quando a Hyuuga pensou que ficaria. A culpa disso, claro, era a curiosidade ardente em cada um deles sobre o mordido.

Vários talamaurs rodeavam Naruto, faziam perguntas, principalmente sobre a vida humana: o que faziam, como viviam, como faziam para tentar se conformar com a morte, entre várias outras coisas.

É claro que muitos talamaurs já compreendiam todas essas questões do velho mundo, no entanto a mudança de tudo fez com que eles se sentissem interessados em conhecer mais sobre o que estava acontecendo no presente, em principal por conta da nova condição de eles serem os únicos humanos e concentrados em um só lugar na Terra, com tantas religiões misturadas e mudadas juntas. E também existia a ânsia de tentar entender como era caminhar no mundo como um mortal. Algo que sempre foi amplamente discutido pela comunidade talamaur.

O rapaz já parecia exausto de tanto questionamento, mas respondia a todos educadamente e de forma atrapalhada. Hinata via tudo sentada na escada de acesso ao vestíbulo. Sentia como se seu corpo pesasse uma tonelada, tão cansada como se tivesse acabado de sair de um confronto. Existiam preocupações demais em sua cabeça agora.

— Outra reunião — disse Hanabi, aproximando-se por trás dela.

— Nosso pai vai participar?

— Claro. Sabe que ele nunca perde. — Hanabi desceu um pouco mais, enfiando-se no meio das pernas da irmã e apoiando a cabeça nela para olhá-la. — Por que escondeu a verdade por tanto tempo, Hina?

— O que pensaria se descobrisse que nosso pai planeja nos matar?

— Eu... eu não acreditaria. Ele é nosso pai, o Líder Supremo. Ele deve proteger a fami... — as palavras morreram ao entender.

— Pois bem. O homem que criou nosso pai estava prestes a fazer isso com ele. A matá-lo por poder. É algo doloroso demais.

— Sim, mas você sofreu por isso.

— Eu sei, Hanabi, mas agora está tudo bem. Isso está ficando para trás.

Já conseguia notar a diferença. Os outros talamaurs ainda não tinham feito nenhuma aproximação significativa, mas já começavam a olhá-la diferente. Assim que a reunião terminara, cada líder se reuniu com seu respectivo clã para passar o resumo das coisas mais importantes que trataram na reunião, como de costume, e o pai de Ino foi quem conversou com os integrantes do clã Koori, já que o seu pai estava ausente.

A era dos TalamaursOnde histórias criam vida. Descubra agora