Os Koori

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Naruto se escorou na parede. Por mais que não fosse tão inteligente quanto gostaria de ser, ainda assim era esperto o suficiente para entender que os talamaurs eram ainda mais diferentes do que ele imaginava. A mesa à sua frente era prova disso. Se pegou analisando e comparando os humanos a eles, lembrando que na sala do conselho do Castelo Quatro Torres, em Cortina de Ferro, os conselheiros sempre se sentavam um ao lado do outro, e as laterais da mesa sequer possuíam cadeiras, assim como a parte da frente, onde ficava limpo para que possíveis convidados pudessem ser vistos de frente por todos, mas ali, com os talamaurs, era claro para ele que Hiashi, sentado na ponta da mesa, não tendo ninguém na outra extremidade, estava expondo sua grande autoridade. O que talvez significasse que ele também não se importasse tanto com a opinião dos outros líderes.

Entretanto o que mais o impressionou foi a forma como o trataram. Desde que Hinata conversou com ele pela primeira vez, ficou claro que ele possuía certa significância, mas Hiashi e os outros líderes mal haviam o notado. A verdade era que Naruto se sentia desconfortável. Não queria estar ali e nem entendia o motivo de o terem permitido ficar. Em todo caso, ficou calado.

— Hinata, seja o que for dizer, espero que nos conte tudo — disse o líder Shibi Aburame.

Por mais que odeie essa ideia, não deixarei nada passar, ela pensou, deixando o silêncio respirar pacientemente. Depois de um tempo, Hinata começou a falar. Todos permaneceram em silêncio, enquanto descobriam como a herdeira do título de líder suprema fora rebaixada a assassina rejeitada.

No fim de 2349, documentos do governo vazaram na internet. Foi viral. Ninguém mais falava sobre outra coisa, até mesmo nos países mais assolados pela pobreza viam-se pessoas conversando sobre a união feita pelos países, com a finalidade de tentarem modificar os seres humanos através da genética, que estava em seu auge de ascensão.

Muitos diziam que aquilo não se passava de mentira, mas logo protestos tomaram conta das ruas principais de várias cidades, de vários países. As pessoas queriam saber a verdade. Os governos estavam sendo pressionados ao máximo e, quando estavam à beira de guerras civis, uma conferência parou o mundo inteiro.

Todos os presidentes se encontraram em um só local, durante as quase dezoito horas de reunião. Ao término, um pronunciamento fora feito por um representante escolhido para falar por todas as nações. Naquele momento, todas a pessoas que estavam em suas casas olhavam atentamente para a televisão holográfica. Os barzinhos e as esquinas das capitais pareciam pequenas para a quantidade de pessoas que se apertavam com seus óculos digitais em mãos para assistir ao telão.

A aflição era grande.

Quando, enfim, a notícia fora dada, muitos tomaram como um alívio, por pensarem que seria algo bem pior, enquanto outros não baixaram a guarda. A criação de híbridos, utilizando o processo de cruzamento de embrião humano com células de plantas e outros animais, parecia absurda para a sociedade e, por conta disso, os protestos se intensificaram.

Pela primeira vez na história, todas as religiões estavam unidas em um só propósito, lutar contra aquela blasfêmia.

Os governantes só resolveram se pronunciar no ano que se seguiu, quando perceberam que a multidão de protestantes só aumentava a cada dia que se passava.

Em janeiro de 2350, foi anunciado em todo o mundo o avanço tecnológico que seria responsável por derrubar de vez a energia como se era conhecida até então. De acordo com o que se foi dito, através da criação dos híbridos — que ainda era algo completamente obscuro para a população — os governantes resolveram investir em algo que há muito fora desacreditado: a energia livre de Tesla. Com esse novo conceito, os seres viventes poderiam experimentar energia limpa, gratuita e não poluente.

A era dos TalamaursOnde histórias criam vida. Descubra agora