O mais alto arbusto do jardim de Quatro Torres tinha o mesmo tamanho que Orochimaru. O híbrido gigante estava bem vestido, mas Sasuke pôde perceber que ele usava cota de malha por baixo do gibão de seda e também mantinha três punhais escondidos, um na bota de couro, outro na cintura e mais um no pulso esquerdo, mas o rei notou isso tudo logo quando ele chegou no castelo com a grande comitiva de guerra e o carregamento de armas.
— Dois... tem certeza? — Sasuke questionou.
— Sim. São grupos grandes, inclusive. E aquele loiro de que me falou está no que é menor, eles se chamam Hyuuga. Meu batedor disse que eles estão se preparando para uma guerra. Sasukezinho, tem certeza de que essa vai ser uma boa hora?
— Vai ser a melhor hora de todas. Vamos deixá-los se enfrentar. Quando chegarmos lá, já vão estar desgastados. — Mas ainda não entendo o que Naruto está fazendo lá, menos ainda o motivo de nunca ter me procurado. Ele nos traiu realmente? Quer prejudicar os humanos?
O rei não tinha nenhuma resposta para suas perguntas, tinha ficado a noite inteira refletindo, sentindo seus olhos arderem e coçarem de forma infernal. Chegou a pedir para que Tsunade o examinasse, mas a médica não conseguiu encontrar nada.
— Isso deve ser estresse — ela disse enquanto recolhia os materiais de exame de cima do criado mudo. Ainda estavam no meio da noite e a médica tinha a cara amassada do sono interrompido. — Vou aplicar um colírio, mas...
— Mas...?
— Você sabe muito bem que eu não me importo com seu título. Não é à toa que seu pai e eu vivíamos em pé de guerra, por isso sinto que tenho que te falar umas verdades.
— Não sou meu pai. Não faça confusão.
— Não estou confundindo nada, Majestade, quem está fazendo isso aqui é o senhor. Te vi pequeno, conheço todas as suas cicatrizes e para mim você ainda não é nada além de um garoto. E não me importo se quiser me mandar para ser escrava nas terras dos gigantes como fez com minhas aprendizes. Seu irmão sempre fez tudo por você e agora está lá também, tudo por uma merda de um tratado de paz. Esse tratado vale isso mesmo? Vale perder seu irmão, Sasuke? E o Naruto? Tem certeza de que ele representa algum tipo de ameaça?
— Cala a boca, mulher — ele respondeu, levantando-se da cama. — Acha mesmo que sinto algum tipo de prazer em manter meu irmão daquele jeito? Eu vou tirar ele de lá, mas primeiro preciso de algum tempo para Orochimaru confiar em mim. E quanto a Naruto... de certa forma também não acredito muito... Droga! O que posso fazer? Ele está vivendo com uma raça que mata humanos para sobreviver. Como acha que eu deveria lidar com isso? Levar um bolo e joias reais para implorar a eles que não matem mais pessoas?
Ele acabou por mandá-la sair do quarto sem sequer aceitar o medicamento oferecido por ela. Ficou a noite inteira ao pé da janela, tentando ignorar todas as questões que rondavam sua mente. Se fosse realmente fazer tudo o que queria em vez do que devia, talvez então fosse melhor entregar seu reinado ao caos.
Quando um serviçal chegou para ajudá-lo a se trocar para receber Orochimaru, percebeu que escorria um fio de sangue de um de seus olhos, e agora sentia tanta dor que via o gigante de forma turva e distorcida.
— Sabe que duas das prisioneiras são médicas, não é? — ele questionou, sentando-se no banco do jardim.
— Sei. Elas são as piores. Dão muito trabalho para meus guardas e ficam o tempo inteiro inventando motivos para tirar o resto da paciência que tenho.
Sasuke soltou um tsc, arrancando de sua blusa de couro fervido o símbolo de sua casa:
— Como tem tratado Itachi?
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A era dos Talamaurs
FanfictionOs vampiros são divididos em dois grupos e vivem em conflitos desde o início dos tempos. Eles vagueiam pela terra por séculos, sempre se esgueirando pelas sombras para conseguir seu alimento principal, mas eles também têm uma outra obstinação: desco...