Laços

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Depois do que tinha acontecido, Hinata resolveu que o melhor a fazer seria se afastar do treinamento de Naruto por um tempo. Ela seria a primeira, Ino a última, então inverteram a ordem. O que foi bom, principalmente depois das notícias que receberam.

A Hyuuga estava sentada em cima do túmulo de Neji quando um batedor chegou. Kiba Inuzuka estava agitado, tinha saído com mais dois companheiros, mas retornava só e ensanguentado. Hinata não o pôde deixar entrar no castelo Geri antes de saber o que realmente estava acontecendo. Ainda faltava alguns dias para que a missão de treinar Naruto fosse dele e, nesse meio tempo, Hana tinha chamado-o para fazer uma ronda, que agora parecia ainda mais suspeita.

— Hinata, é sério, preciso ir até o seu pai. Ele me disse... ele falou que eu deveria falar só com ele quando chegasse.

— Imagino que sim. Mas não vou deixar você entrar sem me dizer o que houve — ela falou, cada vez mais certa de que aquilo não significava nada de bom.

— Certo — ele dissera, escorando-se em uma árvore.

O tempo estava abafado e a lua ainda nem aparecia no céu escuro. As marcas do rosto do talamaur se contraíram quando ele soltou um silencioso riso amargo.

— Fui entregar uma mensagem para Toneri Otsutsuki — ele começou, e Hinata se sentiu ainda mais tensa. — Mas acho que você sabe que não fui sozinho. Meus amigos foram executados na minha frente, e se eu... se eu...

— ... se não tivesse fugido também teria morrido — ela completou, e ele fez que sim com a cabeça. Só não entendo por que meu pai não disse já ter começado as negociações, ela pensou. — Qual era a mensagem?

— Seu pai queria negociar. Pediu para marcar uma reunião com ele, mas, Hinata, aquele talamaur é louco. Não sei como os Otsutsuki ainda aceitam ele como Líder Supremo!

— Por que diz isso?

— Eu não sei explicar. Ele recebeu a gente muito bem, fez questão de nos servir vinho e tudo.

— Então por que matou os outros?

— Eu não sei. Assim que demos o recado, ele simplesmente avançou para cima da gente! Por sorte consegui me transformar e fugir daquele lugar.

— Chegou a reparar alguma outra coisa de estranha... no castelo?

— Acho que eles estão bem mais adiantados do que a gente — ele soltou um suspiro e se deixou cair sentado no chão, olhando para o céu por entre as folhas das árvores. — Alguns talamaurs estavam lutando do lado de fora, praticando. Tinha um grupo que estava saindo de Hulda, até cheguei a pensar que poderiam estar vindo para cá... mas depois eles tomaram outro caminho.

— Kiba, não acha que ele está quieto demais depois que encontramos Naruto?

Ele soltou uma pequena risada enquanto bagunçava os já emaranhados cabelos castanhos.

— Com certeza! Acho que temos que apressar as coisas ou podemos ser pegos desprevenidos. — Ele se levantou com certa dificuldade. — Não é só isso. Enquanto voltava, resolvi pegar a estrada dos gigantes. Hinata, uma guerra aconteceu entre os humanos e os híbridos gigantes. As coisas não foram muito legais. Mas acho que já te falei demais, agora tenho mesmo que ir!

Ela não o impedira, mas tinha se arrependido de não ter pedido mais detalhes do que sabia. Principalmente quando observara, de longe, Ino contando para Naruto sobre o que tinha acontecido, ele não pareceu tão abalado... até o momento que a Yamanaka o disse que ele jamais poderia ficar com sua noiva.

O mordido ficou desolado. Apertou a mão no coração como se o quisesse arrancar de dentro do peito com força bruta. Hinata quis se aproximar dele naquele momento, mas entendeu que ele precisaria de um tempo só para ele depois de tudo aquilo. Tinha sido assim com ela, depois que viu toda a sua vida desmoronando em sua cabeça, só conseguiu se reerguer quando encontrou uma brecha em seu tempo corrido, em sua mente agitada, para realmente pensar sobre os problemas.

A era dos TalamaursOnde histórias criam vida. Descubra agora