A era dos Talamaurs

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O movimento de Hinata foi rápido, preciso. Quando a múmia abriu os olhos e uma onda de choque emanou de seu corpo, a Hyuuga agarrou Karin pela cintura e a rodou no ar, pondo-a atrás de si em seguida, protegendo-a.

A pele da múmia cintilou como um espelho d'água. A camada de sujeira que o envolvia rachou e começou a se esfarelar no chão, mostrando uma pele negra, flácida e enrugada. Ele se sentou.

— Quem é você? — questionou Hinata, vendo os olhos em um padrão de ondulação preto que seguia como círculos concêntricos até as íris. Olhos roxos.

— Por quanto tempo vão continuar guerreando? — a voz era calma, áspera como pedras batendo uma contra a outra, e parecia sonolento.

— Ele... está falando desta guerra? — questionou Shikamaru.

— Sim — respondeu Ino. — Ele esteve conectado o tempo todo com Gaia, como tinha dito antes. Isso faz com que ele consiga sentir as coisas em volta dele.

— Não só as coisas à minha volta — disse a múmia, levantando-se com dificuldade, enquanto todos recuavam um passo, apreensivos. — Consigo sentir tudo.

— Impossível — Hinata sussurrou.

— Quem realmente você é? — quis saber Ino.

— Meu nome é Hagoromo, criança. E eu sou o seu pai. O pai dos talamaurs. — Ao terminar de falar, a pálpebra da testa se abriu, mostrando um olho vermelho, seco, movendo-se de um lado para outro com rapidez.

Hinata deu outro passo para trás.

— Como assim?

— Estou dizendo que está passando da hora de acabar com todo esse sofrimento. Leve-me ao Líder Supremo.

— Mas...

— Terá todas as respostas de que precisa, junto com todos os outros.

— E se estiver mentindo? — inquiriu a Yamanaka, aproximando-se com cautela.

— Estive acompanhando nossa raça como pude, Ino — a garota estatelou. Ninguém tinha dito o nome dela depois que ele despertou. Hagoromo riu de forma afetiva: — Não se preocupe, um dia poderá entender que nossa ligação com a natureza pode ir muito além do que se imagina.

— Pode mesmo ajudar? — questionou Hinata.

— Isso vai depender apenas de como tudo acontecerá. Mas acredito que sim.

Hinata olhou para frente, para onde a batalha acontecia. Sempre teve esperanças de que um dia toda a guerra entre seu povo acabaria e, depois de já estar quase perdendo a confiança que tinha nisso, uma nova oportunidade surgiu e ela a agarraria com todas as forças. Voltou seu olhar para ele, notando só agora o quanto tremia. Respirou fundo, procurando calma.

— Então vamos. Vamos para o campo de batalha.

— Estou fraco. Não posso me alimentar. Como vocês deduziram antes, se eu fizer isso, sangue nenhum seria capaz de me sustentar. Então preciso que me ajudem.

Hinata se sentiu insegura, mas, apesar de tudo, passou o braço pelo dele, e Ino fez o mesmo, do outro lado. Começaram a andar, e por mais que ele tivesse dito estar fraco, conseguia acompanhá-las muito bem.

Os humanos e gigantes que estavam com elas os seguiram mais atrás. Hinata podia perceber o receio em cada um deles. Entendo, também tenho medo, quis dizer, mas permaneceu quieta, vestindo sua casca mais uma vez.

A Hyuuga viu que todos corriam pelo campo de batalha, mas não lutando, retomando posicionamento. Todos deviam ter sentido o poder imenso daquela criatura recém-desperta, inclusive os líderes, que provavelmente pediram para que se reagrupassem até saberem o que estava acontecendo.

A era dos TalamaursOnde histórias criam vida. Descubra agora