Tensão

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O temporal havia passado e agora o tempo começava a se tornar mais fresco. Karin estava exausta, não conseguira dormir nem por um instante, estivera preocupada demais para isso. Acabara por ficar a noite inteira velando o sono de Sakura, esta que tivera um pesadelo e ficara por se debater na cama.

Agora ambas se arrumavam às pressas, o sol já tinha nascido e Tsunade as chamava para atender uma emergência, só não sabiam que tipo de emergência era. Ao terminarem de colocar suas roupas de luto, Karin agarrou o braço de Sakura. Precisava ter certeza de que a rosada não se entregaria. Precisava que ela ficasse segura.

— Não esquece do que combinamos. Depois da meia noite, era comigo que você estava.

— Mas ainda não entendo... E Naruto?

— Vamos procurar por ele assim que terminarmos nosso trabalho. Aposto que ele já deve estar em algum lugar do castelo, conversando com aqueles amigos esquisitos que tem, então... se preocupe com você. — A soltou. — Sakura, se alguém te viu chegar, toda ensanguentada, sabe o que isso pode significar, não é?

— Sei. O rei morreu, e eu seria uma suspeita mais que perfeita.

— Mas não vai ser. Não se fizer o que estou te falando. Confia em mim.

Sakura acenou positivamente para ela, mas Karin não poderia deixar de notar como sua amiga estava estranha. O que tinha acontecido?

Ao chegarem na sala médica, Karin ficou a se perguntar o quão exausta Tsunade estaria. Seus olhos se encontravam marcados por círculos profundos e levemente azulados, o globo ocular estava vermelho, e seus movimentos, atrapalhados e lentos. A velha médica tinha feito a autópsia do rei sozinha, fez questão disso. Apesar do jeito rude que ela tratava o falecido governante, ela muito o respeitava.

Agora o rei estava na sala redonda, onde todos os reis, conselheiros e nobres do castelo eram velados, e na sala médica, em cima das mesas de autópsia, jaziam três corpos. Um deles, Karin conhecia. Tsunade nada disse ao ver as garotas entrarem, e Karin resolveu respeitar o silêncio da médica, já se preparando para seu trabalho.

Temari trocava suas roupas às pressas. Depois da reunião do conselho, que acontecera à noite, a conselheira passara a madrugada inteira na sala redonda, mas uma nova reunião havia sido convocada e dessa vez as coisas pareciam ainda mais sérias.

O tempo natural de luto para que um novo governante assumisse o trono era de uma semana, mas, com a pressão que estavam sofrendo, estava mais do que claro que esse tempo deveria ser reduzido.

Terminou de tirar seu hábito e vestiu uma calça preta, colocando uma blusa transpassada na frente, com uma manga que seguia até seus cotovelos. O tempo estava mais fresco do que nos dias anteriores e ela já previa que novos temporais se formariam. Era sempre assim, o tempo mudava constantemente.

Saiu de seu quarto ainda terminando de se ajeitar nas roupas. Como se não bastasse a morte do rei, ainda estava preocupada com o seu mais novo "aliado". Ainda tinha dúvidas com relação a Shikamaru, mas não havia nada que pudesse fazer agora. Precisava confiar.

Passou na frente do velório, parou por um instante na porta da sala redonda, olhando atentamente para rainha Mikoto. A mulher não arredara o pé do lado do caixão de carvalho branco nem por um segundo. Nenhuma lágrima lhe caiu dos olhos, ela permanecera firme e estava até agora, com as mãos entrelaçadas na frente do corpo. Era, sem dúvidas, uma mulher de força extrema.

Temari seguiu seu caminho. Ao abrir as portas do conselho, viu que todos integrantes já se encontravam em seus lugares. A cadeira do rei estava desocupada. O príncipe herdeiro e seu irmão mais novo estavam de pé, cada um em um canto da sala. A conversa deveria ser ainda mais difícil do que imaginava. Fechou a porta e tomou seu assento.

A era dos TalamaursOnde histórias criam vida. Descubra agora