Pecado

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Cortina de Ferro

Ino estava empolgada. Faria duas semanas desde a última vez que ela e Deidara haviam se encontrado. Os dois continuaram conversando, mas por cartas, graças a ajuda de Shino, depois de insistentes pedidos de ajuda conciliados com pedidos de segredo que ela o fazia. O talamaur usava os seus insetos para entregar as cartas, o que deixou Deidara inquieto no início, por nunca ter visto algo tão inusitado, mas Ino inventou uma mentira qualquer, dizendo que seu meio irmão adestrava insetos. Deidara não pareceu ter ficado convencido, o que era esperado até, contudo deixou a conversa de lado.

Hinata, por outro lado, não se sentia assim tão empolgada. Estava indo até a casa do misterioso Deidara, porque já não aguentava mais ver Ino triste pelos cantos. Quando descobriu que sua amiga estava, na verdade, trocando bilhetinhos com um humano, ficou perplexa. Abriu a boca para repreendê-la, mas não conseguiu, antes de falar qualquer coisa para Ino, ela tinha de resolver sua vida amorosa com Sasori primeiro, que começava a definhar mais uma vez.

Ela achava que estava fazendo tudo certo, sempre acompanhando-o e ajudando-o em tudo o que ele precisava: uma noite se arriscou a cozinhar para ele, mas acabou tendo de dividir a refeição com sua irmã, já que ele estava ocupado demais construindo uma marionete. Já não sabia mais o que poderia fazer, era como se ele estivesse apertado a ela por alguns momentos, mas escorrendo por seus dedos em outros.

Quando ela disse que sairia com Ino, ele nem deu atenção, ela estava magoada com isso. Com tudo isso. Não conseguia parar de pensar em como todos os planos que ela fazia para que o relacionamento deles fosse para frente estavam agora se perdendo, assim como a motivação que ela sentia.

Ino parou de andar, Hinata estava um pouco para trás, observando a cidade, que não tinha mudado em nada desde a última vez que esteve lá.

— Ele não pode te ver — Ino disse, com um meio sorriso sem graça no rosto.

— Eu sei, também não quero atrapalhar. Mas você sabe que eu tenho que ficar por perto, né?

— Sei, sei... por isso que já sei um lugar perfeito para você ficar. — Ino começou a puxar Hinata pela manga da blusa, andando nas pontas dos pés até chegarem na lateral da casa de Deidara, onde ela o viu pela primeira vez. Empurrou Hinata mato adentro, tentando fazer o mínimo de barulho possível. — Desculpa, Hina — disse manhosa, Hinata suspirou e se sentou em uma pedra.

— Sem loucuras! — Hinata disse, sabendo que isso já era algo impossível a essa altura. Tirou um livro velho de dentro da pequena bolsa que carregava nas costas, com uma das folhas amarelas saindo para fora. A capa era de couro mole marrom.

— Não acredito que ainda está fazendo isso, Hinata! Você está ficando obcecada.

— Esse é um dos poucos registros que nossos ancestrais deixaram, e que conseguimos salvar. Eu sei que devo ter deixado alguma coisa escapar — disse frustrada.

— Hina, todos já estudaram os diários dos antigos líderes, mas ninguém conseguiu encontrar nada que ligasse o clã Hyuuga ao Otsutsuki.

— Certo... mas todos acreditam que temos algum tipo de parentesco. Não creio que isso seja apenas por causa da cor dos nossos olhos, até porque eles nem possuem o Byakugan — o tom de voz baixou. — Eu quero acreditar que ainda existe uma chance de acabar com toda a rivalidade que temos, que já destruiu tantas vidas. Quero acreditar que podemos descobrir nossas origens, e assim acabar com toda essa guerra que nem mesmo sabemos como começou.

Ino suspirou. Concordava com Hinata, só não conseguia entender por que sua amiga ainda insistia tanto em tentar se tantos outros já o tinham feito sem obter nenhum resultado. Estaria ao lado de Hinata para o que ela precisasse, mesmo que isso significasse passar a vida relendo aqueles livros velhos junto a ela, então resolveu que voltaria a ler toda aquela velharia.

A era dos TalamaursOnde histórias criam vida. Descubra agora