Encontro

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Karin não tinha concordado com aquilo, mas no fundo achou a ideia genial. Queria ter feito algo tão imprudente quanto Sakura quando soube que teria que se relacionar com Itachi.

Ela gostava dele. Revirava-se durante horas em sua cama, lastimando-se por ele ser uma pessoa boa e íntegra. Ele merecia uma pessoa que o amasse de verdade, que soubesse dar-lhe o devido valor. Nunca conseguiu decidir se ficava mais chateada por ela ou por ele, pois sabia que nenhum dos dois poderiam ser felizes de verdade. Não no seu caso, ao menos, onde ela sabia não o amaria como um marido.

Suas mãos estavam enrugadas e com algumas manchas de tinta caseira que se espalhavam por algumas partes de seu braço. Isso por conta do produto químico que roubaram da sala médica — ela roubou quando Sakura a contou a ideia que teve. Pensava estar ainda mais nervosa do que a própria Sakura, seu coração estava apertado e a agonia era tamanha que ela já não sabia mais o que fazer. Andava de um lado para o outro, esperando sua amiga terminar de se arrumar. Depois disso, iria aliviar as dores dos seus pensamentos.

Naruto estava sentado em um banco de madeira na parte de trás do castelo, onde hortênsias, papoulas, álissios, dedaleiras, margaridas e muitas outras flores compunham um cenário agradável e romântico. Um tapete de grama se estendia do início ao fim do jardim, onde se encontrava um muro alto, em que já não se via mais o concreto por estar forrado por rosas de escalada. Arbustos cortados em formas cônicas formavam uma passagem que ia de um ponto a outro do local, facilitando a apreciação das plantas que, à noite, eram iluminadas por lamparinas que se estendiam no alto de postes de madeira pintados à mão de branco e ilustrados com folhas verdes. No meio de toda essa beleza, havia imensos arbustos com o símbolo real.

O rapaz estava nervoso e por isso procurava pensar em qualquer outra coisa, menos que aquilo seria um encontro. Seu coração pulou quando ouviu passos pesados. Levantou-se, sentindo suas palpitações ganharem ainda mais força.

De longe, a única coisa que conseguia ver era o sombreado do corpo de Sakura, quando mais perto, ele se assustou um pouco. Ela estava diferente. Nunca tinha visto nada como aquilo, mas pressupôs que era o jeito dela de se arrumar para ele. Sorriu.

Naruto não conseguiu falar nada, estavam a menos de um passo um do outro, mas ele só sorria enquanto observava com um misto de estranheza e admiração os cabelos mais lindos que ele já tinha visto. Sakura estava com um vestido vermelho e parecia completamente desconfortável por usá-lo. Os olhos verdes eram demasiadamente realçados com o corte mais curto do cabelo, que agora mal encostavam no ombro. Os fios, que antes eram de um tom de loiro escuro, agora estavam rosas, misturando-se à cor que sua bochecha e lábios tinham. Ela estava simples e perfeita e tudo acontecia de um jeito bem mais natural do que Naruto imaginou.

— Não vai falar nada? — Sakura disse, irritada.

— Gostei do cabelo.

— Hum... sério? — questionou, tocando uma mecha com as pontas dos dedos, em sua boca um biquinho havia se formado.

Ela estava decepcionada, seu plano de afastá-lo com algo louco e inimaginável parecia estar falhando. Já ele pensava que ela estava envergonhada pelo elogio. Passou o braço direito no esquerdo dela, começando a puxá-la.

— Eu sei que isso é estranho, mas saiba que eu não vou te...

— Me solta! — Se afastou. — Prefiro que a gente não fique tão próximo — falou um pouco mais calma.

Estavam os dois assustados com aquela situação. Ele porque sempre quis algo parecido, apesar de nunca ter ido atrás de uma pretendente, já Sakura... ela queria chorar. Mal conseguia se lembrar há quanto tempo tinha se sentido tão triste quanto agora.

A era dos TalamaursOnde histórias criam vida. Descubra agora