Um novo começo

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As nuvens carregadas impediam a passagem do sol, fazendo com que a tarde se tornasse escura. Uma garoa caía incessantemente, tornando o frio cada vez mais intenso, mas a mata aberta tinha sido uma ótima escolha para esperarem por Belial, que agora já demorava demais, para a agonia de Naruto que ainda tinha tantas perguntas a fazer.

Pensou em perguntar tudo para Ino, mas a situação estava um pouco caótica no momento, e também não conseguia parar de pensar na intensidade do olhar de Hinata, que, com seu tom peculiar de um cintilante lilás, fiz com que ele se sentisse amedrontado, ao mesmo passo que confortável.

Por sorte, Naruto conhecia uma falha passagem pelo muro que ele usava quando criança para fugir de seu padrinho e, consequentemente, de seu treinamento, desse jeito foi mais fácil sair de dentro da Muralha de Ferro com Hinata em suas costas. Agora ele velava pela Hyuuga, que estava deitada em uma esteira improvisada com folhas que ele e Ino fizeram e aproveitaram uma antiga estrutura de ferro e madeira que encontraram para usar de abrigo. Ino estava do lado de fora, quieta e pensativa. O corpo de Hinata começou a solavancar.

A Hyuuga abriu os olhos, deparando-se com as orbes azuis de Naruto compenetradas em si. Hinata não sentia dor alguma e a dormência que tinha antes agora não mais se fazia presente. Observou o mordido com atenção, ajoelhado em sua frente, demonstrando uma preocupação desnecessária para com ela. Se sentou, olhando ao redor à procura de Ino.

— Você está bem? — Naruto questionou.

— Sim. Estou. Onde Ino está?

— Ah... — Coçou a nuca, sem graça, abrindo um largo sorriso. — Está lá fora, quer que eu chame?

Hinata não conseguia entender o que tinha de errado com aquele humano. Se estivesse no lugar dele provavelmente estaria frustrada, furiosa, qualquer coisa que não incluísse um sorriso tão aberto e uma voz tão calma.

— Não. Não precisa. Você está bem? — ela perguntou, vendo-o se afastar para o canto e se sentar de frente para ela, segurando os joelhos junto ao peito.

— Acho que sim.

— Ainda deve estar muito confuso, imagino.

— É. Muito! — Sorriu mais uma vez e seus olhos pareceram se iluminar como uma lagoa ao refletir luz.

Hinata olhou para trás ao ouvir passos. Ino se abaixava para entrar no pequeno abrigo. Ela e Hinata trocaram um curto, porém significativo olhar, Belial veio logo atrás, e Hinata se tornou mais séria.

— Ele vai nos ajudar — Ino disse, sentando-se. Belial se sentou ao lado dela.

— Como consegue acreditar tão fácil, Ino? — Hinata perguntou.

— Princesa, eu não estou aqui para causar problemas. Ajudo vocês, vocês me ajudam e cada um segue seu caminho — respondeu Belial.

— Mas o que você quer? — Hinata sussurrou, alternando seus olhares entre ele e sua amiga.

— Quero que seu clã me deixe em paz. Sou um renegado agora, eu e meu clã. Preciso que garantam que não tentarão algo contra mim.

— Eu não posso te garantir nada. Além do mais, o que você teria para trocar pela segurança de seu clã? Por mais que eu não me importe com o que faça, não posso dizer o mesmo do meu pai ou dos outros líderes. Você também é um líder, sabe como as coisas funcionam. Ou se aliam a um lado, ou terão que lutar pela eternidade para se esconderem e não serem extintos.

— Eu sei — Belial balançou a cabeça solenemente. — Por isso eu tenho uma informação que pode ajudar vocês em muita coisa.

— Ainda assim não posso garantir que meu pai vá te ouvir.

A era dos TalamaursOnde histórias criam vida. Descubra agora