Animais

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El Bujeo — Cádiz

Por causa de sua sabedoria geográfica, Inoichi ficou responsável por encontrar o local ideal para a moradia dos Hyuuga e seus aliados. Ele levou em conta o posicionamento territorial de todos, inclusive dos Otsutsuki, que se instalaram em Cañada de la Jara, também situada em Cádiz.

Ao pisarem no solo preto característico do local, apelidaram-no de Floresta Negra, levando em conta as inúmeras e imensas árvores dali. Os talamaurs já começavam a chegar da Cidade de Ferro, muitos trazendo utensílios furtados consigo, entre eles cavalos, moedas, espadas e diversas outras coisas que acharam interessantes no momento.

O local estava escuro e o tempo abafado começava a se tornar gélido. Nuvens cinzas cobriam o brilho da lua e das estrelas, o vento já chiava nos ouvidos dos talamaurs, que começavam a se preocupar com a falta de roupa. Cigarras cantavam sem parar, em um som agoniante e repetitivo que anunciava o acasalamento, pareciam se alegrar com a possibilidade da chegada de chuva. Imensas coníferas se espalhavam para todos os lados, fazendo com que a floresta tomasse uma aparência mais sombria. Suas folhas eram verde-escuras, quase pretas. Mas elas não eram as únicas árvores ali.

Hinata estava um pouco mais afastada de todos, limpando a leve e afiada espada que havia tomado de sua presa. Hanabi, a alguns metros da irmã, afiava uma faca com lâmina ondulada e, entre as duas, havia um velho e imenso Carvalho. O tronco da árvore era grosso, e seus galhos se espalhavam para fora dela tomando conta de uma boa parte de terreno, afastando as Coníferas como se brigasse por seu território. Suas folhas eram mais claras e finas do que as das Coníferas, e Hinata tinha impressão de que aquela árvore já havia visto tanto do mundo quanto ela mesma, ou muito mais. Conseguiu imaginar dois amantes encontrando-se debaixo daquela planta, fazendo um piquenique enquanto aproveitavam o calor do sol e riam de coisas corriqueiras. Mas esse tempo se foi. Agora aquele Carvalho via outras coisas.

Neji e Sasori estavam sentados no chão, observando as moedas que apanharam de suas vítimas. Elas eram muito bem-feitas, cada uma com um valor e desenho diferentes. Curiosamente, cada moeda tinha um símbolo religioso nela, e muitos talamaurs ficaram intrigados com isso.

Hiashi e Inoichi usavam as habilidades de Shino, do clã Aburame, para rastrear cavernas e locais fechados que pudessem utilizar para dormir durante o dia enquanto não construíssem uma moradia adequada. O rapaz era um talamaur calado, que sempre usava óculos escuro por causa da sensibilidade que sentia nos olhos — assim como todo o resto de seu clã, que, antes de se aliar aos Hyuuga, viveram por anos em cavernas fechadas para não terem de escolher um lado.

Os Aburame eram portadores de um poder especial: conseguiam manipular insetos, e possuíam os Kamizuru — aliados dos Otsutsuki — como rivais diretos, já que estes podiam invocar abelhas e eram capazes de manipular terra.

Shino estendeu suas mãos, invocando seu poder, e os insetos começaram a se aglomerar rapidamente na frente do rapaz, que minutos depois abriu suas mãos e os enviou à procura de abrigo. Um alto zunido e batida de asas ecoaram, e todos que já estavam ali pararam para ver a linda formação que aqueles insetos de espécies diferentes formavam, indo de encontro ao desconhecido, obedecendo seu mestre.

Hinata agachou-se no chão, olhando o entalhe do pomo da espada, que tinha o formato da cabeça de dois leões com suas bocas abertas, onde o pescoço seria a empunhadura, a qual possuía uma juba, facilitando a aderência da mão. O guarda mão da espada também era curioso; redondo e saltava um pouco para fora, onde nascia a lâmina. Era como se fosse um buraco negro, de onde o leão de duas cabeças surgia com suas bocas abertas. A folha de aço preta que compunha a lâmina era leve e muito afiada, com corte dos dois lados. Era uma espada muito bem-feita e com um design mais firme, leve e encurvado do que as espadas normais. Ela nunca vira nada como aquilo antes, estava impressionada. Levantou-se do chão, segurou a espada com as duas mãos e a elevou à cabeça, lançando um corte vertical no ar e ouvindo o som cortante do metal chocando-se com o nada.

A era dos TalamaursOnde histórias criam vida. Descubra agora