A era dos Talamaurs

Juramento

Floresta negra

Neji era um dos mais importantes talamaurs na hierarquia do clã Hyuuga e seus aliados, estando apenas abaixo dos grandes líderes. Isso se devia não apenas ao fato de ele ser um dos mais habilidosos guerreiros que tinham, como também por sua capacidade estratégica nata. Por conta de todos os seus atributos, foi nomeado por Hiashi como protetor dos líderes, tendo como função principal vigiar e aniquilar toda e qualquer ameaça a tais integrantes.

Apesar de ser um talamaur quieto e considerado de poucos amigos, Neji não tinha nenhuma oposição ao seu posto e era respeitado por todos como um dos braços direito de Hiashi. Em seus sete séculos de vida, já teve oportunidade de enfrentar inúmeros guerreiros aliados dos Otsutsuki, inclusive Belial.

Isso havia acontecido muito tempo atrás, mas ele era capaz de se lembrar de cada detalhe. O líder Kurama não era apenas forte, como também dotado de uma inteligência admirável. Eles não chegaram a concluir a batalha corporal que tiveram, mas Neji não se importou muito com isso, até porque Belial era mais velho e, consequentemente, mais difícil de ser derrotado; levando em conta que, quanto maior a idade de um talamaur, mais fortes são seus ossos, e Neji não estava preparado para um inimigo daquele porte naquela época. Mas agora ele acreditava que, com a estratégia certa, conseguiria vencê-lo.

Ele acreditou em Hinata no momento em que viu os olhos arregalados dela. Por muito tempo teve mágoa de sua prima, já que, quando ela ainda era um bebê, foi sequestrada durante um ataque dos Otsutsuki, e Hizashi, pai de Neji, foi quem descobriu o que tinha acontecido antes de todos, enfrentando sozinho o inimigo, o pai de Belial. Os dois talamaurs entraram em um combate cruel e os dois morreram, Hizashi foi encontrado com o seu corpo ensanguentado caído de frente para o corpo do antigo líder Kurama. Ele era segurado por Hinata nos braços, que chorava sem parar. Neji que os encontrou.

Neji já era considerado um talamaur maduro naquela época, mas não conseguiu superar a morte de seu pai com facilidade. Ficou durante dois séculos sem conseguir falar com Hinata, até que seu tio o ordenou a treiná-la. Neji não questionou, mas esperava fazer da vida da talamaur um inferno. Não deu muito certo.

Ele era exigente, violento e frio durante todos os treinamentos, mas Hinata era persistente, fazia tudo o que ele mandava, sem medo, sem reclamar. Ela era completamente fiel aos seus comandos, esforçando-se durante todo o tempo livre que tinha para poder conseguir alcançar os objetivos impossíveis que ele a dava, até que o impossível já não fizesse mais parte de seu vocabulário.

Diante da persistência que ela o mostrava, Neji acabou se afeiçoando à sua prima de um jeito que jamais imaginava ser possível. Começou a compreendê-la, vendo que, apesar de ela ainda ter um pai, os dois eram mais parecidos do que ele pensava antes.

Mesmo assim, seus treinos não deixaram a rudeza de lado, só que agora o propósito para isso era torná-la forte apenas. Conhecia tudo nela; quando mentia, quando fingia entender alguma coisa, quando estava incomodada com alguma situação, sabia até o quão desconfortável ela se sentia ao lado de Sasori, mesmo que nunca tivessem conversado sobre isso. Então, sim, ele tinha certeza de que Hinata não havia mentido. Os Otsutsuki deviam estar aprontando alguma coisa.

Antes de conversar com o líder principal, Neji resolveu tomar uma atitude por conta própria, já que sua posição o dava liberdade para tal coisa. Junto com Sasori, Shino e Kiba, Neji iniciou uma busca por indícios de inimigos nas redondezas. Cada um tomou um caminho diferente, utilizando de suas técnicas rastreadoras; Neji com seu Byakugan, Sasori com suas marionetes, que ganhavam vidas através de sua energia vital, Shino usando seus insetos e Kiba Inuzuka fez o uso de sua peculiar habilidade de transmutação.