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Cortina de Ferro

Todos os nobres do castelo estavam na sala do rei. O vento gélido que entrava pelas janelas fazia com que todos se arrepiassem durante a coroação. As pessoas falavam sobre mal pressagio, sobre erro e sobre muitas outras superstições, a maioria ali temia por esse novo reinado pelo simples fato de Itachi estar sendo coroado apenas um dia depois da morte de seu pai.

Ele se encontrava sentado no trono, usando roupas negras de luto e sobre ela uma capa aveludada descia de seu ombro até suas botas de couro. A postura era de um verdadeiro rei, mas os olhos eram doces como os de um pai. Os demais presentes que não acreditavam em sorte tinham certeza de que ele, sim, seria um rei de verdade.

Karin estava na primeira fileira de pessoas, ao lado de seus amigos; Sakura, Temari e o mais novo da turma; Shikamaru, todos eles agora já sabiam sobre o que Sakura tinha dito a Itachi no dia anterior, no mausoléu, e todos estavam prontos para ajudá-la no que preciso fosse.

Nas mãos do conselheiro mais velho do reino, Jiraya, a coroa se fazia brilhar. O silêncio era quase comovente. Por mais que tentassem ouvir o que era dito aos sussurros por Jiraya para Itachi, ninguém conseguia, mas então a coroa desceu sobre a cabeça do herdeiro, mais um vento forte soprou nas peles dos nobres e o rei se ergueu do trono. Todos se dobraram para glorificá-lo.

Passados segundos da vênia, Itachi ergueu sua mão direita e pediu para que todos se colocassem de pé, virou as costas e se posicionou atrás do trono. Uma grande cortina foi puxada, revelando uma enorme sacada. Itachi caminhou imponentemente até ela, mostrando-se para o povo que se concentrava para ver o novo rei, como era costume.

Alguns apenas o olhavam, outros o praguejavam e uns o adoravam como se fosse uma divindade. Não durou muito e Itachi se retirou dali, largando sua capa real em cima do trono e indo para a sala do conselho. Fora, sem sombra de dúvidas, a coroação mais triste que tiveram em toda história depois da história.

O novo rei sabia disso, sabia também que tinha contribuído para isso com sua falta de palavras e por não ter ficado para o banquete que estava sendo oferecido para os nobres no castelo, mas ele também sabia que as providencias quanto à proteção da cidade contra as novas criaturas era o mais importante agora. Os conselheiros estranharam o pedido de medidas protetivas, mas Kakashi, Temari e Shikamaru, que estavam cientes do que estava em jogo, defenderam o pedido do rei.

Na estrada principal, Ino, Hinata, Sasori, Dan Koori, Boku Akimichi e sua esposa Syara Inuzuka faziam um meticuloso trabalho. Tinham entrado na floresta, olhado por todos os lugares, tentaram encontrar pegadas, mas nada encontraram. O temporal daquela madrugada levara consigo qualquer possibilidade de encontrarem algo fácil.

Estava cedo e, apesar da manhã nublada, ainda era muito estranho saberem que estavam caminhando sob os raios solares. Hinata sentia como se estivesse experimentando a real liberdade depois de tantos séculos vividos. Sabia que seu pai só tinha permitido que ela fosse nessa missão por conta do "laço de sangue" que ela deveria ter com o mordido, mas estava feliz por participar de tudo, ao mesmo tempo que temerosa.

Agora eles faziam uma outra coisa que jamais pensariam que fariam algum dia: cavavam uma cova para enterrar o corpo de Shurado, que começara a ser consumido pelos animais da floresta e já nem mais era possível identificá-lo. Aquele trabalho estava sendo desgastante, principalmente porque a única alimentada ali era Hinata, mas logo estariam dentro dos domínios humanos e se saciariam, já que nas estradas e na floresta nada tinham encontrado. O medo que sentiam agora era de que Toneri já tivesse encontrado o mordido, mas evitavam de pensar nessa possibilidade.

Quando estavam terminando de tapar a cova, ouviram um barulho que se assemelhava a uma corrente. Ino olhou para cada uma das faces ali presente: Hinata que já ativava seu Byakugan, Sasori que estava com sua marionete ao lado, Boku com seus cabelos loiros que seguiam até os ombros e sua forma física rechonchuda que lembrava a uma maçã, Dan que agitava seus dreads negros enquanto olhava para os lados e Sayara com seus cabelos curtos e sua mina saia de costume. Hinata apontou para trás e Ino se levantou, não estava vendo ninguém, mas o barulho da corrente aumentava a cada segundo.

A era dos TalamaursOnde histórias criam vida. Descubra agora