Oliver
Leonard e eu saímos da nossa primeira aula com vários outros alunos tumultuando o corredor como sempre.
Ambos nos movimentamos pelo grande fluxo de alunos enquanto a conversa rola solta.
Leonard, que caminhava na minha frente, em meio aos alunos, acaba esbarrando na Scarlett e em uma garota de cabelos verdes.
Os livros da Scarlett caem no chão em frente aos nossos pés.
Os olhares de nós quatro se cruzam.
Scarlett - Me desculpem, somos duas desastradas, não é, Úrsula?.
Noto o seu sorriso exagerado.
Úrsula - Somos? Eles que esbarraram em nós!. - Resmunga com a cara fechada.
Vejo a Scarlett lhe dar uma leve cotovelada, reprovando-a
Leonard - Não se preocupem, meninas, a culpa foi nossa!. - Ele abre um sorriso ameno e se curva rapidamente para pegar os livros. - Aqui está!. - Ele estende os livros a ela com a cortesia que só usa quando possui segundas intenções.
Scarlett os pega lentamente e sem jeito diante do Leonard.
O jeito dessa garota é tão estranho.
Scarlett - Obrigado, quanta gentileza!. - Ela ergue os ombros sutilmente, sem abandonar o seu sorriso largo.
Leonard - Eu sou mais gentil do que imagina!. - Ele morde o lábio inferior e pisca para ela.
Sorrio, incrédulo com tamanha vergonha alheia que sinto.
Úrsula - Anda, Scarlett!. - Diz, impaciente. Ela agarra o braço da amiga.
Scarlett - A gente se fala!. - Ela se afasta, sendo puxada pela tal de Úrsula.
Leonard acena para ela e me encara. - Irmão, na boa, você precisa me ajudar a conquistar essa garota. - Pede, levemente desesperado e com sangue nos olhos.
Dou de ombros. - Claro, e ainda te dou uma mãozinha para se livrar do namorado dela. - Brinco.
Ele assente, animado. - Valeu!.
Vejo a professora Mary se aproximando com as mãos cheias de coisas, dentre elas, livros e pastas.
Oliver - Opa, professora, quer uma ajuda?. - Fito sua situação.
A vejo abraçando as coisas com um certa dificuldade enquanto seu corpo está levemente torto para a direita.
Ela abre um sorriso torto. - Aqui eu dou conta, mas será que um de vocês pode ir até a sala dos professores e pegar a urna que eu deixei em cima da mesa?.
Oliver - Uma urna? Para quê?. - Pergunto, curioso.
Mary - Para sortearmos as duplas para o projeto!. - Ela faz o possível para não deixar cair nada!.
Franzo o cenho, confuso. - O quê? A senhora disse que poderíamos escolher as duplas!.
Mary - Eu sei, mas a diretoria fez essa mudança de última hora. Aula em cinco minutos, vejo vocês na sala!. - Ela se afasta pelo corredor, desengonçamente.
Oliver - Que droga!. - Bufo, irritado.
Leonard me encara, confuso. - O que foi?.
Oliver - Eu planejei fazer o projeto com o Benjamin, para passar mais tempo com ele e trabalhar na minha aposta. - Explico, revoltado. - Agora, com o sorteio, vai ser quase impossível fazer dupla com ele!. - Digo, insatisfeito.
Ele repousa a mão sobre o meu ombro. - Eu ficaria triste por você, mas isso me beneficia na aposta, então, se ferrou!. - Ele gargalha com satisfação.
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Apenas Uma Aposta - Livro I [Concluída]
Teen FictionBenjamin é um jovem de 18 anos com um passado repleto de dores e decepções que deixaram cicatrizes incuráveis na família Leblanc. O tempo foi passando e novos rumos foram tomados na intenção de deixar todo esse passado doloroso para trás, mas a inte...