[✓]𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐨𝐬 𝐞 𝐒𝐨𝐦𝐛𝐫𝐚𝐬| ᵃᶻʳᶦᵉˡ

Capítulo 11

━ 🦋 - ̗̀ SERENA CLARKE

— Ah, meu bichinho... Você achou mesmo que eu não te encontraria? — A voz de Kieran ecoou pela cela da qual eu estive presa por anos.

Não é real.

Não é real.

Ele. Não. É. Real.

— Olhe para mim, Serena — Sinto mãos agarrarem meus pulsos e um soluço escapa da minha garganta quando encaro seus olhos frios — Achou que fugiria de mim tão fácil? — Ele perguntou jogando meu corpo contra o chão frio — Visualmente, você acha que conseguirá se esconder apenas por tentar?

Ouço quando ele arrasta a corda grossa e pesada e enrola em sua mão, o sorriso diabólico no rosto de Kieran faz meu corpo se arrepiar e eu me encolho.

— Isso é para que você não se esqueça que é minha e eu sempre irei te encontrar — Ele fala se aproximando — Não importa aonde você esteja.

Sinto a corda bater contra minhas costas e um grito de dor escapa dos meus lábios.

Eu sabia que ninguém, absolutamente ninguém, era capaz de ouvir os meus gritos a cada choque da corda grossa e rígida contra minha carne rasgada e mole uma, duas, três, quatro vezes...

Meu corpo cansou. Caí como um peso morto sobre o chão com o coração ainda batendo, sobrevivendo. Rápido. Desesperado.

— Eu sempre encontrarei você.

Abri os olhos e me levantei da cama em um sobressalto. Correndo em direção ao banheiro, eu me ajoelhei em frente ao vaso colocando tudo o que havia comido para fora, minhas mãos tremiam e minha respiração estava ofegante.

Me encostei na parede sentido as lágrimas molharem meu rosto. Ele me encontraria. Não sabia como, mas ele iria me achar, iria me prender de novo e me torturar até que eu estivesse a um passo da morte.

Com dificuldade me levantei e andei até a pia lavando a boca. Meu corpo estava pesado, eu quero gritar, colocar tudo o que estou sentindo para fora. Encaro meu reflexo no espelho e sinto nojo de mim mesma, lembranças de quando Kieran me tocava vieram em minha mente me fazendo cravar as unhas em meu braço.

Então, eu parei de chorar.

Me enfureci mais em silêncio do que qualquer grito fosse capaz de expressar e suspirei profundamente, piscando os olhos uma, duas vezes para o resto das lágrimas vazar. Senti vontade de socar o espelho a minha frente, me virei e voltei para o quarto antes que isso realmente acontecesse.

Olho para a cama e depois para a grande janela. Sem pensar muito, me sento no sofá embutido que tinha na mesma e olho para o céu, minha boca se abre quando olho para todas aquelas estrelas.

Pela mãe, aquilo é... Divino!

Abraço meus joelhos e olhando para as estrelas, peço a Mãe que envie alguém para se tornar minha estrela mais brilhante.

🌪️

Havia se passado dois dias desde que tive aquele pesadelo, ele não se repetiu mais e eu tenho certeza que dormi por um dia inteiro. Não desci para tomar café com os outros. Afinal, era o momento de família deles da qual eu não fazia parte e eu também me sentia mais confortável sozinha.

Hoje, Nuala e Cerridwen me trouxeram uma bandeja de café da manhã e ficaram conversando comigo no quarto. Eu gostava delas, elas foram as únicas que não me julgaram com o olhar, além de Azriel e Feyre.