Capítulo 74

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━ 🦇 - ̗̀ AZRIEL

— Pela Mãe! Eu retiro o que disse! — Serena falou ofegante apoiando as mãos nos joelhos — Eu desisto!

— Acabamos de começar — Digo cruzando os braços.

— O sedentarismo... Céus — Murmurou voltando a me encarar.

— Você só precisa controlar sua respiração — Falei me aproximando e Serena negou com a cabeça fazendo uma careta — Vamos fazer assim, se você conseguir me dar um soco, nós paramos.

— É mais fácil eu fazer 100 abdominais — Ela falou e eu abri um sorriso.

— Você consegue, só precisa ser rápida — Falei e ela endireitou a coluna.

— Um soco — Concordei com a cabeça abrindo um sorrisinho. Serena se posicionou e ergueu os braços na altura do rosto, ela tentou acertar seu punho no meu rosto e eu desviei com facilidade.

Serena girou o corpo tentando me acertar com um chute, me defendi de forma rápida e sem parar para respirar ela direcionou seu cotovelo em direção ao meu rosto, segurei seu braço e ela usou o outro para acertar minha barriga. Puxei o braço que ainda segura fazendo com que suas costas batessem em meu abdômen, imobilizei seu outro braço e soltei uma risada fraca.

— Foi bonitinho — Disse em seu ouvido e Serena bufou se debatendo — Essa não é a melhor maneira de se soltar.

— Você poderia me soltar? — Ela me encarou com a sobrancelha arqueada e eu neguei.

— Faça isso sozinha — Ordenei — Seu inimigo não te soltaria se pedisse.

Minha parceira respirou fundo e voltou a puxar os braços, bufei uma risada a encarando com divertimento.

Serena fez cara de pensativa e então, seu rosto se virou lentamente em minha direção e seus olhos desceram para minha boca, sua cabeça tomba para trás a deitando em meu ombro. Ela toca o nariz na linha do meu maxilar enquanto se ajeita, levando os lábios à minha garganta. Estou sem ar, morrendo de medo de me mexer, de perder esse momento. Sua pele de repente fica quente e elétrica sob meu toque. Meu coração bate mais rápido, mais forte.

E então, sinto seu pé pisando no meu. Serena se solta dos meus braços e os segura antes de me acertar uma rasteira. Não tive tempo de raciocinar, apenas senti minhas costas baterem contra a neve e suas pernas prenderem meu quadril.

— Se distraiu, mestre-espião? — Abri os olhos encarando seu rosto perto do meu.

— Isso... Não foi justo — Murmurei e ela soltou uma risada.

— Meu inimigo não irá ser justo — Disse olhando em meus olhos. Minhas mãos desceram em direção a sua cintura, minha respiração falhou quando ela moveu o quadril ficando em cima do meu membro duro por debaixo do uniforme — Não soquei seu rosto mas derrubei você. Como se sente com isso?

Em um movimento rápido, virei nossos corpos ficando entre suas pernas, Serena ofegou quando prendi suas mãos sobre sua cabeça.

— Você não vai poder fazer o que fez com seu inimigo — Falei próximo ao seu rosto olhando fixamente para seus olhos.

— Não? — Ronronou aproximando sua boca da minha — Talvez eu faça.

Apertei o maxilar soltando seus pulsos, acariciei sua bochecha ouvindo sua respiração entrecortada, contornei seus lábios com o polegar sentindo a necessidade de beijá-los, de senti-los.

— Não irá fazer — Sussurrei seriamente antes de pressionar meus lábios contra os seus. Suas mãos deslizaram pela minha barriga antes de subirem novamente e agarrarem os cabelos na minha nuca, aperto sua coxa quando nossas línguas entraram em guerra por espaço em nossas bocas.

Paro de súbito. Afasto-me. Quero admirá-la, estudá-la. Lembrar a mim mesmo que Serena está realmente aqui, que é mesmo minha. E quando a olho nos olhos sou tomado por um sentimento avassalador que ameaça me afogar. E logo ela está me beijando novamente, mesmo enquanto me esforço para recuperar o ar, e todo tipo de pensamento é empurrado para longe quando ela está montada em mim em um movimento tão rápido que não fui capaz de raciocinar, meus pensamentos rodavam na sensação de ter sua boca na minha. Suas mãos, tocando o meu corpo, assim como as minhas tocam o seu.

Deixo-a me tocar do jeito que ela quer, deixo-a colocar as mãos no meu corpo e me beijar onde ela preferir. Ela me toca como se fosse minha dona, como se eu já lhe pertencesse, e não me importo. Eu gosto do que está acontecendo. E deixo que ela tome a iniciativa enquanto eu puder suportar.

— Você... — Murmura ao se afastar minimamente, minhas mãos apertavam sua cintura quando ela encarou meu rosto — Você é lindo.

Ela está beijando a linha do meu maxilar agora, meu pescoço logo em seguida. Seu quadril se move lentamente em meu colo e isso irá me levar a loucura, sinto como se não pudesse respirar. Sinto muito calor. Eu me sinto delirante.

— Tão lindo — Pressiono-a contra minha ereção. Serena arfa me encarando nos olhos, minhas mãos obrigam seus quadris a se mexerem me fazendo soltar um suspiro trêmulo.

Quero que ela saiba. Saiba o tamanho do efeito que tem sobre mim, saiba que me tem em suas mãos. Sei que ela está sentindo meu cheiro, assim como eu sinto o dela, o aroma doce que emana de seu corpo, o desejo em seus olhos, vibrando em seu corpo que chama por mim.

Eu poderia rasgar sua roupa aqui mesmo.

— Meu amor — Sussurro quando ela aperta o rosto na minha bochecha e me beija, suavemente, logo abaixo da mandíbula. Meus olhos se fecham automaticamente quando seus dentes mordiscam o lóbulo da minha orelha. Minhas mãos apertavam sua bunda e minhas sombras tocam seu corpo.

— Na neve, gente? Tantos lugares para transarem e irão fazer isso aqui na neve? Aqui fora no frio? — Minha parceira se afasta de mim bruscamente e eu franzo o cenho — Eu pedi para você me avisar, menina, não é legal ver sua melhor amiga quase arrancando a roupa do parceiro.

— Bryce! — Exclama abrindo um sorriso irônico — Assuma o controle, lembra?

— Eu ainda estou aqui — Murmuro chamando sua atenção — E não sei se estou ficando louco, mas estou ouvindo o Bryce.

Está me ouvindo? Mentira! — A coruja pousa ao lado de Serena que me encarava confusa.

— Está entendo ele? — Pergunta — Tipo, ouvindo ele? Mesmo?

— Mesmo — Concordo.

— Gente, que ótimo! Mais alguém para mim conversar — Bryce falou.

— Mais alguém pra escutar as coisas sem noção que você fala — Serena falou levando-se do meu colo, engoli em seco encarando minha ereção e me levantei rapidamente.

— Vocês estavam se pegando no chão gelado e eu quem sou o sem noção? — Ele pergunta pousando no ombro da minha parceira.

— Podemos focar no fato de que ele pode entender você? — Serena me olha rapidamente parecendo constrangida — E por quê isso só aconteceu agora?

Eu não sei o porquê — Ele responde — Talvez seja por ele ser seu parceiro.

— E o que isso tem a ver com você? — Franze o cenho — Ele é meu parceiro, não o seu.

— Mas você está ligada comigo. Vocês tem um laço de parceria e isso pode ser o motivo — Explica e Serena concorda — Ou não.

— Talvez tenha algo no livro — Disse — Podemos procurar.

— Pode ser.

— Você vem? — Serena se virou para mim.

— Irei... Em alguns minutos — Respondi abrindo um pequeno sorriso.

— Ok — Sussurou se virando. Observei ela andar em direção ao chalé e então olhei para baixo.

Isso com certeza não sumirá com um banho gelado.

[✓]𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐨𝐬 𝐞 𝐒𝐨𝐦𝐛𝐫𝐚𝐬| ᵃᶻʳᶦᵉˡ Onde histórias criam vida. Descubra agora