[✓]𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐨𝐬 𝐞 𝐒𝐨𝐦𝐛𝐫𝐚𝐬| ᵃᶻʳᶦᵉˡ

Capítulo 94

━ 🦋 - ̗̀ SERENA CLARKE

Estou flutuando.

Sem peso e, no entanto, sentindo o puxão para baixo por causa dele, no destino de afundar para sempre. Luz fraca fratura a escuridão atrás dos meus olhos e, na luz, vejo água. Meu sol e lua são o mar; minhas montanhas, o oceano. Vivo em líquido que nunca bebo, afogando-me constantemente em águas marmorizadas e leitosas. Minha respiração é pesada, automática, mecânica. Forçando inspirações, forçando expirações.

Minhas pálpebras tremem e eu ouço algo, sinto algo.

Aperto os olhos para o novo conjunto de formas e cores, formas borradas. Cerro os punhos, mas minha carne é macia; meus ossos, como massa fresca; minha pele, descasca-se em flocos úmidos.

Escuridão é tudo o que tem ali meu redor. Pisquei algumas vezes franzindo o cenho e me sentei apertando o lençol contra meu peito. Meu corpo se arrepiou quando meus pés tocaram o chão e eu me levantei.

Onde eu estou?

Comecei a andar para nenhum lugar em si, eu aprendi estava indo para onde minha intuição me mandava.

Eu deveria gritar? Talvez, chamar por alguém?

Parei de andar e prendi a respiração ao sentir uma presença. Meus olhos disparam em todas as direções o procurando.

Dei um sobressalto ao sentir um vulto passar sobre mim soltando uma risadinha.

Que merda é essa?

— Você finalmente acordou — Virei minha cabeça lentamente olhando por cima do ombro aquela escuridão até olhos vermelhos aparecerem.

— Mas o que...? — Minha boca se abriu e eu me virei por completo, uma pequena fresta de luz iluminou o lugar me dando oportunidade de enxergar uma silhueta — Quem é você?!

— Como assim quem sou eu? — Perguntou a voz sombria e pude vê-la cruzar os braços — Eu sou você.

— Como é que é?

— É óbvio que você não sabe sobre mim — Ela deu um passo se aproximando  — Eu sou você. Sou sua parte sombria.

Tombei a cabeça pro lado apertando o lençol mais forte.

— Eu sou sua fonte de magia também — Continuou.

— Como assim?

— Sua magia vem de mim — Disse — É claro que ela pertence a você, mas é por minha causa que você não perdeu o controle e matou todo mundo.

— Ah... Deixa eu ver se entendi — Me aproximei lentamente e ela fez o mesmo — Você sou eu, só que é minha parte sombria.

— Sim.

— E minha magia é controlada por sua causa.

— Ah... Não — Negou me fazendo franzir o cenho — Você controla sua magia, Serena, eu estou aqui apenas para fazer você usar o necessário.

— Certo... — Resmunguei e ele se aproximou mais — Como gosta de ser chamado? Você tem um nome?

— Eu não tenho um nome. Eu sou você, querida — Repetiu.

— Não vou chamar você pelo meu nome — Falei estreitando os olhos — Eu vou chamar você de... Lilith — Sorri.

— Lilith? — Perguntou e eu dei de ombros — Eu gostei!

— Que bom — Falei — Agora, onde eu estou?

— Na sua mente — Respondeu e se aproximou, dessa vez consegui vê-la por completo e ela não passava de uma silhueta.