Capítulo 38

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NARRADOR

Lucien suspirou quando entrou no quarto e viu a bandeja de comida que havia trazido para Serena intacta. Ela não comeu nada desde quando Lucien a encontrou. Ela não falava nenhuma palavra, nem mesmo com Bryce, não se mexia e não dormia, apenas ficava sentada na poltrona observando os flocos de neve.

— Serena... Você precisa comer — Lucien falou se ajoelhando em sua frente e Serena o olhou. Era a única resposta que Lucien recebia.

Um olhar vazio, quebrado e sem brilho.

— Você não pode continuar assim — Lucien tocou seu rosto pálido — Por favor.

— Não estou com fome — Palavras ditas em um sussurro, Lucien ficou em pé novamente e pegou o corpo de Serena no colo. Ela não protestou, não tinha forças pra isso.

Lucien a deitou na cama e a cobriu.

— Durma um pouco — Ele falou e deu pequeno sorriso — Estarei aqui quando você acordar.

Serena concordou com a cabeça e fechou os olhos devagar, não demorou muito para sua respiração ficar lenta e pesada. Quem visse seu rosto calmo nem imaginaria o caos que está sua mente.

Lucien desviou seus olhos para janela e Bryce entrou pela mesma jogando um papel para Lucien.

"Preciso que me dê uma adaga bem afiada. Uma que mate um Illyriano bem rápido" – Era o que estava escrito no papel, Lucien arqueou a sobrancelha e encarou a coruja.

— Não irei te dá uma adaga — O ruivo disse em um tom óbvio e Bryce piou — Eles saberão que foi eu quem lhe deu e irão vir atrás de mim.

Bryce bateu as asas soltando um grunhido e pousou ao lado de Serena.

— Precisamos fazer algo para ajudá-la. Serena não pode continuar assim, Bryce, ela não come e nem dorme faz três dias — Lucien soltou um suspiro — Preciso de algo que faça ela querer viver de novo — Entre franziu o cenho — Você não tem nada que é importante pra ela? — Bryce negou com a cabeça e Lucien passou a mão nos cabelos se sentando na cama — Como poderiam machucá-la desse jeito?

Bryce se aproximou de Serena e se encolheu ao seu lado. Ele não estava aguentando ver Serena assim, não era como ela ficava quando estava no domínio de Kieran, era pior. Era como se ela estivesse morta, mas seu corpo ainda funcionava e Bryce temia por isso.

Azriel estava no mesmo estado. Não saia do seu apartamento, não comia, nem dormia, a única coisa que ele fazia era se entupir de vinho e ouvir suas sombras – que apareceram de novo – jogarem na sua cara o motivo dele estar naquele estado. Azriel não as respondia, ele apenas escutava e sentia a culpa pesar em seus ombros.

Az não falou com ninguém do Círculo Íntimo. Cassian, Mor e Nestha apareciam constantemente no seu apartamento e Azriel apenas os ignorava. Feyre tentou conversar com ele, mas Azriel nem encarou seu rosto. Rhysand apareceu também e bastou um olhar frio do mestre-espião para ele ir embora, até Amren tentou conversar com ele, mas Az não deu nenhum sinal para mostrar que se importava com suas palavras.

Azriel cambaleou em direção a cozinha e abriu as portas dos armários e a geladeira em busca de mais uma garrafa, ele não encontrou. Qualquer um que entrasse em seu apartamento teria a visão desagradável que ele estava. Garrafas espalhadas por todos os lados, cacos de vidro no chão por causa do surtos de raiva que o mesmo tinha, sua sala ainda estava destruída e Azriel não estava nem aí pra isso; ele não se importava com o que pensariam se o vissem naquele estado.

Quando ele estava se preparando para voltar para o quarto, Azriel escutou batidas suaves na porta. Suas sombras se agitaram e pareceram ficar mais escuras.

Sua porta se abriu revelando Cassian e quando ele adentrou o local, Elain pareceu.

— Como você tem coragem de aparecer aqui depois de tudo o que fez? — Azriel perguntou se aproximando mas Cassian entrou em sua frente.

Querendo ou não Elain ainda era irmã da sua grã-senhora.

— Eu só queria conversar... Eu... Preciso... — Elain falou em um sussuro e Az a interrompeu olhando para Cassian.

— Por que a trouxe aqui? — Ele perguntou com a voz fria.

— Não a trouxe. Quando eu cheguei ela já estava aqui — Cassian respondeu sem se abalar com a frieza do irmão, ele sabia que não era pra ele que ela estava sendo dirigida.

— Vá embora! — Azriel rosnou e Elain de um passo a frente.

— Por favor, Az... Só me escute — Elain falou com a voz trêmula — Eu sinto muito por tudo o que eu fiz. Me desculpe, me desculpe...

— Por que fez aquilo? Qual é a droga do seu problema? — Azriel encarou seus olhos e Elain se encolheu.

— Quando você... Você disse que não tínhamos nada. A frieza em sua fala, ela... — Ela tropeçou nas próprias palavras — Você me machucou.

— Eu. Não fiz. Nada pra você — Disse pausadamente — Eu perdi minha parceira! Ela me odeia por sua culpa e é você quem está machucada?

— Não fui eu quem mentiu pra ela — Elain retrucou e Azrieln abriu um sorriso infeliz.

— Tire-a daqui, Cassian — Azriel rosnou.

— Eu estou aqui tentando me desculpar com você, por que não pode só me ouvir?

— Eu não sou obrigado a ouvir suas desculpas sendo que você não se sente mal por ter feito isso — Retrucou a olhando com raiva — Então por favor, cale a boca e saía do meu apartamento! — Elain deu um sobressalto quando Azriel elevou a voz e suas sombras se espalharam como uma explosão — Tire-a daqui, Cassian! Antes que eu mate ela.

As costas de Cassian ficaram rígidas e ele encarou Elain que tropeçou enquanto andava em direção a porta, antes de sair ela olhou uma última vez para Azriel.

— Eu sinto nojo de você — Ele falou e entrou no corredor que dava em direção ao seu quarto. Elain encarou Cassian e engoliu em seco quando o General se aproximou parando em sua frente.

— Eu acho melhor você ir — Ele falou — Ficarei aqui para impedi-lo de fazer algo que o prejudique depois.

Elain concordou e se virou saindo dali. Cassian fechou a porta e soltou um suspiro trêmulo ao ouvir Azriel quebrar outras garrafas.

 Cassian fechou a porta e soltou um suspiro trêmulo ao ouvir Azriel quebrar outras garrafas

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Eu escrevendo os capítulos e sofrendo juntos com os personagens:

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[✓]𝐂𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐨𝐬 𝐞 𝐒𝐨𝐦𝐛𝐫𝐚𝐬| ᵃᶻʳᶦᵉˡ Onde histórias criam vida. Descubra agora