CAPÍTULO VINTE

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   Como se fosse possível, Yoki voltou de suas aulas um fiado de vida. A garota tinha se atrasado para o encontro que tinha com Akemi todos os dias na entrada do Pavilhão das Águas Tranquilas, o que fez com que Akemi deduzisse que ela estaria só o pó por causa do seu treinamento. Então foi jantar sozinha, ao final preparou uma bandeja de comida para ela, foi uma sequência de lamentações incessantes para conseguir a permissão das cozinheiras, mas elas acabaram cedendo. 

   Assim como ela havia previsto, o quarto estava vazio e após sete minutos, a garota entrou. Yoki por pouco não beijou os pés de Akemi em agradecimento. Ela comeu todo o seu jantar e depois de um longo banho, pegou no sono.

   Akemi pegou sua bandeja e levou de volta para a cozinha, esse era o combinado que havia feito e ela ainda não era capaz de teletransportar objetos como o professor Kondo. Depois que deixou a cozinha, seguiu seu caminho até o jardim em ruínas para se encontrar com Hikari. 

   ㅡ Está atrasada ㅡ observou a garota com tom repreensor, assim que Akemi chegou. Hikari estava deitada de costas no único banco intacto do lugar.

   ㅡ Você disse depois do jantar, não especificou a hora.

   Hikari se ergueu em um salto. Seu hobby de cetim roxo balançou agressivamente com seu movimento brusco. Onde ela consegue tantos desses hobbys?

   ㅡ Primeira lição ㅡ disse ela com as mãos nas costas. ㅡ Hogosha devem ser sempre pontuais, qualquer atraso por menor que seja, pode resultar em uma morte.

   Faz sentido no final das contas.

   ㅡ Lamento o atraso, estava esperando Yoki chegar ㅡ Akemi fez uma reverência. 

   Hikari deu de ombros. Começou a caminhar na direção onde Akemi estava.

   ㅡ Ela é sua filha por acaso? ㅡ Murmurou ao passar ao lado dela. ㅡ Vem comigo.

   Ela seguiu para o meio da vegetação que cercava o jardim, não parecia ter intenção de pegar uma estrada ou algum caminho. Akemi correu para alcançá-la.

   ㅡ Onde vamos? ㅡ Indagou. 

   ㅡ Para longe deste lugar, ele é como uma lanterna gigante para a Mestra e, não quero encontrá-la por conta do seu azar.

   Akemi pigarrou.

   ㅡ Você é quem traz azar. Já vim aqui diversas vezes e a única vez que a encontrei eu estava em sua companhia.

   As duas estavam andando lado a lado. 

   ㅡ Por que vai tanto ao jardim? ㅡ Perguntou Hikari olhando para outra de esguelha. 

   Diferentemente do caminho que levava ao jardim pessoal que era vezes sim iluminado pelas luminárias velhas e outras vezes pela luz da lua, a direção para qual Hikari as conduzia não havia sinal nenhum de vida, ali as árvores impediam que a luz da lua iluminasse, tornando tudo muito escuro e difícil de enxergar.

   ㅡ Me sinto bem.

   Hikari suspirou, murmurando entre dentes: ㅡ Mais um que me vem com essa. Se continuar assim aquilo vai acabar virando um templo.

   A garota fazia parecer que andar no escuro algo simples, mas estava sendo irritantemente difícil para Akemi acompanhá-la sem cair em cada passo que dava, e as murmurações da outra não estavam tornando nada mais fácil.

   ㅡ Será que você pode parar com isso? 

   ㅡ Parar com o que?

   ㅡ Parar de falar em enigmas… 

IY- Ao Cair Da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora