CAPÍTULO QUINZE

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   Toda a distância percorrida e o frio intenso que a assolava foram esquecidos diante do seu desespero em encontrar um esconderijo ou um lugar seguro para definhar em sua mágoa e amargura, seu medo e inseguranças. Akemi correu por um longo tempo, tendo apenas um lugar em mente. Quando chegou ao seu destino, jogou-se de joelhos no solo de pedra. Em menos de 10 segundos, ela caiu em prantos.

   Depois de passar tanto tempo dentro de um cômodo mofado, coberto por infiltrações, foi uma dádiva poder respirar ar parcialmente limpo, senti-lo entrar em seus pulmões

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   Depois de passar tanto tempo dentro de um cômodo mofado, coberto por infiltrações, foi uma dádiva poder respirar ar parcialmente limpo, senti-lo entrar em seus pulmões. Mesmo que sua febre não tivesse cessado, ela se sentia bem por não estar enfurnada dentro daquele sótão. 

   Estava no final da tarde, mas ela não sentia frio. Segundo o que ouviu do Dr. Taill era normal a desregulação de sua sensação térmica, pois estava em um estado febril. Ele não lhe deu um diagnóstico concreto sobre o estado doentio que ela se encontrava, apenas disse que poderia ser o resultado da saudade que ela sentia dos seus familiares. 

   Talvez fosse verdade, ela se sentia vazia sem ter a tia e a mãe ali ao seu lado.

   "Não chore", repetiu mentalmente. 

   Caminhou até o balanço enferrujado no meio da grama alta, o lugar ficava nos fundos do orfanato, estava completamente vazio e em perfeito abandono, assim como ela. Como os outros internos do orfanato estavam no jantar, deduziu que ela não os iria encontrar ali.

   O balanço rangeu quando ela se sentou. Olhou para o céu azul acinzentado que se entendia para uma vastidão, condensando-se no horizonte com o vermelho e o arroxeado do pôr do sol. Sua mãe gostava de ver o pôr do sol, também gostava da natureza, do canto dos pássaros, do frescor do vento, do chacoalhar das folhas. Esse era um dos motivos que contribuíram para que Nara comprasse uma cabana em um bosque.

   Akemi sentiu seu peito apertar.

   Como Nara fazia falta…

   Escutou o som de grama sendo amassada. Abaixou os olhos rapidamente, tirando sua atenção do céu. 

   ㅡ Olha quem está aqui ㅡ cantarolou um garoto com deleite cruel, enquanto caminhava na direção do balanço. ㅡ A aberração. 

   O garoto dentuço sorriu para ela, deixando exposto cada dente torto que tinha. Com as mãos começando a ficar úmidas, Akemi soltou a mão direita da corrente e segurou uma mecha do seu cabelo branco, encolhendo o corpo em seguida.

   ㅡ Não sou uma aberração! ㅡ Retrucou com um sussurrou, olhando para a gramado chão. 

   De trás do garoto dentuço, mais quatro crianças se aproximaram, amassando a grama por onde passavam.

IY- Ao Cair Da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora