Desta vez Kyoto não conseguiu escapar das consequências quando novamente apareceu com um aprendiz ferido na enfermaria, não pelo ferimento em si, mas pelo que os causou. Seu sistema de segurança havia atacado um aprendiz, não somente, tentado matar, o que causou uma grande comoção e o homem teve que se responsabilizar por isso.Hikari gostaria de rir na cara do professor, mas estava tão concentrada no que faria a seguir que não o fez, ainda mais quando a reitora Ikeda surgiu na enfermaria e perguntou a ele o que havia acontecido e Kyoto respondeu-lhe que tinha sido um erro inteiramente dele e que havia sido irresponsável por não fazer manutenção em seu sistema depois de tantos anos em uso. Ikeda pareceu engolir sua resposta, mas obviamente não ficou feliz com a falha que poderia ter resultado em uma morte.
No entanto, a resposta do professor chamou a atenção de Hikari. O sistema de segurança da sala de cultivo era restaurado a cada vez que o professor entrava nela, não havia problema algum na sua segurança. Para a proteção do lugar ter reagido daquela maneira, só havia uma motivo, uma vez que aquele sistema reconhecia a energia de todos os indivíduos que residiam na Academia. A energia de Akemi não foi reconhecida, mas não a energia da Akemi, mas a coisa dentro dela.
Deitada em uma das camas da enfermaria, Hikari olhou para seu lado direito, certificando se Akemi ㅡ que havia sido sedada pela enfermeira hogosha ㅡ, já havia pegado no sono, levantou.
Descendo da cama, caminhou até os dois rapazes sentados ao lado da porta de entrada e agarrou Inoue pelo sobretudo peludo, colocando o dedo indicador sobre a própria boca quando o garoto pareceu que iria protestar, mandando-o ficar calado.
"Fique aqui com a Akemi, não deixe que ela saia sozinha", pediu a Ren, que olhava surpreso pela investida abrupta contra o outro. Ele assentiu em confirmação.
Hikari puxou Inoue para fora da enfermaria, parando só para pegar seus sapatos no genkan, antes de continuar a arrastá-lo pelos corredores, para fora do edifício. Não disse nada durante o caminho, sua garganta estava obstruída pela raiva, não conseguiria dizer nada nem se quisesse.
Inoue deixou ser arrastado sem relutar.
Somente ao chegar na parte de trás do Pavilhão da Sonoridade que Hikari parou de andar e deixou os sapatos caírem na grama, em seguida jogou o garoto com força contra a parede de pedra.
ㅡ Agora você vai me dizer tudo o que sabe ㅡ Sibilou entre dentes. ㅡ Ou eu juro que de você só vai sobrar esse casaco abominável.
Inoue sorriu de lado, mas não disse nada, a aura ao seu redor abarrotada de pura presunção. Isso só atiçou a ira de Hikari ainda mais, ela não tava com cabeça para aturar a atitude do garoto e estava a cada segundo menos segura de que poderia se conter, e pouco se importava. Só sabia que se ele não abrisse a boca para lhe contar tudo o que sabia, ela realmente não se conteria ao esfolá-lo vivo.
Aguardou alguns segundos, dando a Inoue a opção de decidir por bem o que faria. Ele continuou com a mesma expressão.
O coração de Hikari acelerou conforme a raiva explodiu, cerrou os dentes e antes de soltar o garoto, apertou o casaco de pele com força e o empurrou novamente com muita agressividade, soltando-o. Ela se afastou bruscamente e girou sobre o calcanhar, erguendo o braço direito onde sua besta se projetou em sua mão.
Parado, encostado na parede, o semblante de Inoue havia mudado, estava indecifrável.
Hikari, com rosto vermelho, não hesitou nenhum segundo ao puxar o gatilho, mirando a testa de marcas negras do aprendiz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
IY- Ao Cair Da Noite
Diversos[EM PAUSA] Deixada num orfanato moribundo em Nova York aos 7 anos de idade, Akemi Watanabe foge do casarão mofado para viver como batedora de carteira nas ruas. Agora, 10 anos após a morte da mãe e o abandono da tia, ela continua sobrevivendo co...