Kurama foi o primeiro a reagir, o sorriso assustador do rapaz não vacilou em nenhum momento, e era isso o que parecia ter deixado a Mari subitamente nervosa.
ㅡ Você é engraçada, pequena ladra. ㅡ Disse o rapaz.
Akemi arqueou uma de suas sobrancelhas e inclinou a cabeça. Seu olhar varreu o trio.
ㅡ É assim que vocês fazem? ㅡ Indagou, para sua surpresa seu tom era afiado, como se ela realmente não tivesse medo daquelas pessoas e não tivesse passado toda a vida fugindo delas. ㅡ Desacordam e cercam suas vítimas? Se querem me matar, vão em frente, mas corta a ladainha.
Pela expressão de ofensa explícita no rosto da moça, Akemi pode deduzir que ela já havia escutado alguma das histórias contadas sobre os meio-youkais do Instituto Youkai. Mas sua reação fez com que ela se questionasse o motivo de se sentir ofendida, ela duvidava que eles fossem seres gentis de qualquer forma.
Kurama sorriu, um sorriso assustador. Mari disparou antes que ele pudesse comentar qualquer coisa:
ㅡ Que tal se falássemos sobre isso no jantar? ㅡ Sorriu. ㅡ Nunca é bom discutir de barriga vazia.
Ela não esperou que Akemi aceitasse o convite. Dando as costas para todos na sala, a hogosha saiu.
Percebendo que não tinha escolha se não dançar conforme a música, e que não conseguiria sair dali sem suar bastante ㅡ se conseguisse sair ㅡ, Akemi a seguiu. Qualquer lugar que Mari fosse seria melhor do que ficar mais tempo com os dois rapazes.
Acompanhando a jovem Hogosha, ela a seguiu até uma varanda cercada de vidro, onde havia uma mesa vermelha com oito lugares. Sobre a mesa diversas comidas estavam postas em louças de porcelana decoradas, comidas tanto norte-americanas quanto japonesas.
ㅡ Então o lance de vocês é opressão psicológica, não assassinato? ㅡ Comentou Akemi enquanto se aproximava da mesa.
Mari lhe lançou um olhar de reprovação.
ㅡ Não queremos matar você. E acho que não deveria acreditar em tudo o que te contam.
Akemi deu de ombro.
ㅡ Não tenho motivos para duvidar.
Mari se sentou, dando algumas batidinhas na cadeira ao seu lado direito. Um pedido para que Akemi se sentasse.
ㅡ Quem trocou minhas roupas? ㅡ Questionou enquanto se sentava. Ela não havia visto nenhuma outra pessoa além dos três hogosha e ela naquela cobertura.
ㅡ Eu. Me desculpe se isso te incomodou, não pretendia ser tão invasiva.
Como poderia não incomodar?
Foi inevitável olhar para as mãos cobertas da moça. Tecnicamente ela não tinha lhe tocado.
ㅡ Por que você se sentiria culpada caso eu não acordasse? ㅡ Akemi perguntou, se lembrando do comentário da hogosha na sala de estar.
Ela percebeu a mudança repentina no comportamento da outra. Abruptamente Mari parecia estar extremamente interessada no assunto. Ela se virou na cadeira para encarar Akemi com seus olhos jade.
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IY- Ao Cair Da Noite
De Todo[EM PAUSA] Deixada num orfanato moribundo em Nova York aos 7 anos de idade, Akemi Watanabe foge do casarão mofado para viver como batedora de carteira nas ruas. Agora, 10 anos após a morte da mãe e o abandono da tia, ela continua sobrevivendo co...