[EM PAUSA]
Deixada num orfanato moribundo em Nova York aos 7 anos de idade, Akemi Watanabe foge do casarão mofado para viver como batedora de carteira nas ruas.
Agora, 10 anos após a morte da mãe e o abandono da tia, ela continua sobrevivendo co...
Akemi estava novamente caminhando pelo túnel fétido de pedras.
"Por que estou sonhando com isso de novo?"
Escutou o som dos passos desconhecidos vindo da escuridão.
ㅡ Você demorou, pequena. ㅡ Soou a voz rouca indecifrável. ㅡ Está muito atrasada… Devo alertá-la: Enquanto você demora, ela sangra. Enquanto você dorme, ela chora. Enquanto você luta, ela perde a vida…
E exatamente como em todas as vezes que teve aquele mesmo maldito sonho, tudo seguiu como mandava o roteiro. Nada foi alterado. Observou os cães emergirem da escuridão, e observou o cão de olhos dourados saltar em sua garganta.
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Akemi passou grande parte da sua manhã fazendo seus deveres para as aulas da tarde, depois foi para sua aula de técnicas de aprisionamento. Ao terminar da aula, percorreu todo o longo caminho até o dormitou e deixou suas coisas no quarto, depois voltou por todo o mesmo longo e exaustivo caminho de volta ao Pavilhão das Águas Tranquilas, para ajudar na cozinha. Como de costume, Hikari já estava lá.
A garota usava seu uniforme ㅡ kimono prata com desenhos negros de carpas gêmeas ㅡ, ela tinha prendido seu cabelo com um elástico e estava sentada na longa mesa da cozinha descascando vegetais.
Uma das cozinheiras cujo nome Akemi não se lembrava, estava na cozinha, a mulher de cabelo vermelho como fogo olhou para Akemi assim que ela cruzou a entrada.
ㅡ Já sabe o que fazer ㅡ falou, indicando o faqueiro de madeira sobre um dos vários armários. Seu dedo mudou para a direção onde Hikari estava. ㅡ Ajude-a.
ㅡ Preciso? ㅡ Retrucou Akemi esperançosa. ㅡ Eu poderia ajudar em outra coisa, sabe…
Desde o início da detenção, as duas garotas foram colocadas pelas cozinheiras para trabalharem juntas, sempre nas mesmas coisas e ao mesmo tempo. Era como ter uma segunda sombra.
Hikari riu baixo, claramente zombando de Akemi. A cozinheira ignorou.
ㅡ Não estou interessada no que poderia fazer ㅡ disse a mulher em tom repreensivo. ㅡ Faça o que eu disse para fazer.
Antes que Akemi pudesse retrucar, a mulher saiu pela outra porta localizada no fundo da cozinha, indo para onde os fogões ficavam. Como sempre. Era lá que as cozinheiras passavam seu tempo, deixando que Akemi e Hikari ficassem sozinhas.
Após lavar as mãos e secá-las, vestiu as luvas plásticas e apanhou uma faca, indo se sentar defronte a Hikari. Quando se sentou, percebeu que a garota a sua frente ainda estava com um sorriso no rosto, mas sua atenção estava na berinjela em suas mãos.
ㅡ Qual a graça? ㅡ Indagou impaciente.
Hikari ergueu o olhar para Akemi, por um breve momento houve surpresa em sua expressão, mas logo foi substituída pela zombaria.
