Kondo havia, realmente, pedido comida. Depois de alguns minutos ele recebeu uma mensagem, não do tipo SMS, mas uma mensagem escrita em um pedaço de papel que chegou queimando no ar. Essa mensagem foi o que ele precisava para fazer aparecer duas bandejas na sala, uma em sua mesa e a outra sobre o tatami na frente da Akemi.Ela não estava com fome, mas Kondo a estava vigiando para que ela comesse todo o ramen que ele havia pedido.
Na tentativa de iniciar uma conversa casual sobre os aprendizes do anuário que encontrara, Akemi se empenhou em não parecer óbvia.
ㅡ Há quanto tempo trabalha aqui, professor? ㅡ Perguntou casualmente.
Kondo não parecia afetado com o assunto repentino. Ela levou isso como não sendo uma pergunta suspeita.
ㅡ Há cinco anos. ㅡ Respondeu.
ㅡ Mentira. ㅡ Era óbvio que era uma mentira, o teste dele estava na Academia a mais tempo que cinco anos.
Kondo sorriu.
ㅡ Estou nessa instituição a muito tempo, menina. Por quê?
ㅡ Nenhum motivo especial, apenas curiosidade. ㅡ Disse erguendo o olhar para o professor. ㅡ O senhor parece diferente dos outros professores, carrega uma descontração de alguém que não se sente mais tão pressionado com um novo emprego.
Voltou a olhar para sua tigela de macarrão. Ela tentava parecer relaxada, mas era sua primeira vez sondando alguém, ela sempre foi direta e objetiva no que queria saber. Aquela situação era novidade.
"Isso foi horrível", falou sua voz interna. Akemi teve que se controlar para não morrer de constrangimento e se manter neutra.
ㅡ Endo sempre foi desse jeito? ㅡ Indagou em uma nova tentativa, pegando um ovo de codorna cozido com seus hashis.
Dessa vez Kondo não sorriu.
ㅡ Desse jeito como?
"Olha o campo minado aí".
ㅡ Sabe, desse jeito rígida, fria, oca... ㅡ Ergueu os olhos. ㅡ Como alguém que perdeu o dedo predileto em uma brincadeira que amava.
"Se bem que Endo parecia ter perdido mais que um dedo", refletiu.
ㅡ Nem sempre ela foi assim. Endo passou por muita coisa em um curto período de tempo ㅡ falou o homem, parecendo ter entendido o exemplo esquisito que Akemi usou. Sua expressão era de pesar, uma mistura de tristeza e pena. ㅡ Coisas que marcam almas mais que maldições e que fazem a morte ser mais que uma bênção.
De repente Akemi não quis mais se aprofundar no assunto.
"Covarde".
ㅡ Por que preciso estar com a barriga cheia? ㅡ Perguntou, mudando de assunto.
Kondo afastou sua própria tigela, os hashis deitados na borda, sinalizando que havia terminado o seu.
ㅡ Você vai entrar no seu subconsciente e tocar o seu chakra superior. Para isso você vai precisar de muita energia, caso contrário irá desmaiar e como consequência, danificar seu chakra ou destruir seus nervos cerebrais.
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IY- Ao Cair Da Noite
Acak[EM PAUSA] Deixada num orfanato moribundo em Nova York aos 7 anos de idade, Akemi Watanabe foge do casarão mofado para viver como batedora de carteira nas ruas. Agora, 10 anos após a morte da mãe e o abandono da tia, ela continua sobrevivendo co...