Chego ao meu andar, determinada em ir direto à sala de Louise, precisava contar sobre minha conversa com Charlotte na noite anterior. Entretanto, uma gritaria vinda da direção oposta à sala da minha parceira me faz parar.
Não consigo reconhecer de imediato a dona da voz histérica, mas pouco segundos depois identifico.
— Quem você pensa que é para falar comigo desse jeito, sua velha imprestável?
Aproximo-me lentamente com a testa franzida de leve e os olhos um pouco arregalados.
— Eu não...
A voz da minha nova secretária soa baixo e constrangida, mas ela não consegue terminar a frase.
— Eu ainda não terminei de falar, então feche a matraca! — Uma revolta começa a tomar conta de mim e isso me faz andar mais depressa — Eu não me interesso se você está trabalhando para aquel...
— O que está acontecendo aqui? — Minha voz sai fria e um pouco autoritária.
Lina se vira com rapidez para mim, claramente assustada e um pouco constrangida por ter sido pega no flagra.
— Ah! O-oi, Ana Clara! — Abre um sorriso após gaguejar de leve e se aproxima de mim.
— Senhorita Bianchi! — Corrijo.
Ela para no lugar e me fita com os olhos em chamas. Ergo o uma sobrancelha e cruzo os braços.
— Eu fiz uma pergunta e aguardo a resposta.
Meus olhos cruzam rapidamente com os de Emma, mas ela desvia o olhar. Aquilo já estava me incomodando.
— A Emma estava me desrespeitando e...
— Isso não é verdade! — A senhora tenta se defender, porém Lina lança um olhar raivoso para ela, que abaixa a cabeça e fita o chão.
— Como estava dizendo, pedi que Emma viesse comigo, pois estava precisando de seus serviços rapidamente. Ele negou com rispidez e isso me enfureceu.
Volto minha atenção para minha secretária, que ainda fita o porcelanato frio.
— Isso é verdade, Emma?
A mulher de meia idade ergue o olhar e me encara com incerteza.
— Não exatamente, senhorita Bianchi.
— Então por gentileza, conte-me a sua versão.
Ela assente rápido, sem desviar o olhar do meu.
— Estava indo até sua sala, deixar os documentos que me pediu ontem, quando a senhorita Dixon me abordou mandando que eu a seguisse. Mas eu avise que não poderia ir, pois a senhorita chegaria a qualquer momento e precisaria de mim. Ela não gostou e reagiu com... — Olha nervosamente para Lina, que crispa os olhos.
— Com...? — Incentivo.
— Uma certa violência. — Sinto um dos meus olhos tremerem. Já tinha percebido esse jeito autoritário e superior da Lina, e isso não me agradou em nada. No entanto, ela acabara de transpassar o limite do que era "permitido".
— Violência? — Falo um pouco mais alto, chamando a atenção das duas para mim.
— Não houve violência! — Tenta se defender.
— Ela agarrou o braço da Emma com força, eu vi. — Uma pessoa, desconhecida por mim, disse do outro lado.
— Claro que....
Interrompo Lina.
— Já chega! — Pressiono as têmporas antes de continuar — Independentemente do que a Emma disse ou deixou de fazer, isso não te dá o direito de agir com violência ou desrespeito! — Aproximo-me dela — E isso não vale apenas para a minha secretária, mas para todos os funcionários desta empresa. Exijo respeito, pois aqui ninguém é superior a ninguém. Se outro episódio como este chegar aos meus ouvidos, tenha certeza que não terá que prestar contas a mim. Estamos entendidas, senhorita Dixon?
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𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 | Em Paris [Livro 2]
RomanceApós dizer "sim" à vontade de Deus e ser surpreendida por Sua bondade e misericórdia, mais uma vez, Ana Clara Bianchi passará por um novo processo de mudança. Novidades e desafios aguardam a jovem em Paris. No entanto, ela não imagina que esta nova...