Capítulo 8

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Ando apressada pelos corredores da Chanel. Deveria estar aqui há pouco menos de duas horas, e apenas agora, nove e meia da manhã, que consegui sair da confeitaria escolhida por Charlotte para fazer o bolo de aniversário da minha cunhada.

— Perdão! — digo ao esbarrar em uma funcionária que vira no corredor ao mesmo tempo em que fiz a curva fechada.

— Tudo bem, senhorita Bianchi! — ofereço um sorriso e continuo andando.

— Bom dia, senhorita! — saúda Emma vindo ao meu encontro.

— Bom dia! — estendo o copo de café da cafeteria Angelina para ela, que pega imediatamente e começa a me seguir — Desculpe pelo atraso.

— Não precisa se desculpar... — o toque do meu celular faz minha secretária se calar.

— Um minuto! — retiro o aparelho do bolso e atendo — Ana Clara Bianchi.

— Senhorita Bianchi, aqui é o Javier Herrera, organizador do evento beneficente espanhol que acontecerá na semana que vem aí na França. Nos falamos na terça-feira passada, gostaria de confirmar algumas informações.

— Olá, senhor Herrera! Lembro-me de nossa reunião. Estive auxiliando minha parceira enquanto ela estava viajando.

— Sim, a senhorita falou.

— Pois bem, ela já está de volta e é novamente a responsável por todos os eventos que a Chanel organiza. Gostaria que eu passasse o número dela para o senhor? — pergunto e quase esbarro em outra pessoa.

— Agradecerei se o fizer. — Javier responde com um certo alívio — Irá me poupar um bom tempo.

— Enviarei pelo WhatsApp agora mesmo.

— Obrigada, senhorita Bianchi! — agradece e finaliza a ligação.

Continuo andando ao mesmo tempo que envio o número de Louise para um dos nossos parceiros. Sinto Emma me puxar pelo braço algumas vezes, provavelmente me livrando de algum esbarrão. Olho para ela rapidamente e percebo que o copo de café está intacto.

— Não gosta do café? — questiono e guardo o aparelho na bolsa.

Sem entender, ela olha para o copo em sua mão.

— Gosto, mas este café não é da senhorita? — pergunta incerta.

— Claro que não, Emma! Por qual motivo daria o meu copo de café para você segurar? Tenho cara de ser uma Miranda Priestly da vida? — dou um sorriso de lado e abro a porta que dá acesso a recepção da minha sala. Quase vou ao chão, pois ao mesmo tempo Lina abre por dentro, saindo de lá.

— Senhorita Bianchi! — abre um sorriso forçado — Bom dia!

— Bom dia! — ela olha para Emma e logo faço uma associação — Já conversamos sobre isso, Lina, ela não está mais disponível para os seus serviços.

— Não! Não! — ri alargando o sorriso — Na verdade eu estava te procurando.

— O que deseja? — inclino a cabeça de leve para o lado e a fito com interesse.

— Gostaria de chamá-la para almoçar comigo. — cruza as mãos na frente do corpo.

— Hoje?

— Isso mesmo. Acho que não começamos muito bem. — desvia o olhar para o chão, mas logo volta a me encarar — E então, o que me diz?

— Tudo bem! Não vejo problema algum.

— A senhora já tem um compromisso na hora do almoço. — Emma confere minha agenda em seu iPad.

𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 | Em Paris [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora