Capítulo 59

519 104 39
                                    

>>>> POV Roy Carter <<<<

Chego ao hospital, acompanhado por Andrew. Não sei onde estava com a cabeça quando decidi abandona-la no momento em que mais precisava. Deixei a emoção gritar mais alto que a razão.

Corro pelos corredores do hospital até chegar na sala de emergência, onde todos estavam. Emily envolve minha cintura e começa a chorar. Pego a pequena no colo e a consolo. Acabo sendo consolado por ela também.

— Alguma notícia? — pergunto para ninguém em específico.

— Nenhuma, filho. — Dominic responde sacudindo uma das pernas. Ele costuma fazer isso quando está aflito. Levanta-se e vem até mim — Que bom que voltou! — bate em meu braço e eu concordo com a cabeça.

Solto um suspiro cansado e me sento ao lado da vovó. Emily ainda está agarrada ao meu pescoço. Este seria um momento perfeito para ela nos dar um belo sermão sobre nossa falta de fé e confiança em Deus. Mas a verdade é que minha princesinha está assustada, e não posso julgá-la por isso.

— Vó... — encaro os pés antes de olhar em seus brilhantes olhos azuis — Me perdoe pela forma como agi. A senhora só estava tentando...

— Tudo bem, querido! — toca minha perna, oferecendo um sorriso reconfortante, que só aumenta a vontade de abraça-la.

— Eu estou completamente perdido! — sussurro — Apavorado!

— A Ana é forte! Uma mulher de fé, Roy!

— Minha mãe também era! — tento me controlar para não alterar a voz. Sinto Emily apertar meu pescoço. Arrependo-me do que disse na mesma hora.

— Sim, ela era! Porém a Ana não é a Zoe, Roy! É uma situação semelhantes, mas não a mesma! — inclina a cabeça para o lado — Querido, não olhe para a circunstância. Ela provavelmente matará sua fé. Foque em seu Pai que está no céu, cuidando da sua esposa! Tenho certeza que essa queimação que ela estava sentindo após o acidente, é fogo santo queimando todo câncer e retirando o mal pela raiz! — aperta minha perna e sorri.

— Assim seja, vó! — fecho os olhos e encosto minha cabeça na parede.

Por incrível que pareça, não passou nem três horas desde as complicações pós-parto. Emily acabou pegando no sono. Meu pai e Charlotte foram à lanchonete do hospital comer algo junto com meus tios. Estávamos apenas Sofia, David, Andrew e nós dois. Eu intercalava minha estadia entre a sala de espera e o berçário, a fim de ver como estava o meu garotão.

— Meus pais conseguiram um voo e já estão embarcando. — Sofi comenta após ligar para o pai — A empresa aérea retornou a ligação deles e disse que conseguiram passagens de última hora. Iremos arcar com todos os gastos do jatinho e piloto do seu pai, Roy. Mas se eles perdessem essa oportunidade e esperassem pelo voo particular, iriam demorar um pouco mais para chegarem.

— Fique tranquila! Eles só querem chegar aqui o quanto antes. Faria o mesmo! — comento.

— Irei entrar em contato com o pessoal responsável pelo voo. Assim poderão contactar o piloto do meu tio. — David se afasta digitando no celular.

— Senhor Carter! — quase derrubo Emily ao ouvir a voz do doutor. Andrew segura minha irmã para conversarmos a sós.

— Como está a minha esposa, Derek? — sinto um aperto no peito.

— Sinceramente... — ele coça a cabeça e abre um pequeno sorriso — É a segunda vez em toda minha vida que presencio um milagre, Roy! — arregalo os olhos.

— O que quer dizer? — pergunto com incerteza.

— Após estabilizarmos a Ana, fizemos os exames e confirmamos a hemorragia. Estava bem crítico. — frisa o bem — Preparamos tudo para a cirurgia, mesmo sabendo que as chances eram poucas, como havíamos conversado. — assinto em concordância — No entanto, quando já estávamos na sala de cirurgia, sua esposa sofreu uma parada cardíaca. Pensei que a perderíamos ali mesmo. Mas ela foi forte e conseguimos resgatá-la. — suspira — Naquele momento, senti algo em meu coração. Não sei explicar, mas senti que precisava refazer os exames. E assim o fiz.

𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 | Em Paris [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora