Capítulo 53

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— É hora de acordar, flor do dia! — sento-me na cama de Emily. Com um pouco de dificuldade, por causa do barrigão, inclino-me para encher seu rosto amassado de beijinhos.

— Só mais um pouco, mãe... — resmunga virando a cabeça para o outro lado.

— Quer mesmo que o seu irmão venha aqui, daqui a cinco minutos? — ergo a sobrancelha e me coloco de pé.

Em um rompante, Em joga a coberta para o lado e sai da cama. Corre para o banheiro, quase tropeçando, mas para antes de entrar no cômodo.

— Já ia me esquecendo! — volta até mim, com um sorriso contagiante, e envolve o meu ventre, não mais plano.

Todas as manhãs, ao acordar, Emily vinha ao meu encontro. Não para me cumprimentar, mas sim para falar com o seu irmãozinho, como ela mais gosta de chamá-lo. A pequena criou esse hábito há quatro meses e meio, desde o dia em que voltei do hospital com a notícia de que o meu filho estava vivo e cheio de saúde.

Sim, Emily tinha razão, não apenas por nos dizer que o nosso bebê estava vivo, mas por nos revelar que seria um menino. Matthew! Este foi o nome que escolhemos para o nosso pequeno, pois foi um lindo presente que recebemos de Deus. E o nosso tão precioso presente chegará dentro de um mês, podendo dar as caras a qualquer momento, é claro.

Nunca vi um ser humaninho tão agitado. Minhas noites já não eram mais tão tranquilas há meses, porém nas últimas semanas o nosso pequeno não parava de mexer, principalmente ao ouvir a voz do pai e da irmãzinha. Como está acontecendo neste exato momento.

— Bom dia, Matt! Dormiu bem? — beija o topo da minha barriga — Não vejo a hora de ter você aqui do lado de fora. A gente vai brincar bastante e eu vou te ensinar muitas coisas legais.

— EMILY, JÁ LEVANTOU? — a voz de Roy reverbera pelo corredor. Ela arregala os olhos.

— Tenho que ir! Nos falamos depois! — diz correndo para o banheiro.

— Bom dia para você também, querida! — falo rindo, enquanto esfrego a barriga.

— BOM DIA, MÃE! — grita do banheiro.

Saio do quarto ao escutar o som do chuveiro sendo ligado. Desço para o térreo e não me surpreendo ao ver Sofia entrando no apartamento com sua chave reserva.

— Sete e meia em ponto! — digo após ver a hora no relógio da cozinha — Sabe, tem padarias aqui perto... — com um sorriso zombeteiro, estendo uma xícara de café para minha irmã, que revira os olhos, mas pega o objeto.

— O café do meu cunhado é o melhor! — dá uma golada no líquido quente.

— Acho que vou passar a cobrar! — Roy desce a escada segurando sua gravata.

— Desde quando se tornou mercenário, cunhadinho? — Sofi finge indignação.

— Desde o momento em que descobri que seria pai. Agora são duas crianças! — os dois riem juntos. Eu apenas ergo a mão, esperando que ele me entregue a gravata para ajudá-lo a colocar no pescoço.

— Eu já disse o quanto amo o seu cheiro? — pergunto dando uma fungada no cangote do meu esposo.

— Todos os dias! — responde achando graça.

— Quanta melação... — Sofia resmunga, antes de tomar mais um gole do seu café.

A campainha toca no momento em que finalizo o nó da gravata.

— Agora sim a melação vai começar... — meu esposo se afasta e vai até a porta.

— Está aberto! — Sofi grita da cozinha.

𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 | Em Paris [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora