Capítulo 55

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A semana passou voando, logo o tão esperado sábado chegou. Roy parecia mais tranquilo, com a graça do Pai. Creio que Deus falou com o meu esposo. O coitado estava tão sobrecarregado e estressado, precisava de um escape.

— Decidi que a partir de domingo ficarei de repouso! — digo terminando de colocar a bata. Roy para de ler o seu livro e me olha com espanto.

— O que fizeram com a minha esposa teimosa? — reviro os olhos.

— Estou sentindo que o Matt vai chegar a qualquer momento. Não quero inventar moda durante esse último mês. — sento ao seu lado na cama.

— Glórias! Deus ouviu o meu clamor! — ergue as mãos para o alto.

— Parece que sim! — dou um beijo em sua bochecha.

— Sua mãe tem me dado um trabalhão! Estou precisando de reforços. E aí, irá me ajudar? — pergunta próximo a minha barriga. Na mesma hora sentimos os chutes constantes no local onde Roy acaricia. Ele fica afoito ao escutar a voz do pai — Vou tomar isso como uma resposta positiva!

— Nunca irei me cansar dessa interação! — olho em seus olhos — Amo tanto vocês! — beijo mais uma vez a bochecha do meu digníssimo antes de levantar, com sua ajuda — Vamos?

— Só estava te esperando. — coloca o livro na mesa de cabeceira, pega o casaco na poltrona de leitura e me segue para fora do quarto.

— Emily? — bato em sua porta.

— ESTOU AQUI EMBAIXO! — grita do andar inferior.

— Uau! O dia tem sido surpreendente! — Roy coloca uma mão no bolso e a outra em minhas costas — Primeiro você, dizendo que precisa repousar. E agora a Emily já está pronta nos esperando.

— Isso se chama ansiedade! Ela estava doida para que esse dia chegasse.

Descemos a escada. Como eu imaginava, a pequena está sentada no sofá, balançando as pernas impacientemente.

— Já podemos ir? — põe-se de pé ao nos ver, com a mochila do Tik Tok nas costas. Sim, ela está nessa fase.

— Podemos! — seu irmão aponta com a cabeça para a porta.

***

Ao chegarmos nas proximidades da torre Eiffel, encontramos diversos rostos conhecidos. Entretanto, nos acomodamos em um lugar mais tranquilo, um pouco afastado dos demais. A ideia é que os membros das duas igrejas se espalhem pelo Champ de Mars, como se fizéssemos parte do grupo de turistas ao nosso redor, com o intuito de esperarmos o sinal.

Sofi, David, meu sogro e Charly chegam pouco tempo depois de nós. Estávamos conversando e rindo, quando sinto a mão de Emily puxando o meu braço.

— O quê? — questiono, vendo seu rosto se iluminar. Logo sigo seu olhar e abro um sorriso. Os dançarinos/atores que apresentariam a primeira parte já estão em posição — Está na hora! — digo a minha família. Como se confirmasse o que acabara de dizer, um som alto, o tão esperado sinal, ecoa do centro do campo. Emily e eu nos colocamos em posição, assim como os demais.

O primeiro ato iniciou com a cena da criação, minimamente planejada por Jeane. O Éden, os animais, o homem, a mulher e s serpente. De forma sucinta, apresentaríamos as principais histórias da bíblia. Sem palavras, apenas com gestos coreografados e passos muito bem ensaiados. Aos poucos, as pessoas vão se aproximando, curiosas para entender o que está acontecendo.

Tudo está ocorrendo como o planejado. Emily e eu entramos em nossa parte, no nascimento de Jesus, dando início ao novo testamento, a nova aliança. E eu posso dizer com toda certeza que a cena da crucificação foi uma das mais impactantes. Através da bela interpretação do jovem Noah, vejo que muitos ao nosso redor choram sem reservas. Extremamente emocionante.

𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 | Em Paris [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora