Capítulo 13

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— Oi, mãe! Como estão as coisas por aí? — pergunto assim que ela atende a ligação.

— Oi, minha filha! Tudo bem! Estou com sua irmã agora mesmo. Ela está preparando a mala para a viagem.

Ouço o barulho de algo caindo no chão e logo a voz da minha irmã ecoa do outro lado.

— Aninha, como está o tempo aí? Preciso levar alguma roupa de frio?

— Err...

— E de calor? Não faço ideia do que levar! Nunca fui à França! — exclama com desespero. Sua ansiedade me faz rir.

— Acalme-se, sorella. Respire!

— Se eu não estivesse respirando não estaria mais aqui. — já até imagino ela revirando os olhos.

— Você me entendeu! Enfim, estamos na primavera, mas continua frio. Traga poucas roupas de alça, apenas para usar dentro de casa. Na sombra, o vento parece ser ainda mais gelado.

— Certo, roupa de frio. Anotado!

— Não é apenas roupa de frio...

— Próximo tópico. — desvio de uma motocicleta, antes de continuar atravessando a rua.

— O que mais você quer saber? — pergunto.

— Não faço ideia. — responde inconsolável.

— Me dê este celular e vá tomar um banho. — ouço a voz de mamãe — Essa menina está ainda mais ansiosa.

— Como se fosse possível... — sorrio.

Sofia sempre fora a mais agitada de nós duas. Não conseguia permanecer parada por mais de dois minutos. Quando éramos crianças, ela vivia inventando moda e se machucando por aí. Perdi as contas de quantas vezes minha irmã já engessou algum membro do corpo.

Com o tempo isso foi diminuindo, entretanto, foi dando espaço à ansiedade. Sem contar com a falta de domínio próprio que essa garota tem. Não consegue controlar a própria língua. E na maioria das vezes quem acaba sofrendo as consequências de sua língua solta é a irmãzinha mais velha.

— E como estão os preparativos para o casamento, Ana?

— Para ser sincera, estamos começando hoje. — continuo caminhando pela calçada movimentada.  

— Não acredito nisso, minha filha! Falta menos de um mês para o seu casamento e estão começando a ver as coisas apenas agora? — A preocupação de Viviane é compreensível, eu mesma fiquei uma pilha de nervos quando minha ficha finalmente caiu, há exatos dois dias.

— Escolhi esperar o Roy chegar para vermos as coisas juntos. Graças a Deus o casamento será simples e intimista.

— Seu sonho sempre foi fazer um mini wedding, não é? — sorrio ao saber que ela lembrava de nossas poucas conversas da minha época de adolescente.

— Não diria exatamente que é um sonho, mas uma grande vontade. — digo baixo, entrando no restaurante — precisarei desligar agora.

— Onde você está? — pergunta com interesse.

— Vim encontrar o Roy no restaurante que escolhemos para servir o buffet do casamento. Iremos experimentar os pratos.

— Hum! A melhor parte. Tudo bem, querida! Fique com Deus e divirta-se comento bastante.

— Pode deixar, mãe! — digo rindo — Amo vocês!

Desligo a ligação e me deparo com a maître do restaurante.

𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 | Em Paris [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora