Capítulo 10

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Acordo com uma bola de pelos dando cabeçadas em minha perna. Resmungo e dou um leve empurrão em Cookie, mas não foi o suficiente para pará-lo.

— Arg! — abro os olhos e miro o felino — O que foi? Não poderia ter esperado eu acordar tranquilamente?

Ele solta um miado alto e pula da cama. Abro um sorriso vitoriosa e volto a enfiar minha cabeça no travesseiro. Poucos segundos, minutos ou horas, não sei ao certo, lá estava ele novamente.

— Que droga, Cookie, me deixa dormir! — resmungo, mas sou ignorada, e ele continua me dando cabeçadas — Antes tivesse deixado você com o Roy. — esfrego os olhos tentando me desfazer do sono, e logo me recordo do meu noivo — ROY!

O gato solta um miado alto e eu pego o celular para ver a hora. 9:15. Estava atrasada, e pelo visto deixando o meu noivo plantado no carro em frente ao prédio. Jogo o lençol para o lado e dou um salto da cama, assim como Cookie que me segue parecendo uma sombra.

Visto o meu robe, vou ao banheiro e lavo o rosto. Volto para o quarto com a intenção de escolher minhas roupas no closet, mas uma batida na porta me faz pular.

— Pode entrar. — digo já sabendo que era Roy. — ele abre a porta e eu um sorriso amarelo. — Acho que me atrasei.

— Você acha? Eu tenho certeza! — diz com um sorriso brincalhão nos lábios.

Ele ameaça dar um passo se aproximando de mim, mas eu ergo a mão o impedindo de continuar.

— Nem pense nisso, rapaz! — o mesmo ergue a sobrancelha e me lança um olhar confuso — Ainda não escovei os dentes.

Roy revira os olhos e me puxa pela cintura, em seguida une nossos lábios em um selinho demorado. Tento me afastar, mas ele não permite. Seus lábios vão até o meu ouvido.

— Daqui a menos de um mês você não poderá fugir de mim, senhorita Bianchi.

Um arrepio toma conta do meu corpo e as minhoquinhas e borboletas despertam fazendo a maior farra. Dou um empurrão nele e sigo marchando para o closet, enquanto ouço sua gargalhada.

— Estarei te esperando na sala, amor.

Nem ouso responder.

Arrumo-me em menos de meia hora e desço levando minha bolsa e o presente de Emily.

— Estou pronta!

Roy, que observava a rua da sacada, vira para mim e abre um belo sorriso.

— Como você é linda! — faço uma pequena reverencia corando levemente.

Ele se aproxima, segura minha mão com delicadeza e, sem desfazer o contato visual, deposita um singelo beijo no dorso.

— Como você é cavalheiro! — Roy ri e me direciona até a porta. Pega o presente da minha mão, e o de Alain, que continuava no aparador.

— Onde deseja fazer o desjejum? — pergunta trancando a porta.

— Hum... — penso rapidamente — boa pergunta, eu só tomei café em dois lugares diferentes, sendo que um deles eu só passei para verificar as encomendas do aniversário da Emily ontem pela manhã. O outro foi com o seu primo e sua irmã há algumas semanas.

Ele estaca no mesmo lugar e me olha incrédulo.

— Não é possível! Você está aqui há quase três meses e não tem explorado os restaurantes e pâtisseries parisienses? — pergunta com reprovação.

— Não tenho tido muito tempo, meu bem! — encaixo meu braço ao dele e aciono o elevador.

— Em quais você já foi?

𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 | Em Paris [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora