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Helena Scott.

- Helena?- alguém me chamou e eu virei pra pessoa.

Felipe.

Ele estava vestindo uma regata preta, que mostrava seus músculos definidos, uma bermuda marfim e tênis esportivos.

A ponta do nariz estava um pouco avermelhada, assim como seus lábios, seus cabelos estavam molhados e ele parecia ter acabado de sair do banho.

- O que você tá fazendo aqui?- eu perguntei.

- Eu vim acampar, e o que você tá fazendo aqui?

- Eu também vim acampar... Peraí, sua irmã também disse que seria uma boa experiência vir pra cá?

- Sim, eu devia ter desconfiado.- ele disse e eu assenti.

- Eu vou ligar pro Colin.- eu disse pegando meu celular.

- Ôh inteligência suprema, aqui não tem sinal.- ele disse e cruzou os braços.

- Ah mas vai ter. Deixa eu subir no seu ombro.- eu disse.

- Pra que você quer subir no meu ombro?

- Só me ajuda.- ele se abaixou e eu subi no ombro dele.- Falei que ia ter sinal.

Liguei pro Colin e chamou, chamou, mas ninguém atendeu.

- Ele não atende esta bosta.- eu disse e o Felipe me colocou cuidadosamente no chão.

Quando eu digo "cuidadosamente" é que só faltou eu quebrar meu crânio.

- É claro que ele não vai atender, pensa se a Lauren e a Nala armaram pra gente ele deve saber.- ele disse deitando do meu lado e eu revirei os olhos.

Deve ter algum lugar aqui pra eu me jogar.

Não é possível.

- Vem, a gente precisa montar a sua barraca.- ele me estendeu a mão pra que eu pudesse levantar.

- Monta a sua que eu monto a minha.- eu falei limpando a minha roupa.

- Eu acho que você não entendeu, eu não trouxe barraca.

- Então a gente vai ter que dormir juntos?

- Até que não é uma má ideia...- ele disse me olhando de cima a baixo e eu bati no braço dele.

- Anda, daqui a pouco escurece e a gente nem começou a montar a barraca.- eu disse pegando a minha barraca pra montar.

- Tem manual?

- Claro que tem manual, tá achando o que? Que eu sou montadora profissional?- eu perguntei e ele riu abrindo o saco onde estava a barraca.

- Ué? Cadê o manual?- ele perguntou e eu fiz uma cara surpresa.

- Não tem manual?- eu praticamente gritei e o Felipe riu.

- Eu tava brincando, tem sim.- ele estendeu o manual e eu suspirei aliviada.

Acabamos de montar a barraca e nós nos jogamos no chão.

- Eu tô morta de fome.- eu disse e coloquei a mão na minha barriga.

- Eu também.- eu levantei e peguei minha mochila.

- Toma.- disse entregando um Doritos e uma coca pra ele.

Sentei no chão e comecei a comer o meu Doritos também.

- Você vai comer Doritos por 3 dias?- ele perguntou.

- Olha, morrer eu não vou, ou vou? Mas se eu não trouxesse isso aí que eu ia morrer mesmo.

- Eu também trouxe comida, então assim que as suas acabarem, ainda temos as minhas.

Amém.

- O mínimo, mas mesmo assim eu agradeço.

- Você é a favor da pena de morte?- ele perguntou depois de um tempo em silêncio.

- Do nada assim?- eu ri.- Olha, em alguns casos sim, mas em outros não.

- Em quais casos você acha que devia ter pena de morte?

- Abuso, estupro, assédio, violência contra mulheres e animais, violência contra pessoas que são lgbt. Olha eu poderia fazer uma lista.- eu disse e ele assentiu.

- Eu concordo, tem casos que realmente mereciam penas de morte tipo esses que você falou, mas deram pra outros crimes que não tinham necessidade nenhuma.

- Pois é.

[...]

- Bora, Felipe.- eu disse puxando ele.

- Já tá escuro pra ficar procurando lago.- ele resmungou.

- Foda-se, Felipe. Eu vou ficar fendendo por três dias?- eu disse e ele levantou.

- Vai.- ele disse e eu ri.

- A gente tem lanterna.

- Tá, vamos.

Saímos pela floresta procurando algum lago.

- Eu acho que é por ali, tem um pouco de areia.- o Felipe disse e eu segui ele.

- Felipe, sabe qual é a sensação que eu tô tendo?

- Hm?

- Que a gente tá andando em círculos e que já nos perdemos.

- E eu acho que você tá mentindo pra mim.- ele disse e eu fiz uma cara confusa.

- Como assim?

- Eu acho que não tem lago nenhum e que você me fez vir aqui atoa.

- Se bem que não seria uma má ideia.- eu cerrei meus olhos.

- O que?

- Te esquartejar e jogar teu corpo em qualquer canto que tem aqui.

- Você não vai conseguir, quando as meninas ficarem sabendo que eu tô aqui, vai ser mulher brotando do chão.- ele disse e eu ri.

- Bora.- dei um tapa no braço dele pra continuar a trilha.

- Você tem fetiche em me bater por acaso?- ele perguntou andando atrás de mim.

- Você que deve ter fetiche em ser ridículo, mas hoje você tá passando do ponto...- eu falava, mas ele me interrompeu.

- Olha aquilo ali.- ele apontou para algum canto.

continua...

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