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Helena Scott.

Eu olhei e era um lago, um lago de águas claras.

Eu fico imaginando como deve ficar isso aqui de dia.

A Lua se refletia no lago causando uma imagem paradisíaca.

Eu fico imaginando se o Capitão América tá lá.

- Ai senhor, eu preciso beber água.- ele disse indo pro lago.

Se ajoelhou e bebeu um pouco da água.

Gente pode ter feito xixi aí, mas eu não vou avisar.

Vou deixar ele descobrir sozinho.

Inclusive eu tive uma ideia tentadora agora...

Empurrei o Felipe no lago e saí correndo, sem nem pensar que eu poderia me perder.

Coloquei a mão no joelho cansada de tanto correr.

Ai senhor, me fudi.

Eu não sei aonde tá a barraca e nem onde tá o Felipe.

Comecei a andar pela floresta procurando pelo Felipe ou pela barraca.

Escutei alguns passos e fui jogada no chão, sentindo um peso cair sobre mim.

- Você tá doida?- o Felipe perguntou colocando as mãos nas minhas bochechas e olhando no fundo dos meus olhos.

- O que foi?

- Porra cara, se você andasse mais um pouco você poderia ter morrido.- ele disse e passou as mãos pelo cabelo.

- Aonde? Deixa eu ir.- eu disse tentando me levantar, mas ele se jogou em cima de mim rindo.

- Para.- disse se ajeitando.

Foi aí que eu percebi que a gente tava muito próximo.

- Eu achei um caminho pra barraca.- se levantou.- Vamos.

Eu me levantei e fomos pela trilha que ele falou.

- Se vira, quero trocar de roupa.- o Felipe disse e eu ri alto.- Eu sou tímido.- disse debochando.

- Tá bom, vira também então.- eu disse e ele se virou.

Terminamos de trocar de roupa e entramos na barraca.

Antes de deitarmos, eu dei um tapa na bunda do Felipe.

- Ai.- se jogou em cima do meu lado olhando indignado pra mim.

- Já tô dormindo.- fechei meus olhos e ele riu.

Por que sempre que meu corpo tá cansado, meu cérebro não tá?

Tipo, eu tô fisicamente exausta, mas eu não consigo dormir.

- Felipe, tá acordado?

- Aham, não consigo dormir.

- Também não.

- Eu tava pensando aqui, quando as pessoas falam pra gente assim: pode confiar, nós sabemos que não é pra confiar. Mas por que tem gente que confia?

- Você usou drogas?- eu perguntei rindo e ele riu.- Olha, tem gente que confia porque não tem experiência ou porque é burro.

- E se realmente tivesse um site com o nome "confia"? Aí teria vários assuntos e no final sempre teria um negócio: confie no nosso site confia.- ele disse rindo e eu ri também.

Esse menino é drogado.

Virei pro lado e consegui dormir.

[...]

- SENHOR EU VOU MORRER!- eu gritei correndo da abelha que tava atrás de mim.

O desgraçado do Felipe só olhava tudo sentado e rindo.

- FELIPE, VOCÊ VAI FICAR AÍ SENTADO E NÃO VAI FAZER NADA?- eu perguntei tentando me esconder da abelha.

- NÃO DÁ PRA EU FICAR MATANDO BICHOS PRA VOCÊ, HELENA. VOCÊ TINHA QUE TER TRAGO O REPELENTE, A GENTE TÁ NUM ACAMPAMENTO NÃO NUM HOTEL 5 ESTRELAS.- gritou de volta.

Consegui dar um tapa na abelha, quando ela tava na árvore e ela morreu.

- Falei pra você que tu não ia durar muito tempo desgraçada.- falei pra ela, mesmo ela já estando morta.

- Dá pra continuar a trilha, querida?

- Sim, vamos.

A gente tava indo tomar banho no lago, eu estava ansiosa pra ver como ele ficava de dia.

E realmente de dia ele ficava mais bonito ainda.

O sol iluminava toda a água, que era cristalina e muito limpa.

Algumas rochas que tinham ali tornavam o lugar muito mais bonito.

- Se você me jogar de novo, eu te enterro no formigueiro.- disse com um sorrisinho.

Um sorrisinho que deixava ele muito mais bonito.

- Tá bom, eu não te empurro.

Tirei o meu tênis, depois a minha regata e meu short.

Ficando só de calcinha e sutiã.

Coloquei meu pé na água e tava muito gelada.

- Não entro aí nem que me paguem, sai fora.- eu disse indo pegar minha blusa.

- Meu amor, você vai entrar sim.- o Felipe me pegou pela cintura e nos jogou no lago.

Subi pra superfície e dei um tapa na cabeça dele.

- Você tá doido, eu vou ficar resfriada seu filho da desgraça.- eu disse limpando meus olhos.

- Você é chatinha.- joguei água na cara dele.- Filha da puta.

Ele veio até mim e segurou meus braços, prensando meu corpo contra o dele.

Coloquei minha mão sobre os ombros dele e aproximei mais os nossos rostos.

Esse garoto vai me fazer aceitar coisas que eu não posso fazer, mas que agora eu quero.

Meu corpo imediatamente se arrepiou por completo quando ele deu um beijo no meu pescoço.

Eu meti a minha mão por dentro do cabelo dele, fazendo um carinho.

Voltas frias se faziam na minha barriga, enquanto ele abraçava a minha cintura e beijava meu pescoço.

Seria melhor se eu tivesse parado de pensar, mas eu não parei.

- A gente não trouxe toalha.- eu alertei e ele parou de beijar meu pescoço pra me olhar.

- É verdade, a gente não trouxe toalha pro acampamento.- ele disse e eu mergulhei.

- Mergulha também, não vai ficar fedendo, né?- eu perguntei e ele riu, logo em seguida mergulhando.

Molhei meu corpo mais um pouco e sai do lago indo sentar em uma sombra.

Tomara que ela dê conta de me secar.

- Só você mesmo pra me fazer esquecer que eu esqueci de trazer a toalha.- o Felipe disse sentando do meu lado e eu ri.

Deve ser porque eu sou uma gostosa e tenho o dom de fazer as pessoas esquecerem coisas.

- Você que deve ser a Dori, não tenho nada haver com isso.- ele riu.

- Não tá sendo tão ruim ficar aqui com você.- quando eu abri a minha boca pra falar algo ele me interrompeu.- Se for me xingar faz isso educadamente, por favor.

- Eu ia dizer que eu pensei que seria pior, não está ruim ficar com você.- eu disse e ele sorriu.

- Ah, fala isso de novo. Fala isso de novo.- ele disse feliz e eu ri.

- Idiota.

- Especialmente com você.- ele me abraçou.

Me aconcheguei no abraço dele e aos poucos fui pegando no sono.

continua...

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