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Helena Scott.

- NÃO TEM COMO EU ESTAR TE USANDO, SENDO QUE EU TÔ APAIXONADO POR VOCÊ!

Silêncio.

Um completo silêncio tomou todo o lugar.

Porra, nem cemitério é assim.

Às vezes os mortos levantam do caixão pra esticar o corpo.

Ou pra fazer um tour pela cidade.

Eu tô falando isso porque eu faria isso se estivesse morta.

Eu não tinha mais a capacidade de falar absolutamente nada, eu entrei em choque quando ele disse isso.

Uma completa tensão era vista até por cegos.

Os nossos olhares se encontraram e dava pra perceber que ele estava nervoso.

Rapaz...

Essa me acertou em cheio igual tiro no coração.

A sensação que eu tô tendo agora é de infarto.

Como alivia?

Transando?

Porque eu também tô sentindo borboletas, então são menos dois problemas.

Sim, eu acho que eu admiti que na verdade são borboletas.

- Você o que?- eu perguntei confusa.

Eu tava muito nervosa e nem consegui formular uma resposta.

- Puta que pariu...- ele deu passos pra trás como se tivesse dado a notícia da morte de alguém.

E talvez alguém tivesse morrido mesmo.

Ou iria morrer...

Eu.

Eu tô querendo mais do que nunca morrer agora.

- Eu não...- o Felipe fechou os olhos com força e suspirou.- Eu vou embora.

Ele estava mais em choque do que qualquer pessoa que tá lendo isso.

Ele tava quase sendo eletrocutado por causa disso.

E pelo olhar dele dava pra perceber que ele tava tenso.

Eu acho que ele precisa de um soco.

Ou de mim ajoelhada na frente dele...

PRA REZAR.

Pra rezar por essa pobre alma perdida.

Eu hein, vão pra igreja.

Ou ele precisa que eu faça um chá pra ele.

Agora a tensão eu não sei o que fazer.

Eu poderia sugar tudo pelo pau dele.

Eu tenho um aspirador de pó maravilhoso que vai servir.

Ou eu poderia transformar 'tensão' em 'tesão'.

Só tem a diferença de um 'n'.

O Felipe pegou a chave do carro no bolso dele e saiu da garagem.

Ele me deixou lá sozinha e sem saber se o que ele disse era verdade.

Eu balancei a minha cabeça e coloquei meu celular no bolso, saí da garagem e tranquei a porta da mesma.

Assim que cheguei no meu quarto, me joguei na cama pensando no que o Felipe tinha me dito.

É sério, eu tô mais perdida que pássaro no rebanho.

Eu não sei se pássaro fica perdido no rebanho, eu nunca vi um pássaro perdido no rebanho.

Mas vocês entenderam o que eu quis dizer, né?

Espero que sim, porque eu não sei explicar.

Voltando, não é como se eu fosse fazer um teste no Quizur pra saber se ele tá apaixonado por mim.

E eu não vou ligar pra ele agora e perguntar se é verdade.

Também o que eu falaria?

"Oi, tudo bem? Desculpa ter quebrado o pau com você, até porque eu quero quebrar o pau, mas de outra forma... Aquilo que você disse era verdade?"

É... Agora não me parece tão ruim.

Se for verdade eu posso fingir que nada aconteceu e seguir a minha vida.

Posso esquecer o que aconteceu e sentar nele.

Ou conversar e depois sentar nele.

A segunda opção me pareceu tentadora...

Mas eu sei que a terceira opção é a melhor, né?

Eu me arrumei na cama e depois de um tempo, caí no sono.

continua...

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