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Helena Scott.

Nós ficamos por mais algum tempo na montanha, mas eu juro pelo meu cu que nada aconteceu.

Só mais alguns beijos foram trocados, apenas.

Acho que eu acordaria careca por não ter detalhado esse momento.

Até porque eu não quero ter a minha primeira vez com ele em um carro.

Não sou drogada.

Eu sou, mas só um pouquinho.

Não faço nada licito.

Quem nunca cheirou Tang que atire a primeira pedra.

Eu hein.

A vida é só uma, o Tang tem que fazer parte dela.

Tang vocês podem não ter cheirado, agora com certeza vocês cheiraram acetona.

Impossível nunca terem dado uma fungada na acetona.

Se a pessoa nunca fez isso, pra mim ela é psicopata.

Enfim, eu e o Felipe ficamos falando sobre coisas aleatórias.

E agora nós começamos a inventar reflexões do dia.

- E a reflexão do dia é: Quem me fez cair, também me fez aprender. Me fez aprender que eu devo retribuir com três tiros de fuzil.- o Felipe disse fazendo uma carinha fofa e eu ri.

- Desistir é para fracos. Faça igual a mim, nem tente.- eu disse como se tivesse num programa de tv e ele riu.

- Não se desanime, continue tentando! Porque até um pé na bunda te empurra pra frente.- eu comecei a rir igual uma maluca e ele começou a rir da minha risada.

- Se um dia fecharem as portas do sucesso pra você, lembre-se: existem janelas. Boa noite e obrigada pela atenção.

- Em briga de saci qualquer chute é uma voadora.- dessa vez eu quase infartou de tanto rir.

- Se um dia barata virar dinheiro, o Brasil vai ser conhecido por ter tido extinção delas.

- Deixe pra trás o que te leva pra frente, sua vida vai melhorar muito.- nós rimos.

- Pena que amanhã o dia vai estar horrível.- eu disse chateada depois de um tempo em silêncio.

- Você pode chamar o dia de eu.- olhei ele confusa.- Aí ele fica bonito.- sorriu e eu ri.

- Você é muito convencido, Felipe.

- Convencido de que eu sou perfeito? Isso todo mundo sabe, linda.- me deu um selinho e saiu do carro.

Eu revirei os olhos e saí do carro também.

- Anda, menino.- chamei sua atenção vendo ele parado na frete do carro.

- É que eu não sei se tô preparado.- coçou a nuca.

- Preparado pra que?

- Pra conhecer a Isis como minha sogra agora.- ele disse e eu ri.

- Para de bobeira.- puxei ele pra dentro de casa ainda rindo.

Esse menino inventa cada coisa, viu?

A Isis é madrinha de batismo dele, conhece ele antes dele sonhar em estar na barriga da mãe dele.

Deve conhecer ele melhor do que ele mesmo.

Eu hein, dou logo um murro na cara e resolve.

Entramos na minha casa e eu me deparo com a seguinte cena.

A minha mãe dando tapa na televisão e a Lauren quase pulando no roteador.

- Meu Deus, o que tá acontecendo aqui?- eu perguntei rindo.- Eu saio por alguns minutos e o caos se instala nessa casa, impressionante.

- Minha filha.- a Isis veio até mim.- Falando em instalar, eu esqueci de pagar a conta da internet.- ela disse e eu arregalei os olhos fazendo o Felipe rir.

- Tá, mas o que vocês estão fazendo?- questionei e a Lauren parou de assassinar o roteador.

- A gente tá tentando ter pelo menos um pingo de internet.- a Isis e a Lauren disseram juntas e eu ri junto com o Felipe.

- Puta que pariu...- o Felipe riu.

- Boa sorte aí, gente.- eu disse rindo começando a subir as escadas com o Felipe.

Elas são completamente malucas.

Mas eu não posso julgar.

Eu faria o mesmo.

Assim que chegamos no quarto de hóspedes o menino se jogou na cama e eu fechei a porta.

- Eu tava precisando de uma cama.- ele disse se ajeitando.

- Tava é?- ele assentiu.- Então vai pra sua.- joguei um travesseiro na cara dele e ele riu.

- Vem cá.- ele me chamou pro lado dele e eu deitei na cama.

O Felipe se virou pra mim e segurou o meu pescoço me encarando.

Depois de uns segundos apenas me olhando, ele grudou nossos lábios em um beijo calmo.

- Eu posso dormir aqui... De novo?- ele perguntou encostando as nossas testas.

continua...

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