Helena Scott.
Agora a Polly Pocket de Chernobyl vai ver quem é a sem mãe.
Crianças, o que a titia vai fazer agora não é muito legal então por favor não repitam.
Não quero ver a ma de vocês reclamando que vocês virarem o Jackie Chan versão kids.
Eu parei na parte de querer enfiar a nojenta dentro do espelho pra ela virar a loira do banheiro, né?
Pois é, agora é como se ela fosse apanhar do meu trauma.
Logo depois de ela falar aquilo, eu meti um soco na fuça da Ashley.
Porra, nunca pensei que bater nela me traria uma felicidade instantânea.
Ela caiu no chão segurando o nariz que já estava sangrando e a amiga dela veio pra cima de mim.
Só bastou eu dar um tapa na cara dela e jogar ela na parede pra garota cair no chão fraca.
Tô me sentindo a Viúva Negra aqui.
Ou um daqueles lutadores de boxe só que sem luvas.
Eu puxei a Ashley por aquele cabelo loiro de uma farmácia clandestina, sério aquele loiro já tava quase neon, e dei mais um soco no nariz dela.
O nariz dela fez um barulho estranho e ela gritou.
Nossa, que isso?
Um rato invadiu a garganta dessa garota?
Sempre quis quebrar o nariz de alguém, e agora eu quebrei o nariz dela.
Ela caiu no chão novamente e eu subi em cima dela, dando vários tapas.
A Jane me puxou de cima da Ashley, mas logo em seguida ficou tonta e caiu no chão de novo.
Nem precisei fazer nada que a cara de cu de cabrito já morreu.
Que eficiente.
Quando a Ashley conseguiu se levantar e tentou vir até mim, eu dei um chute na lateral do corpo dela o que fez outro barulho ser ouvido e mais um grito.
Já posso ser lutadora profissional.
Ela ficou contra parede segurando a costela e começou a chorar.
Mas o rato insiste em mostrar serviço e ainda tentou vir pra cima de mim.
Minhas mãos estavam esquentando, eu estava esquentando e sentia que a qualquer minuto poderia surtar.
Na verdade eu já estava surtando, eu não conseguia parar de bater na Ashley.
E tudo isso simplesmente porque ela falou a verdade.
Cada tapa que eu dava nela era como se fosse em mim, doía em mim.
Eu pensei que eu já tinha superado tudo isso, mas a verdade é que eu só esqueci.
Você nunca supera um trauma totalmente, alguma parte de você vai lembrar disso. Só porque você viveu isso, tá nas suas memórias.
Eu não queria bater nela, mas também não conseguia parar.
E eu não sabia se eu ia conseguir parar.
Cada tapa e soco que eu dava nela não diminuía a minha dor e nem a minha raiva, elas só aumentavam.
Eu queria deitar na minha cama, chorar em abraçar o meu urso de pelúcia e não estar aqui.
Eu jamais diminuiria a minha raiva batendo na Ashley, ela só tava ali e pagando o preço que não era dela.
Esse tempo todo eu só queria levar uma vida normal com a Isis, a Lauren e até com o idiota do Felipe.
Mas eu tinha esse problema, eu tinha o meu passado e não dava pra fugir dele.
Eu saí de cima da Ashley e me sentei no chão desajeitada.
A menina tava chorando e com dor e eu tinha causado isso nela.
Ela merecia? Óbvio que sim.
Mas não por uma coisa minha.
Também, quem mandou brincar com o trauma do outros?
Eu me levantei e consegui me ver pelo espelho.
As únicas manchas que eu tenho em mim são delas, do sangue delas.
Das duas pessoas que eu caí na porrada.
Não tinha mais nada, eu não tinha nenhuma outra marca igual as duas meninas tinham.
Eu olhei pra baixo e me assustei com as minhas mãos.
Totalmente vermelhas e cheias de sangue.
Meu Deus, o que eu acabei de fazer?
Parece que esfregaram tomate nelas.
Eu saí do banheiro sem conseguir parar de tremer e completamente nervosa, eu estava quase explodindo.
Eu estava fora de mim naquele momento.
Eu andei lentamente até a mesa onde todos riam.
A minha pressão alternava entre baixa e alta ao mesmo tempo, eu tava quase morrendo.
Será que é assim que se tem um ataque cardíaco?
Eles perceberam a minha presença e olharam assustados para as minhas mãos.
- O que aconteceu?- o Felipe levantou desesperadamente e segurou os meus pulsos analisando.
- A Ashley e... E a Jane estão no banheiro e... Eu acho que é por minha culpa. Mas eu tô bem.- eu disse nervosa.
A Wanda e o Lucca começaram a rir.
- Obrigada, garota. Você realizou o sonho de todo mundo aqui, sem exceção.- veio até mim sorrindo.- Por você eu viraria hétero.- foi até o banheiro.
- Eu acho que ele vai precisar de ajuda com as duas piranhas de brechó lá.- a Wanda se levantou também rindo.- Pior que a Lauren acabou de ir voltar pra casa.
- Você tá bem? Elas fizeram alguma coisa com você?- o Felipe perguntou realmente preocupado.
- Comigo tá tudo bem ou quase.- eu disse e ele me abraçou.
Vi o Lucca carregando o corpo da Ashley e a Wanda o corpo da Jane.
O Lucca tava com uma cara horrível segurando a Ashley.
Certeza que eles jogaram pedra, papel, tesoura só pra ver quem carregava o corpo de quem.
- Senta, a água que Lauren tinha pedido tá aqui.- ele me entregou uma garrafa.
- Obrigada.- eu disse após beber água e coloquei a garrafa na mesa.
- Suas mãos tão tremendo muito, tem certeza que tá tudo bem?- o Felipe segurou as minhas mãos e me olhou com ternura.- Não precisa mentir pra mim...
Isso foi o suficiente pra eu parar de prender o meu choro e desabar.
- Calma, eu tô aqui.- ele me abraçou.
A minha garganta nem fechada tava mais, ela tava trancada.
Meu rosto tava todo molhado com as lágrimas.
Minhas mãos não paravam de tremer e meu coração tava muito acelerado.
Parecia que eu ia desmaiar e eu tava sentindo falta de ar.
Ótimo, eu vou morrer.
- Puta que pariu, você tá tendo uma crise de ansiedade.- ele arregalou os olhos.
continua...
Tô muito feliz com essa porrada que a Helena deu na Ashley, agradeço a Deus e a mim por ter escrito isso.
Porém a merda só começou.
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Você é o Único
RomanceHelena Scott passa anos em um colégio interno, quando sua mãe resolve tirá-la dele. Ao chegar na Califórnia seu mundo vira ainda mais de cabeça pra baixo, quando ela conhece Felipe Parker. Um garoto estranhamente arrogante e bonito. Nem todos os cli...