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Helena Scott.

- Eu posso dormir aqui? De novo...- ele perguntou encostando as nossas testas.

Eu fiz uma expressão confusa.

Esse menino não tem mais casa?

Ótimo, fui arrumar um sem teto.

- Você não tem cama, não?- eu perguntei e ele deu risada.

- Eu tenho, só que eu quero ficar aqui com você.- o Felipe disse fazendo carinho na minha nuca e subindo pro meu cabelo.

- Sua mãe ainda vai acionar a NASA.- ele riu.- Não sei como ela ainda não te deserdou, você some toda hora.

- Nem eu sei, mas agora eu tô na casa da minha tia, então...

- Isso é verdade.- ele me deu um selinho.

Isso é tão bom.

Eu sinto que eu poderia fazer isso o dia inteiro e eu jamais me cansaria.

- Você finge que é durona, mas eu sei que você gosta de mim.- ele disse com uma cara de drogado que me fez rir.

- Se eu não tivesse com você essa noite eu iria achar que você tá bêbado e eu nunca disse que gosto de você.

Apesar de gostar...

- Não?- eu assenti.- E naquele dia que você disse que também era alucinada por mim?

Que vontade de sumir agora.

- Como você lembra?

- Eu tava bêbado, não com Alzheimer.- eu afundei a cara no travesseiro.

- Vai dormir agora, Parker.- eu ordenei e virei pro outro lado.

Ele colocou a mão na minha cintura e me virou de volta pra ele.

Eu passei meu braço em volta do pescoço dele e ele afundou a cabeça no meu ombro.

Começou a fazer carinho nas minhas costas, mas aos poucos o carinho foi parando e sua respiração se tornou pesada.

[...]

Depois de acordar e escovar os dentes, eu voltei pro meu quarto pra pegar um moletom.

E o Felipe?

Tá andando atrás de mim igual gente querendo pedir Uber.

E eu não tô reclamando, tá frio pra caramba, tá chovendo e os abraços dele me esquentam um pouco.

- Usa esse aqui, eu gostei mais e é mais bonito.- ele estendeu um moletom azul.

- Você acha que eu tô me importando com aparência?- ele pensou e assentiu.- Amor, tá muito frio.

- O que custa você usar esse?- ele disse e eu cerrei os olhos.

Esse menino consegue ser muito insuportável quando quer.

- Não vou usar e pronto.- eu peguei o moletom a azul da mão dele e guardei.

Tirei o meu blusão de pijama e senti o olhar do Felipe cair sobre mim.

Coloquei o meu moletom laranja e o Felipe abraçou a minha cintura.

Ele segurou o meu maxilar com as suas duas mãos e encarou o fundo dos meus olhos.

Antes de me beijar, ele sorriu e tirou uma mecha de cabelo do meu rosto.

O gosto da bala de iogurte que ele tinha comido e o meu hálito de menta, se misturavam e causavam um sabor quase perfeito.

Eu não consigo descrever o quão bom é o beijo dele.

Ele apertou a minha cintura debaixo do moletom e eu segurei o pescoço dele, antes que a minha pressão baixasse tanto a ponto de me fazer cair no chão.

- Lena, o café da manhã tá pron...- a Isis abriu a porta e quando me viu com o Felipe arregalou os olhos.- Meu Deus, me desculpa. Continuem o que vocês estavam fazendo, eu nunca estive aqui.- ela tampou os olhos e saiu do quarto.

Eu olhei pro Felipe e nós começamos a rir.

Senhor Jesus de pai.

Ela tá achando que a gente tava...?

Misericórdia, ela tá pior que vocês.

Mente muito poluída.

Se bem que como a gente tá não é nada favorável pra acreditarem que a gente tá orando.

- Vamos descer.- eu dei um tapa no ombro do Felipe.

- Você não acha melhor seguir o conselho da Isis?- ele perguntou com aquele sorriso ladino e eu meti o tapa nele.

Que menino mais tarado.

- Eu só tô tentando te explicar que é sempre bom seguir o conselho dos pais.- eu ri.- Ai ai ai, que menina desobediente meu Deus. Fica tranquila que eu vou rezar pela sua pobre alma.- ele me abraçou e eu empurrei ele.

- Cala a boca.- eu disse rindo.

- Com muito prazer.- me deu um selinho.

- Eu falei pra você calar a sua boca, não a minha.- eu disse e ele sussurrou um 'ata'.

- Então pede pra eu calar a minha boca de novo.- eu revirei os olhos.

- Cala a boca.

- Vem calar.- ele disse me fazendo rir.

- Enfia a sua boca no teu cu, arrombado.

- A gente podia seguir o conselho da sua mãe e eu poderia enfiar outra coisa no seu cu.- tentou me seduzir com o olhar, mas resultou em um olhar de maconheiro.

- Para, menino de Deus.- segurei seu rosto e depositei um selinho na boca dele.- Eu tô com fome.

- Eu já te disse que a gente pode...- o interrompi.

- Não ouse terminar essa frase!- puxei ele pra cozinha antes que ele falasse mais alguma merda.

continua...

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