Você é o Único

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Helena Scott.

- Mãe?- eu tapei a minha boca pra não rir do desodorante.- Eu dormi... Na casa dele.

- E por que só chegou agora?

- Por que? Ora, porque ele me levou pra ver a Nala e eu acabei perdendo o horário.

- Perdeu o horário.- ela sussurrou desconfiada.- Vocês transaram?

- Que isso, jamais.- o Felipe negou indignado.

- E esse chupão aí no teu pescoço?- ela apontou pro pescoço do Felipe.

Ele olhou e não tinha nada.

Ainda bem que eu não deixei marca.

- Então vocês transaram.- ela levantou o desodorante.

- Por que você tá com um desodorante na mão?

- Primeira coisa que eu vi e não muda de assunto.

- Mas nem tinha nada no meu pescoço.

- Exatamente, se vocês não tivessem feito nada você não olharia pro seu pescoço.

Nossa, pane no sistema alguém me desconfigurou.

- Usaram camisinha?- perguntou séria.

- Sim.

- Graças a Deus, não tenho condição de ser avó.- a Isis passou o desodorante na axila e eu ri.

- Enfim, a gente vai pro quarto. Não vamos fazer nada.- eu disse no meio da escada.

- SE FIZEREM USEM CAMISINHA!- eu ri fechando a porta do quarto.

Eu sentei na cama e o Felipe deitou sobre o meu corpo.

- Pode deixar, sogrinha.- sussurrou e começou a beijar meu pescoço.

- Menino, eu amo você, mas pelo amor de Deus não.- eu disse rindo.

Ele fez uma cara de triste e eu olhei pra ele sorrindo.

- Tá bom.- ele me beijou.

- Calma que eu não quero ser mãe.- eu pulei da cama lembrando da pílula.

Peguei a água, o comprimido e tomei.

- Amor.- o Felipe chamou a minha atenção.

- Hm?

- Mas se for daqui a 8 anos você quer ter filhos?

- Daqui a 8 anos?- eu deitei do lado dele e ele abraçou a minha cintura.

- É.

- Com você?

- Não, com o seu pai.- eu ri.

- Que pecado, menino.

- Reponde mulher.

- Se for daqui a 8 anos, quem sabe não tem um Felipe Scott ou uma Helena Parker zoando os outros por aí.- ele sorriu.

- Essa criança vai ser a maior fofoqueira do mundo.

- Eu não duvido nada, mas é só daqui a 8 anos.

- É claro.

- Essa criança vai precisar de psicólogo.- a gente riu e ficou um tempo se olhando.

- Você vai ser a mãe mais linda desse mundo.- eu sorri.

- E você até que é jeitosinho.

- Jeitozinho com "gos" no início.

- Como assim?

- Aí fica gostosinho.- eu ri.- Eu fiquei pensando no seu pai.- ele disse depois de me beijar.

- O que tem o senhor Tony?

- O que você acha da gente ir visitar ele?

- Ele tá lá no Brasil, acho que você não vai querer ir até lá.

- Como não? Se você morou naquele país eu quero estar lá.

- Desse jeito você vai ter que me levar pro Kenstong upon Thames.

- Com o maior prazer.- ele me beijou.

[...]

Já é de noite e eu tô vendo filme com o Felipe.

Juro, ele não para de fazer piadas com os protagonistas.

- Você é meu vício.- a protagonista disse pro namorado.

Ainda bem que ele não é o par romântico dela.

- Ah lá, tá chamando o cara de maconha. Que sacanagem.- eu ri do Felipe falando.

- E você é o meu mundo.

- Chamou de gorda, eu não deixava.- falei e o Felipe berrou.

Dei um tapão no braço dele.

Eu hein, atrapalhando o meu filme.

- Minha vida.- eles se beijaram.

- Puts, chamou o cara de merda.

- O pior é que acontece tanta merda na vida dela que parece que eu tô vendo Maria do Bairro.- o Felipe riu.

Depois de um tempo o filme acabou.

O final foi daqueles clichês, mas que todo mundo ama.

- Agora vem com o papai.- ele começou a beijar meu pescoço de novo.

- O chá foi tão bom assim pra você estar me perturbando desse jeito?- ele riu e assentiu.

- Safado.- eu bati nele.- O meu pai tá ali, idiota.- eu apontei pra foto dele.

- Sogrão, perdão por estar tentando rearrombar a sua filha, porque eu já arrombei uma vez.- eu ri.

- Para de falar merda pro meu pai.

- Tá bonitão, hein sogrão.- eu ri e olhei pro Felipe conversando com o meu pai.

Eu pensei que nós estaríamos brigando até hoje.

E agora ele tá conversando com a foto do meu pai.

Uma foto que eu nunca mostrei pra ninguém.

Pois é, mas tu também nunca mostrou a tua buce...

VOCÊ FICA QUIETO SUBCONSCIENTE!

continua...