Acompanhante de Aluguel (GaaLee)

Capítulo 27 - XXVII - Uma chance

 — Gaara... o que faz aqui? — perguntou chocado com a presença do ruivo.

Gaara vestia um jeans e camiseta simples, uma roupa muito diferente das vestes refinadas com que Lee estava sempre acostumado a vê-lo.

— Lee, eu vim conversar.

— Não temos nada pra conversar, Gaara! — disse fechando a porta, mas o Sabaku a segurou com a mão o impedindo.

— Lee, por favor... eu tô pedindo.

Lee mordeu os lábios nervoso e sem saber muito como reagir. Era estranho ver Gaara pedir alguma coisa. Quando se tratava dele, estava acostumado apenas a receber ordens. Respirou fundo, e mesmo que sua mente dissesse não, sua boca disse:

— Entra... — afastou-se dando espaço para o Sabaku, que entrou no pequeno apartamento — Pode sentar — disse apontando para o sofá da sala e Gaara tomou assento — Você quer beber alguma coisa? — perguntou se encaminhando para a pequena cozinha que era dividida na sala por um balcão — Um suco, café... Whisky?!...

— Café seria ótimo — Gaara respondeu.

Lee colocou a cafeteira para trabalhar.

— Eu... eu acabei de acordar, você me dá cinco minutos? — pediu ao Sabaku.

— É claro.

Lee então se retirou para o banheiro onde fez suas higienes matinais e jogou bastante água fria no rosto. Ficou algum tempo encarando seu reflexo no espelho e se perguntado se ouvir o que Gaara tinha a dizer era a coisa certa. Mas Lee não controlava seu coração. E seu coração dizia a ele que precisava desesperadamente de Gaara.

Voltou para a sala, e encontrou o ruivo no exato lugar onde o havia deixado. Foi direto para a cozinha e colocou o café já pronto em duas xícaras.

— Sem açúcar?! — perguntou ao Sabaku, que confirmou com a cabeça.

Então lhe serviu café e sentou-se ao lado dele no sofá, mas mantendo uma pequena distância entre os dois.

— E então Gaara, o que queria dizer?

— Lee... — Gaara o encarava com aqueles grandes olhos verdes e um sorriso pequeno nos lábios — Eu senti tanto sua falta...

Lee ruborizou com a fala, mas preferiu não responder, apenas desviou o olhar.

— Eu sei que não veio aqui só pra me dizer isso, Gaara.

— Tem razão. Eu vim aqui, porque te quero de volta!

— Gaara...

— Lee, só me escuta, tá! Eu quero me desculpar pelo que aconteceu. Eu não devia ter beijado o Yashamaru. Foi um erro! Mas, eu preciso que você entenda que esse cara fodeu com a minha cabeça. Eu sou cheio de sentimentos confusos quanto a ele.

— Você o ama?

— Não! Claro que não! Lee eu... — respirou fundo e olhou dentro dos olhos do moreno — Antes de te conhecer, eu nem sabia o que era amor. Mas agora — acariciou seu rosto — Eu finalmente entendi, Lee. Eu te amo!

Lee sentiu todo o corpo arrepiar com aquelas palavras.

— Gaara... você... você nunca me disse isso antes... — dizia com o rosto vermelho fitando o chão.

— Eu sei! E eu fui um idiota por isso! — o Sabaku segurou de novo seu rosto o fazendo olhar em seus olhos — Mas é verdade, Lee. Eu te amo! Volta pra mim — pediu.

— Eu não sei Gaara... você me magoou muito. Toda essa história com o seu tio...

— Eu conversei com ele. Entramos num acordo. Não nos veremos mais, e ele vai me deixar em paz! Vamos deixar essa história no passado e seguir em frente.

— Gaara... por que... por que demorou tanto tempo pra me procurar? Se sabia que me amava, porque demorou dois meses para vir me ver?

— Porque eu não tive coragem. Depois que você partiu, eu achei que ia conseguir te esquecer. Eu tentei te esquecer, e não vou mentir, tentei até te substituir, mas foi impossível! Eu te amo, Lee! Você é a única pessoa que eu já amei!

— Gaara, eu também te amo. Mas não posso voltar a ser seu submisso. Eu tenho medo.

— Tem medo de mim? — o ruivo perguntou alisando seu rosto.

— Não. De você não!... Eu tenho medo do quanto eu preciso de você. Tenho medo de depender de você.

— Por quê?! — o ruivo perguntava confuso — Eu te deixei faltar alguma coisa? Você foi infeliz sendo meu submisso?

— Não, não é isso, é que... vendo você com o... com aquele cara... — disse com certa raiva na voz — Eu não quero ficar assim, Gaara!

— Eu entendo... — Gaara disse com um olhar triste — Eu não ia querer que ninguém passasse pelo que eu passei. Mas Lee — deu uma risada cansada — O que eu quero com você, é muito mais do que uma relação de submissão. Eu quero um compromisso sério! Me dê uma chance de te mostrar isso! — pediu com aquele brilho no olhar, que impossibilitava Lee de negar-lhe qualquer coisa.

— Gaara... — disse manhoso, e naquele momento, o ruivo sabia que já o tinha conseguido de volta.

Gaara se inclinou sobre ele segurando seu rosto.

— Mê dê a chance de mostrar o quanto eu te amo... — sussurrou e tocou seus lábios com um beijo calmo.

Lee não queria ter se entregado tão facilmente àquele beijo, mas não consegui resistir, e a verdade é que no fundo, não queria resistir. Nos dois curtos meses em que esteve longe de Gaara, ansiou apenas por estar com ele novamente. E tê-lo ali, o beijando e finalmente dizendo que o amava, era como realizar um sonho.

Gaara começou a descer os beijos pelo queixo do maior, chegando ao pescoço e dando leves mordiscadas que tiravam de Lee gemidos e suspiros.

— Não... Gaara, para com isso... — pediu gemendo.

— Tem certeza? Não parece que você quer que eu pare... — o ruivo dizia mordiscando seu pescoço, e alisando seu pênis excitado por cima das roupas.

— Não... Para! — Lee disse firme, o segurando pelos ombros e o impedindo de continuar. O ruivo parou os beijos e ficou o observando — Gaara, ainda não...! Não vou me entregar tão fácil! Você disse que me ama, e que me quer mais do que como submisso. Então eu quero que me prove!

— Quer que eu prove?! — perguntou desacreditado, levantando a sobrancelha.

— Sim! — o moreno respondeu cruzando os braços — Se me quer de verdade, se realmente me ama, quero que prove!

— Tá bom, Lee... façamos o seguinte: hoje à noite saímos para jantar, e vou te mostrar o quanto eu quero um relacionamento sério com você! O que acha? Quer sair comigo, num encontro de verdade?!

— Quero... — respondeu com um sorriso bobo.

Gaara se inclinou para ele, como se fosse beijá-lo, mas não o fez.

— Então, te pego às oito — sussurrou perto de seus lábios e se levantou saindo do apartamento.

Lee se jogou eufórico no sofá, segurando a enorme vontade que sentia de gritar de alegria. Não importava tudo o que havia acontecido. Era caidinho por Gaara. E mesmo dizendo que não queria voltar a ser submisso, pois tinha medo de se tornar dependente dele, Lee não via o que estava bem à sua frente, que já era dependente dele! Precisava de Gaara.