Capítulo 50 - L - Liberdade

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Seis meses depois...


Rock Lee passava pelos portões de ferro da penitenciária federal. Era a primeira vez que entrava em um presídio. Nunca pensou que teria que ir a um lugar daqueles em toda a vida. Depois de uma longa revista, foi acompanhado por um guarda até uma sala grande cheia de mesas e cadeiras, que mais parecia um refeitório. O guarda ficou parado na porta e ele escolheu um lugar qualquer para sentar. Ficou aguardando por uns cinco minutos, até que a porta do outro lado da sala se abriu, e dela saiu um outro policial que acompanhava Gaara.

O ruivo estava com cabelos cortados bem curtos, usava um macacão bege, estava obviamente mais magro e com olheiras profundas, mas sorriu ao ver Lee sentado o aguardando. Gaara foi até ele, mas Lee não se levantou para cumprimentá-lo com um abraço. Na verdade, nem poderia. Havia sido instruído pelo guarda a permanecer o tempo todo sentado. Gaara foi até ele e sentou na cadeira à sua frente. Procurou pelos olhos de Lee, mas o moreno se mantinha olhando para baixo.

— Obrigado por ter vindo — Gaara disse com um sorriso pequeno.

— Eu não queria vir mas... — respirou fundo — o Neji insistiu. Disse que você ajudaria com a questão da guarda do filho do Shikamaru... E também... — suspirou cansado olhando para Gaara — Cansei de receber ligações dos seus advogados implorando para que eu viesse falar com você.

— Me desculpe por isso. Eu só queria te ver uma última vez. Juro que não vou mais te importunar.

— O que quer de mim, Gaara?! — Lee perguntou, como se quisesse encerrar logo o assunto.

— Bem, eu queria saber como você está?! — pediu com um sorriso cansado

— Como acha que eu estou? — Lee retrucou — Você me magoou, me traiu... Depois, eu fui sequestrado e estuprado. E por último, eu assisti um assassinato! Eu... — Lee engoliu um pouco a raiva que sentia e Gaara podia ver em seus olhos que ele estava cansado e doente com aquilo tudo — Eu tô tomando remédios pra dormir toda noite, e frequentando um psicólogo três vezes por semana — Terminou desviando o olhar e suspirando profundamente.

Um longo silêncio se instaurou entre eles.

— Você está precisando de alguma coisa? De algum auxílio financeiro...?

— Não! — Lee o interrompeu. — Eu não quero seu dinheiro! Eu só quero saber o porque me chamou aqui, e acabar logo com isso!

Gaara sentiu um nó formar-se em sua garganta, mas não queria chorar. Engoliu a tristeza que sentia e voltou-se para Lee.

— Na verdade... acho que eu não quero nada de você Lee, além do seu perdão! — pediu com a voz rouca, e com uma lágrima solitária caindo de seu olho.

Gaara secou a lágrima e fungou o nariz, virando o rosto para que Lee não o visse chorar. Lee olhou para ele, e pela primeira vez sentiu Gaara realmente vulnerável. Não conseguiu resistir, esticou a mão sobre a mesa, segurando a mão dele, a fim de trazer-lhe um pouco de conforto, afinal, ainda tinha sentimentos por Gaara, e sabia que no fundo, ele era o mais prejudicado nessa história toda.

— Eu... não cheguei a agradecer por você ter me salvado. Você se arriscou muito por mim.

— Era o mínimo que eu poderia fazer — Gaara respondeu — Afinal, eu te amo, Lee.

— Gaara... por favor, não diga essas coisas! — pediu triste.

— Você tem razão. Me desculpe! — respondeu soltando a mão de Lee — Bem... limpou a garganta — Eu queria saber um pouco sobre você, se não se incomodar em me dizer, é claro!

Acompanhante de Aluguel (GaaLee)Onde histórias criam vida. Descubra agora