Capítulo 12 - XII - Corda bamba

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Na manhã seguinte, Gaara estava na cozinha de seu apartamento tomando um café. Depois de passar a noite refletindo, decidiu que precisava dispensar Rock Lee. Iria dar a ele uma quantia grande de dinheiro e o dispensar do serviço. Por quê? Por que estava atraído por ele!

Não era a primeira vez que isso acontecia, e nem seria a última, e Gaara sabia o como era doloroso atrair-se por um submisso.

A diferença, é que desta vez, foi muito rápido. Só ficou três dias com ele, e sem saber como, estava apaixonado. Lee tinha aquele maldito sorriso, e um olhar brincalhão, tão diferentes de Gaara, ou de qualquer um de seus submissos anteriores, ou de qualquer cara com quem já tivesse ficado antes. A personalidade dele era chamativa e atraente; e Gaara sentia-se preso a ele. Tanto, que até o beijou. Nunca havia beijado outro submisso nos lábios antes. Mas ficou tão encantado por seus olhos e seu sorriso, que quando viu, já estava o beijando.

A atração que Gaara sentiu por Lee foi estranha. Nunca tinha sentido antes. Desde o primeiro momento, quando Lee entrou em seu escritório com aquele jeans largado e moletom, ele já chamou atenção do ruivo. Não era a primeira vez que Gaara recebia alguém em seu escritório para a vaga de "fotógrafo paisagista", mas era a primeira vez que alguém aparecia vestido de forma tão desleixada. Todos os anteriores sempre tentaram impressionar Gaara, mas Lee não parecia ligar para isso. Agia como se não se importasse com o que o Sabaku pensava dele, e logo em seu primeiro encontro foi espontaneamente galanteador, deixando o ruivo por muitas vezes ruborizado.

Gaara estava acostumado a estar no comando de suas relações, mas Lee o desconcertava. Tirava seu foco. Com aquele sorriso naturalmente lindo e personalidade encantadora, conquistou o coração do Sabaku, que estava mais acostumado a homens superficiais. Estava acostumado a garotos de programa que vendiam uma imagem de fachada, como se fossem bonecas eróticas simplesmente dispostas a fazer tudo o que Gaara mandava. A verdade é que Gaara não ligava, mas toda aquela superficialidade cansava com o tempo. Mas Lee não! Lee era diferente! Ele era espontâneo. Não tinha medo de dizer sim ou não. Nos poucos encontros que tiveram, Lee expressou tudo o que gostava e o que não gostava. Também não tinha medo de experimentar, e não controlava seus impulsos. Além do mais, era tão naturalmente amigável, sorridente, agradável de se estar...

Tão agradável, que em sua primeira noite no quarto vermelho, Gaara sentiu vontade de beijar seus lábios. Na primeira noite até conseguiu resistir aos lábios dele, mas não ao seu corpo. O ruivo não costumava tocar tão diretamente seus acompanhantes, nem tornar as relações de submissão tão sexuais, mas Lee era tão lindo, que Gaara mal resistiu a tentação. Ia apenas amarrá-lo e usar alguns brinquedos nele, mas uma vez que o viu amarrado sobre aquela cama, começou a beijar seu corpo. Precisava beijá-lo. Precisava senti-lo. Se amaldiçoou por estar tão excitado, tão dependente dele, e antes de Lee chegar ao orgasmo o dispensou, antes que não conseguisse mais controlar os próprios impulsos.

Em seu segundo dia juntos, já não conseguiu mais resistir. Naquele dia, Lee havia saído do apartamento para correr com Baki como guarda-costas e questionou Gaara o porque não poderia sair sozinho. Era a primeira vez que algum submisso questionava seus métodos. A maioria sequer se importava, só estavam ali pelo dinheiro e deixavam o Sabaku fazer o que bem entendesse, até que Gaara se cansava deles e os dispensava. Ou então, quando Gaara tentava algo mais radical, eles desistiam. Já Lee, ele questionava, e também aceitava experimentar coisas novas com uma facilidade que nenhum outro havia aceitado antes. Já no segundo dia, enquanto acariciava seu rosto e olhava seus olhos, ele o beijou. Precisava beijá-lo, e quando o fez... nossa... sentiu-se no paraíso. Queria beijá-lo para sempre.

Em seu terceiro dia no quarto vermelho, Lee não se negou a experimentar o sadomasoquismo. Gaara nunca tinha apresentado o sadomasoquismo a nenhum de seus submissos anteriores tão rapidamente. Normalmente levava cerca de um mês até começar com esse tipo de prática, mas com Lee, sabia que podia fazê-lo, e que ele não se negaria. O moreno não tinha medo de experimentar. E não apenas experimentou, como gostou, o que deixou Gaara extremamente feliz. E ao final de tudo, Lee ainda o desafiou. Disse que só estaria satisfeito quando o fizesse gozar, e o Sabaku ficou encantado com aquela insubordinação. Gaara não gostava de tornar as relações com os submissos tão sexuais, e poucos foram os subs que o tocaram anteriormente. Mas Lee, Lee o desafiava, e no fundo, Gaara gostava do desafio. O excitava! Deixou que ele o tocasse, o chupasse e lhe desse algum prazer sexual. Mesmo que tenha se arrependido depois, não negava que foi prazeroso. Mas não podia. Não podia baixar sua guarda daquela forma. Não podia se deixar apaixonar. Não era digno do amor. Ao menos, foi assim que o convenceram durante toda sua vida.

Gaara, que cresceu em uma família rica, e simplesmente não estava acostumado a pessoas assim, tão verdadeiras como Lee. Ele cresceu envolto de pessoas que viviam suas vidas sob uma fachada de perfeição. Ele mesmo e sua família sempre foram assim. Vidas miseráveis escondidas atrás de sorrisos falsos. Por isso, ele se encantava tanto com Lee. Porque seus sorrisos não eram falsos. Cada uma das suas expressões era repleta de verdade, e para o Sabaku, aquilo era adorável. Estava fascinado por Lee, e quanto mais tempo ficava com ele, mais tempo queria ficar. Não demorou a entender, que na verdade, estava apaixonado por seu submisso.

O Sabaku se amaldiçoava por estar gostando tanto dele. Droga, só estavam juntos a três dias...! Como poderia estar tão atraído, tão rapidamente?! Precisava dispensá-lo! Apaixonar-se por ele não seria bom para nenhum dos dois. Ele sabia melhor do que ninguém o como era prejudicial uma relação de amor entre Dominador e submisso.

Gaara estava envolto em seus pensamentos quando Lee chegou na cozinha.

— Bom dia, Gaara. Achei que fosse estar trabalhando... — Lee disse com um sorriso amigável. Sorriso que fez o coração do Sabaku disparar.

— Eu vou, mas antes, tenho um assunto pra resolver com você! — Gaara disse sério.

— É claro, o que é? — Lee perguntou.

Mas ali, olhando em seus olhos, simplesmente não conseguiu. Não conseguiu dispensá-lo. Queria ele de novo. Queria ir mais a fundo com aquilo. Gaara Respirou fundo e tomou sua decisão. Ia correr o risco!

— Eu só queria agradecer por esses três dias. Você se mostrou muito aberto às possibilidades, e prometo recompensá-lo na semana que vem.

Lee deu um sorriso bobo e deu uma corridinha até Gaara, chegando bem perto dele e selando os lábios com um beijo. Gaara não conseguiu, nem quis impedir. Deixou que ele o beijasse e retribuiu aquele pequeno ato.

Lee soltou seus lábios devagar olhando profundamente em seus olhos verdes.

— Baki vai levá-lo para casa, quando estiver pronto. Nos vemos na semana que vem! — Gaara disse se afastando devagar dele.

— Mal posso esperar...

O Sabaku sorriu com a fala do moreno e saiu. Lee arrumou suas coisas e logo Baki o levou para casa.

Acompanhante de Aluguel (GaaLee)Onde histórias criam vida. Descubra agora