Acompanhante de Aluguel (GaaLee)

Capítulo 31 - XXXI - Laço do passarinheiro

ATENÇÃO: OS GATILHOS DESSE CAPÍTULO SÃO:

violência psicológica, relacionamento abusivo, chantagem emocional, gaslighting

[...]

Assim ficaram juntos por dois meses. Um casalzinho de noivos apaixonados.

Gaara começou a chegar mais cedo do trabalho e dedicar mais tempo a ficar com Lee. O moreno se sentia verdadeiramente amado por ele.

Lee não falou mais com Neji. Neji nunca mais o procurou, e Lee também não ia procurá-lo, pois sabia que ia desagradar Gaara se fizesse isso. Lee também evitava ao máximo falar com a mãe, e mesmo que já fizessem dois meses, ele não chegou a contar a ela que largou o emprego e estava noivo de Gaara. Lee tinha medo do que a mãe poderia pensar. Então, apenas escondeu dela toda a situação, até conversar com Gaara para conhecê-la. Lee sabia que se sua mãe pudesse conhecer o ruivo, ia gostar dele e entender a decisão de Lee.

Já a vida a dois, era perfeita. Eles passavam muito tempo juntos, como um verdadeiro casal apaixonado. Na vida sexual, eles faziam amor quase todos os dias. Gaara manteve sua promessa de não levar mais Lee para o quarto vermelho, e mesmo que fizessem muito sexo, Lee sabia que Gaara não sentia tanto prazer quanto sentia em suas sessões. O ruivo nem sempre gozava e sua expressão não era a mesma de prazer que tinha antes. E Lee estava começando a ficar frustrado com isso.

Um dia, depois de mais uma noite de sexo tranquilo, bem ao estilo papai e mamãe, Gaara se limpou e deitou-se de lado para dormir.

— Gaara... — Lee o chamou.

— O quê?... — o ruivo respondeu sem se virar para ele.

— Você gostou? — perguntou ressabiado.

— É claro — respondeu frio.

— Eu... eu sinto que não gostou.

— Olha, Lee... eu gozei tá! O que mais você quer de mim?! — disse irritado.

— Nada... eu... eu só quero que você sinta prazer comigo... — disse triste.

— Como eu posso sentir prazer assim, Lee?! — virou-se para ele — Um sexo monótono. Sem vida... Eu preciso de mais!! — disse angustiado apertando as mãos contra o peito.

Lee ficou o encarando com um olhar triste e decepcionado.

— Me desculpa... — Gaara acariciou seu rosto — É que... eu não tô acostumado com isso. Ter você, ter o quarto vermelho logo abaixo de nós e... e ter que fingir que a parte Dominadora em mim não quer te amarrar e te dar prazer... é frustrante!

— Também é frustrante pra mim, saber que a única forma que eu sou capaz de te dar prazer é amarrado e vendado... — Lee sentiu uma lágrima escorrer do canto do olho, mas logo limpou.

— Você está sendo dramático... — Gaara revirou os olhos e se levantou da cama vestindo o pijama — Eu vou dormir lá embaixo hoje... — pegou seu travesseiro e saiu do quarto, deixando Lee sozinho.

O moreno, sozinho no quarto, enfiou o rosto entre os travesseiros e chorou. Era horrível brigar com Gaara. O amava muito, e faria tudo por ele. Saber que não era capaz de lhe dar prazer o fazia sentir-se frustrado e insuficiente.

Na manhã seguinte, acordou e desceu as escadas, dando de cara com Gaara ainda de pijamas na cozinha. O Sabaku olhou para ele, mas o ignorou e voltou-se novamente para sua xícara de café. Lee sentiu-se péssimo com aquela atitude. Era horrível que Gaara o ignorasse daquela forma. Ainda sem falar com ele, levantou da mesa, foi até o quarto e se arrumou pro trabalho. Saiu sem se despedir de Lee, que ficou em casa o dia inteiro remoendo aquele sentimento de sentir-se insuficiente para Gaara.