NOSSO AMOR IMPOSSÍVEL

Capitulo 38

Lorena

Miguel: O que está te deixando tão pensativa assim? — ele desliza a mão pelos meus cabelos e eu sorrio para disfarçar.

Lorena: Estou ansiosa para esse casamento, casamentos costumam ser tão emocionante.

Miguel: Se você chorar acabo chorando junto. — rimos alto e nos beijamos.

Estávamos na sua casa, meu vestido já estava lá encima me esperando. Havia acabado de fazer a make e o cabelo também, subi para me trocar.

Lorena: Lindo, vem me ajudar. — falei alto da porta e aguardei.

Miguel não veio quando chamei, chamei outra vez. Senti um frio na espinha e me aproximei da escada.

Miguel: Já estou indo! — falou frio e desci as escadas, estava de hobby me vesti e desci as escadas. Miguel estava no notebook concentrado em alguma coisa, me aproximei e ele virou para me olhar. Um olhar frio, nunca Miguel me olhou assim, engoli a seco e respirei fundo.

Lorena: O que aconteceu?

Miguel: Eu que te pergunto Lorena. — ele se afastou do notebook e vi minha foto do dia da boate.

Passou milhões de coisas pela minha cabeça, senti que fui perdendo a cor lentamente, não conseguia respirar, o olhar de desprezo do Miguel doeu como um soco na boca do estômago.

Miguel: Que foto e essa Lorena? Que carta ridícula é essa que escreveram pra mim?

📧E-MAIL 
"Miguel, aí Miguel. Você se apaixonou por uma garota de programa? Nunca se apegou há ninguém e quando se apaixona a mulher simplesmente não presta rsrs. Que pena"

Lorena: Posso explicar. — falei limpando as lágrimas que escorriam pelo meu rosto sem parar — Posso explicar! — ele me olhava pensativo e com pena, ele sentia dó de mim. Porque? — Perdi meus pais muito cedo, fiquei perdida e desorientada, meus tios não cuidavam de mim, o marido da minha tia fazia de tudo para abusar de mim, encostar em mim e eu fugi. Fugi Miguel, fui para uma pensão, morei lá e foi o único recurso que encontrei na época. Sei que nada justifica, poderia ter dado o meu melhor mais não. Me arrependi, e tô aqui, larguei tudo quando conheci você, quando você entrou na minha vida.

Miguel: Porque não me contou antes? Desde o começo? Porque não falou Lorena?

Lorena: Miguel! — falei baixo e respirando fundo — Tinha medo desse olhar, dessa voz, desse tom de desprezo eu tinha medo disso. Iria te contar tudo depois do casamento, conversei com a Diana e ela me encorajou mais não deixaram. Sempre tem que ter alguém pra estragar tudo, e não deixaram. Me desculpa. — falei por fim enquanto ele me olhava.

Seus olhos estavam cheios de lágrimas e ele segurou o máximo para elas não caírem mais foi em vão. Quando a primeira lágrima caiu ele fechou o notebook e virou de costas pra mim e subiu as escadas, cai sentada no sofá e enterrei meu rosto em minhas mãos. Respirava fundo para não desabar e estragar tudo, tentei ao máximo mais não consegui. As lágrimas desciam sem parar, meu peito subia e descia enquanto eu soluçava. Ele iria me deixar pra sempre, Antonella conseguiu o que ela queria. Ela conseguiu.

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Miguel

Ocorreu tudo bem na viagem, mais Antonella fez perguntas demais, do tipo: suas alunas são tão interessadas em você, principalmente aquela Lorena. Foi por pouco não perguntar se aquilo era da conta dela. Chegar em casa e ir para os braços de Lorena era reconfortante, ela sabia muito bem como me arrancar sorriso e tirar todo aquele estresse de cima de mim. Confesso que estava ansioso para o casamento da minha irmã e meu melhor amigo, estava feliz por Luíza convidar ela para ser madrinha. Logo Luiza, que nunca foi com a cara de nenhuma mulher que eu saia chegava a ser engraçado o jeitinho em que ela tratava Lorena. Ela acabou falando pra minha mãe, que também estava ansiosa para conhece-la mais ninguém sabia a verdade: Lorena é minha aluna. E isso é crime, puta que pariu crime e eu não consigo viver sem essa mulher.

Ela subiu para terminar de se arrumar e quando eu ia subir ouvi uma mensagem chegando no meu iMac, dei meia volta e abri o e-mail. Abriu uma foto de Lorena em uma boate, ela estava com aquele Fernando e uma mensagem bem escrota, passou um filme pela minha cabeça principalmente o sorriso de Lorena. Não poderia ser isso, ela é tão meiga, tão carinhosa e delicada. Nunca falou nem fez nada que eu desconfiasse, ouvi os passos dela, mais não conseguia olhar aquele rosto que estava amando e aquilo me doía por dentro. Ela tentou explicar mais não foi o suficiente, subi para o quarto.

Precisava me recompor, eu precisava conversar com Lorena e aquele não era o meu melhor momento, eu queria dizer isso pra ela que não era o meu melhor momento mais não consegui, porra eu não consegui. Uma onda de ciúmes e pensativos idiota e infantil surgiu na minha cabeça e não saía por nada. Ricardo iria pra lá, havíamos combinado dele ir e sabia que estava prestes a chegar já que iriamos para o casamento juntos. Levantei e lavei meu rosto, pinguei colírio nos olhos para tentar aliviar e respirei fundo, eu que nunca chorei por nada estou aqui chorando pela primeira mulher que eu amei. Desci as escadas e ela levantou rapidamente do sofá, continuava linda porém com receio eu conhecia aquele olhar, respirei fundo e engoli aquele nó que estava na garganta.

Lorena: Por favor me desculpe por isso e por tudo, não quis te enganar nunca foi minha intensão. Tive medo, muito medo. — me aproximei enquanto ela falava desesperadamente.

Miguel: Nós vamos conversar depois do casamento, só te peço Lore, me deixe raciocinar tudo isso, alguém sabe de tudo e fizeram isso para nos prejudicar então te peço.

Lorena: O que quiser. — falou limpando as lágrimas que ainda restavam em seu rosto e ajudei ela limpar.

Ricardo interfonou e pedi para liberarem ele, guardei o notebook e Lorena começou a subir as escadas.

Miguel: Lorena? — chamei em um tom baixo e ela respondeu suavemente.

Lorena: Oi. — olhou em meus olhos.

Miguel: Já subo para te ajudar.

Lorena: Te espero. — ela sorrio triste e Ricardo tocou a campainha.

Abri a porta para Ricardo tentando disfarçar ao máximo só que ele sabia e me conhecia, mais era o seu dia.

Miguel: Depois conversamos, vou ir ajudar Lorena e já vamos para a igreja. — comecei a subir a escada — Menos um soldado! — gritei e ele gargalhou fazendo careta.

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