CAPÍTULO 33

143 2 0
                                    

    Já são 6:25 da manhã de quarta-feira e Roberta havia decidido chegar cedo na escola para evitar ter explicações para muita gente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

    Já são 6:25 da manhã de quarta-feira e Roberta havia decidido chegar cedo na escola para evitar ter explicações para muita gente.

    Não tinha um pingo de vontade de vir para escola naquela manhã e nem nunca.
    Só veio porque sua tia estava lhe obrigando.
    Sua vontade era de ficar em seu quarto e nunca mais sair para não ser vista.

    A escola estava em um grande silêncio pois quase nenhum aluno havia chegado além de Roberta e outros cinco que logo desapareceram pelos corredores.

    Sozinha no pátio do segundo andar, Roberta se sentava em um dos bancos azuis recostado na parede.

    Ela largou sua bolsa no chão junto com o blazer de Jhone e tirou o celular do bolso.
    Olhando para os lados várias vezes, procurava prevenir-se de não estar sendo observado.

    Tendo certeza de que ninguém estava por perto, Roberta aproximou o celular centímetros do rosto.

    Com cuidado para não se machucar,abaixou sua máscara rosa que cobria toda sua boca corroída pelo ácido.

    Usando a tela de seu iPhone como espelho, Roberta olhava aflita para seus lábios.
    Seus lábios estavam cobertos por uma pomada de creme amarelado, grosso e grudento.
    As feridas estavam vermelhas no centro mas com um certo tom escuro nas bordas que fazia parecer queimaduras.
    Havia cinco feridas horríveis em seus lábios.
     Duas pareciam buracos e as outras três faziam parecer que arrancaram pedaços de seus lábios com mordidas.
     Uma das feridas que ficava no cantinho direito do lábio inferior,era a que mais ardia.
    Mas a que mais deixava Roberta aflita, era a que ficava no meio no lábio superior.
    Deixava três dentes amostra.

    Sua vaidade estava morrendo desde o momento em que o médico havia dito que seus lábios precisavam de uma reconstrução labial.
    Um sinal claro de que seus lábios não voltariam a ser os mesmos.
    Para piorar,sua tia rica não demonstrou um mínimo de interesse em pagar a reconstrução labial.
    Nem sequer tocou no assunto.

    Mas o que Roberta poderia esperar de uma tia que só a aceitou em sua casa porque a justiça obrigou depois que seus pais morreram?

     Roberta colocou a máscara novamente, guardou o celular e se recostou na parede.
    Como se não bastasse o braço quebrado, agora era os lábios corroídos por ácido.

    Logo começou a chorar se sentindo deformada,sem nenhuma importância para sua tia.
     Sem nenhuma solução para seus lábios e com medo horrível de ser rejeitada pelos garotos.
    Principalmente quando esse garoto é Daniel Vegas.
    O irmão mais velho de Jéssica.

    Ao ouvir algumas vozes de estudantes se aproximando enquanto conversam, Roberta rapidamente parou de chorar.

     Ela se levantou enxugando as lágrimas, pegou a bolsa e foi embora andando solitária pelos corredores.

INSANIDADE: Anjo MauOnde histórias criam vida. Descubra agora