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Melissa

Voltamos apressadamente para seu apartamento, querendo continuar o que começamos. Fico receosa do seu pai estar lá, mas Bruno me conforta dizendo que não existe tal possibilidade para isso hoje.

Começamos a nos beijar ainda no elevador e ele tenta abrir a porta do apartamento desajeitadamente enquanto move sua língua dentro da minha boca. Dou risada quando ele finalmente consegue abrir e deixo minha bolsa cair no chão.

Minhas mãos vão para os botões da sua camisa e ele me ajuda a tirá-la, deixando que eu toque seus braços e ombros facilmente. Seus beijos descem para meu pescoço e acaricio suas costas, puxando-o para mais perto.

Porém me afasto bruscamente ao tocar em algo nas suas costas.

_ O que é isso Bruno? - viro seu corpo e cubro minha boca com as mãos ao ver suas costas cobertas por ferimentos já fechados. _ Você caiu em algum lugar para ter feito esses cortes?

_ Não é nada, Melissa. - pega sua camisa do chão e começa a vesti-la.

_ Como nada? Me conta o que aconteceu, Bruno! - começo a alterar minha voz.

Me recuso a pensar nessa possibilidade, mas quando vejo as palavras saem da minha boca carregadas de ódio.

_ Foi o seu pai?

_ Não. - responde de costas para mim.

_ Responde olhando pra mim.

_ Não. - olha nos meus olhos e sinto uma lágrima cair.

_ Quando foi que começamos a mentir um pro outro?

_ Por favor, Melissa. Por favor, fica fora disso. - suplica.

_ ME DIZ O QUE ACONTECEU! - grito em meio ao choro.

_ Foi um acidente. Eu tentei controlar ele numa noite e acabei caindo em cima da mesa de vidro.

Seu tom de voz sai baixo e olho para o lado percebendo que a mesinha de centro não está mais aqui.

_ Meu Deus. - é a única coisa que consigo responder e ele se aproxima de mim segurando em meus braços.

_ Esquece isso, eu tô bem. Nós tivemos um dia tão tranquilo, não vamos estragar.

_ Acha que somos nós quem está fazendo isso? É culpa dele!

_ Ele está doente, Melissa.

_ Então que procure um médico! Você não tem obrigação de aguentar essas coisas.

_ EU TENHO SIM! - me assusto e ele dá um passo para trás. _ Você não entende, é culpa minha. Eu tirei tudo o que ele tem, só sobrou eu pra cuidar dele. Como vou viver tranquilo sabendo que prejudiquei alguém dessa forma?

Bruno limpa rapidamente as lágrimas que insistem em cair.

_ Você só fez o que era certo, Bruno. Salvou a sua mãe de um relacionamento abusivo e deu a ela o que lhe é de direito.

_ Não me arrependo por isso.

_ Então... - seguro seu rosto fazendo ele olhar para mim. _ Tira isso da cabeça, não deve nada a ele. Deixa ele ser internado e...

Quem eu amava? Onde histórias criam vida. Descubra agora